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As relíquias de Belém no mundo

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Relicário com os madeiros da manjedoura, Santa Maria Maggiore, Roma
Relicário com os madeiros da manjedoura, Santa Maria Maggiore, Roma
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Neste Natal serão veneradas preciosas relíquias da Gruta de Belém que se preservam até hoje após mais de 2.000 anos do grande evento que mudou a História da humanidade.

O presépio e o feno


Na imponente Basílica Romana de Santa Maria Maior o Papa Sisto III criou em 432, uma réplica da gruta de Belém, e a basílica romana foi rebatizada de Santa Maria ad praesepem (Santa Maria do Presépio).

Nessa réplica se veneram as cinco ripas de madeira da Sagrada Cuna custodiadas num solene relicário de cristal e ouro. Também há um resto da palha de feno do presépio que pertenceu aos Reis da Espanha e que a doaram à Basílica.

Essa gruta ficou tão famosa que os cruzados e peregrinos que voltavam da Terra Santa lhe ofereciam as relíquias do portal que trouxeram da Terra Santa.

Em 1370, o Papa Gregório XI colocou as relíquias num precioso relicário, que foi roubado pelas tropas revolucionárias de Napoleão que ocuparam a Cidade Santa nos anos 1798-99. Mas os democráticos invasores só olharam para o valor do saque, e levaram o relicário descartando as relíquias.

Uma duquesa deu um donativo substancial para esculpir o atual relicário. Cfr. “El Mundo”.

O enxoval do Menino Jesus


Fios do enxoval (brancos) do Menino Jesus na catedral de Lleida, Espanha
Fios do enxoval (brancos) do Menino Jesus na catedral de Lleida, Espanha

Na mesma basílica de Santa Maria também dita Maggiore além disso se conserva o panniculum, um pedaço do pano que a Virgem usou para envolver o Divino Menino.

Essa relíquia tem o tamanho de uma mão, mas na igreja de San Marcello al Corso, na Via del Corso (antiga Via Lata), são venerados mais pedaços das fraldas do Menino Jesus.

A mais famosa relíquia do enxoval sagrado é conformada por três fios que estão na cidade espanhola de Lérida.

A relíquia – o “Santo Pañal” – é famosa pelos milagres feitos como curar as doenças de quem a colocava na cabeça e foi até imune ao fogo.

Enxoval do Menino Jesus. Foto anterior ao furto pelos comunistas
Enxoval do Menino Jesus. Foto anterior ao furto pelos comunistas
Essa relíquia foi levada de Jerusalém a Túnis, onde foi resgatada pelo comerciante Arnau de Solsona, que a doou para a catedral de Lérida em 1297.

Durante a Guerra Civil ficou depositada no Banco da Espanha, mas desapareceu levado por um militante socialista-comunista da Esquerda Republicana, segundo o registro do banco.

Dessa relíquia ficaram só dois fios que estavam na cidade de Lérida e um terceiro em Escalona del Prado, província de Segóvia, doado pelo rei Leopoldo da Bélgica. Cfr. “El Mundo”.

O “leite da Virgem”


Desde antigos tempos os peregrinos observaram que as pedras de calcáreo branco da Gruta exerciam um efeito curativo, especialmente nas complicações ligadas à maternidade e ao aleitamento.

Os peregrinos trouxeram como um tesouro fragmentos dessas pedras brancas que ficaram chamadas “leite da Virgem” ou “relíquias do santo leite da Virgem” às quais se atribuíam numerosos milagres e eram veneradas solenemente.

A gruta de Belém ficou conhecida então como “Gruta do Leite”. Cfr. Wikipedia, verbete “Reliques de la Grotte du Lait”

Cruz relicário do 'Santo Leite',igreja de Saint-HIlaire em Orval, Cher, França
Obviamente não era leite materno, mas as pedras foram levadas em grande número a Europa onde foram conservadas com honra e até expostas à veneração em relicários em numerosas igrejas e palácios.

Relíquias da 'Gruta do Leite', Belém
Relíquias da 'Gruta do Leite', Belém
As mais famosas se encontram com os agostinianos de Santa Maria del Popolo em Roma.

Na Espanha há na catedral de Oviedo; na catedral de Murcia e no museu da catedral de Maiorca.

Aquelas que estão guardadas numa ampola relicário na catedral de Murcia se liquidificam todos os anos na festa da Assunção. Cfr. “La Verdad”.

Relíquias dos pastores


Na igreja de São Pedro e São Fernando de Ledesma, província de Salamanca, Espanha, estão os restos mortais dos três pastores Jacobo, Isácio e Josefo que adoraram os primeiros ao Menino Jesus, junto com as suas bolsas e tesouras.

Os pastores mais famosos da história descansam em Ledesma
Os pastores mais famosos da história descansam em Ledesma
Os três morreram no mesmo dia, na madrugada de 25 de dezembro do ano 40.

Eles foram trazidos pelo cavaleiro cruzado Micael Dominiquiz no ano de 1149.

O cruzado as levou para sua cidade Ledesma, onde ficaram ocultas em meio às guerras de Reconquista contra os mouros.

O Papa Inocêncio XI concedeu a uma irmandade o privilégio de salvaguardar esse tesouro. Cfr. “La Gaceta”.

Relíquias dos Reis Magos


A imperatriz Santa Helena, que pesou muito na conversão de seu filho o imperador Constantino, fez muita questão de peregrinar a Terra Santa, aliás com oitenta anos, onde a região estava abandonada e devastada por invasores pagãos.

Relicário dos Três Reis Magos, catedral de Colônia, Alemanha.
Ela fez questão de resgatar e levar à capital imperial todas as relíquias ligadas à Paixão, a mais famosa é a Santa Cruz, hoje em Roma na basílica de Santa Croce in Gerusalemme.

Também se empenhou em restaurar todos os locais santificados pelos grandes eventos da Redenção, notadamente o Santo Sepulcro.

Fez parte dessa piedosa tarefa identificar e levar os corpos dos Reis Magos para pô-los a seguro em Milão, então capital imperial.

Mas o impiedoso imperador Frederico Barbarossa (1122 – 1190) em luta contra o Papa roubou o túmulo dos santos Reis e o levou para Colônia querendo transforma-la numa cidade objeto de peregrinação semelhante a Compostela.

Tudo isso visando sua glória pessoal e submeter o Papa e os bispos sob seu jugo.

Barbarossa acabou mal. Afinal sentindo próxima sua perda, se engajou na Terceira Cruzada para recuperar prestigio mas se afogou no rio Saleph, perto do Castelo de Silifke.

Os crâneos dos Três Reis, na urna de Colônia
Os crânios dos Três Reis, na urna de Colônia
Os homens de Frederico trouxeram seu corpo em um barril cheio de vinagre querendo preservá-lo. Mas foi inútil, seus restos ficaram espalhados em diversas cidades do Oriente hoje muçulmano.

Desde então, as relíquias dos Reis Magos estão expostas à veneração popular na catedral de Colônia num maravilhoso relicário de ouro, prata e madeira.

Ele demorou 45 anos para ser entalhado e que ocupa posto eminente na nave central da imensa catedral. Cfr. Quem foram os Reis Magos?

O mosteiro cismático do Monte Athos alega possuir em rico cofre os próprios presentes dos Reis ao Divino Menino. Considerado o inveterado vício dos cismáticos em falsificar relíquias e sua recusa a uma análise científica imparcial, não incluímos nesta lista.

Pedras do portal de Belém


E há mais. Os romeiros também se engenhavam para conseguir uma pedra do chão da gruta abençoada. Por isso, proliferam os santuários e lugares em que há pedaços de pedras do portal de Belém.

No mosteiro de San Juan de la Peña de Santa Cruz de la Serós (Huesca); na catedral de Maiorca (em um de cujos numerosos relicários há um fragmento da manjedoura) e na catedral de Valência, que preserva uma laje inteira do portal.

Hoje o local onde nasceu Jesus está todo recoberto de preciosos mármores e lâmpadas de prata e ouro.

As relíquias dos Santos Inocentes


Relicário com um dos pés de um Santo Inocente, Schweizerisches Landesmuseum
Relicário com um dos pés de um Santo Inocente, Schweizerisches Landesmuseum
Estreitamente conexo com o Natal é a monstruosa matança das crianças recém-nascidas ordenada pelo cruel – e ilegítimo – rei Herodes. 

Os corpos desses santos mártires foram jogados numa cova que hoje faz parte da Basílica da Natividade em Belém. Porém foram misturados indistintamente com os corpos dos católicos massacrados na invasão do império sassânida pagão persa em 614.

Um trabalho científico de discernimento não foi feito, porque o setor se encontra sob o controle da igreja cismática grega. Antes desses eventos históricos, os peregrinos levaram à Europa ossos dos Santos Mártires que se encontram em muitas igrejas.

Se destaca o pé de um deles que foi levado inteiro pelo monge irlandês São Columbano (540 - 615), que o doou à catedral de Basileia. Hoje está no museu Schweizerisches Landesmuseum de Zurich em preciosíssimo relicário que se salvou milagrosamente do ódio iconoclasta protestante. Cfr. “The Cave With the Relics of the Holy Innocents in Bethlehem”

Há ainda outras atribuídas “relíquias” da Gruta de Belém, porém das quais, algumas soam fantasiosas, outras carecem de provas ou de devoção popular continuada durante séculos, ou de aprovação eclesiástica. Preferimos omiti-las ou suprimi-las desta lista. Cfr. “El Mundo”.


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