![]() |
Travessia do Mar Vermelho. atribuído a Cosimo Rosselli (1439 - 1507), e outros. Capela Sistina, Vaticano.. |
![]() |
Luis Dufaur Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Um dos mais retumbantes fatos da História Sagrada foi analisado por cientistas americanos.
Eles refizeram com modelos computacionais as condições em que poderia ter acontecido.
Trata-se da travessia do Mar Vermelho durante o êxodo do povo eleito, que saiu da escravidão no Egito rumo à Terra Prometida, sob a condução de Moisés o grande profeta e legislador de Israel.
O milagre teve duas grandes dimensões: uma natural, sem dúvida pasmosa, e outra sobrenatural, a mais importante.
Na maior parte dos milagres, Deus age através de causas naturais. E estas causas podem ser estudadas pelo homem. No caso, o foram por Carl Drews, do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas dos EUA, e Weiqing Han, da Universidade do Colorado em Boulder, EUA.
![]() |
Travessia do Mar Vermelho pode ser confirmada cientificamente |
À Igreja cabe se pronunciar sobre o lado sobrenatural, neste caso, revelado por Deus na Bíblia e, portanto, fora de discussão.
Esses cientistas até montaram por via digital um cenário que eles consideram “relativamente próximo” do descrito no livro do Êxodo, o segundo da Bíblia.
O longo e exaustivo trabalho foi publicado pela revista científica “PLoS One”e pode ser lido na Internet. Um apanhado da repercussão da obra dos autores se encontra em NCAR - UCAR News Center (University Corporation for Atmospheric Research).
Um artigo menos técnico e mais resumitivo pode ser lido no site Funmurphys: the Blog The Triumph of Hope over Experience.
De fato, na descrição do milagre incluída no livro do Exodus encontram-se descritos os fatores naturais de que Deus se serviu para o milagre com estas palavras:
![]() |
Moisés |
“21. Moisés estendeu a mão sobre o mar. O Senhor fê-lo recuar com um vento impetuoso vindo do oriente, que soprou toda a noite. E pôs o mar a seco. As águas dividiram-se
22. e os israelitas desceram a pé enxuto no meio do mar, enquanto as águas formavam uma muralha à direita e à esquerda.
23. Os egípcios os perseguiram: todos os cavalos do faraó, seus carros e seus cavaleiros internaram-se após eles no leito do mar.
24. À vigília da manhã, o Senhor, do alto da coluna de fogo e da de nuvens, olhou para o acampamento dos egípcios e semeou o pânico no meio deles.
25. Embaraçou-lhes as rodas dos carros de tal sorte que, só dificilmente, conseguiam avançar. Disseram então os egípcios: “Fujamos diante de Israel, porque o Senhor combate por eles contra o Egito.”
26 .O Senhor disse a Moisés: “Estende tua mão sobre o mar, e as águas voltar-se-ão sobre os egípcios, seus carros e seus cavaleiros.”
27. Moisés estendeu a mão sobre o mar, e este, ao romper da manhã, voltou ao seu nível habitual. Os egípcios que fugiam foram de encontro a ele, e o Senhor derribou os egípcios no meio do mar.
28. As águas voltaram e cobriram os carros, os cavaleiros e todo o exército do faraó que havia descido no mar ao encalço dos israelitas. Não ficou um sequer.
29. Mas os israelitas tinham andado a pé enxuto no leito do mar, enquanto as águas formavam uma muralha à direita e à esquerda.
30. Foi assim que naquele dia o Senhor livrou Israel da mão dos egípcios. E Israel viu os cadáveres dos egípcios na praia do mar.” Êxodo, cap. 14.

Portanto, se “soprou toda a noite” (Êxodo, cap. 14-21) teria sido suficiente.
Drews e Han chegaram a essa conclusão com simulações, em computador, do comportamento do líquido, e levando em conta como seria a topografia do Egito no fim da Idade do Bronze (por volta de 1250 a.C.).
Essa é a época mais aceita para a fuga dos israelitas, liderados pelo profeta Moisés.
Vídeo: travessia do Mar Vermelho pode ser confirmada cientificamente