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Perspectiva de achar o túmulo dos Santos Macabeus reacende esperanças

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Cruz no mosaico do chão aponta que o monumento  foi local de culto cristão nos primeiros séculos depois de Cristo
Cruz no mosaico do chão aponta que o monumento
foi local de culto cristão nos primeiros séculos depois de Cristo
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




continuação do post anterior: O túmulo dos Macabeus, santos heróis do Antigo Testamento.



O mausoléu – que bem pode ser o túmulo dos Macabeus, a heroica família que liderou a resistência militar, religiosa e cultural contra a invasão pagã no século II a. C. – está em “um local maravilhoso, belíssimo” explicou Re’em, diretor israelense das escavações, à FoxNews.

“Nós trouxemos de novo à luz a câmara da tumba e o mosaico com a decoração da cruz”, explicou.

O arqueólogo judeu lembrou que os Macabeus tiveram uma posição de honra no início do Cristianismo, o que explica a presença da cruz. E essa presença continua até hoje, pois os Macabeus são comemorados pela Igreja Católica como santos e seus nomes estão inscritos no Martirológio Romano.

Ele considera que os primeiros cristãos podem ter consagrado o túmulo ao culto católico, teoria que já havia sido avançada por Clermont-Ganneau.

Re’em reconhece, porém, que as provas arqueológicas não são inteiramente suficientes para afirmar categoricamente que se trata do túmulo dos Macabeus.

“Nós estamos procurando, estamos buscando a prova categórica (“the smoking gun”) que nos permitirá afirmar de cheio que este é o Túmulo dos Macabeus”, disse.

As autoridades israelenses estão aplicando recursos especiais, segundo o jornal “Jerusalem Post” de Jerusalém.

De fato, os Macabeus – Matatias e seus filhos – lideraram uma reação heroica contra a invasão dos exércitos macedônios e gregos que tomaram conta da Terra Santa e profanaram o Templo de Salomão restaurado, ou Segundo Templo.

Alexandre Magno conquistou Judá militarmente no ano 332 a.C., e após sua morte alguns de seus generais se proclamaram sucessores e reis.

Eles tentaram induzir os hebreus à apostasia mediante a adoção da cultura e das crenças pagãs helênicas. Fizeram assim uma espécie de “revolução cultural” por onde se leva um povo a renegar de Deus, reformando sua cultura e, na prática, sua religião.

A Sinagoga (equivalente ao clero na época) estava, salvo honrosas exceções, em avançada liquefação e o povo judeu manifestava-se largamente degradado.

Foi assim que os gregos, instalados na Síria e capitaneados por Antíoco Epífanes, um dos sucessores de Alexandre Magno, tomaram Jerusalém e, entre outras coisas, construíram um prédio conhecido como Ginásio, onde faziam práticas pagãs e tentavam obrigar o povo a adotá-las.

Cavaleiros celestes expulsam Heliodoro do Templo
no início da rebelião Macabea.
Eugène Delacroix (1798 — 1863). Saint-Sulpice, Paris.
No paganismo grego, os esportes eram praticados com uma conotação de exercícios de contato com energias preternaturais que eles achavam mais ou menos divinas. Algo que faz lembrar superstições atuais da Nova Era, ou exercícios pagãos como da yoga.

Infelizmente muitos hebreus aderiram, apostatando da religião verdadeira para ganhar a complacência dos novos dominadores e usufruir dessa vida.

12. Nessa época saíram também de Israel uns filhos perversos que seduziram a muitos outros, dizendo: Vamos e façamos alianças com os povos que nos cercam, porque, desde que nós nos separamos deles, caímos em infortúnios sem conta.

13. Semelhante linguagem pareceu-lhes boa,

14. e houve entre o povo quem se apressasse a ir ter com o rei, o qual concedeu a licença de adotarem os costumes pagãos.

15. Edificaram em Jerusalém um ginásio como os gentios, dissimularam os sinais da circuncisão, afastaram-se da aliança com Deus, para se unirem aos estrangeiros e venderam-se ao pecado. (I Macabeus, 1, 12-14)

A revolução cultural dos gregos foi mais longe. O mencionado Antíoco Epifanes concebeu algo equivalente ao sonho atual de uma República Universal, onde todos os povos perderiam sua identidade religiosa e cultural.

Haveria então uma Religião Nova Universal ecumênica num império também universal.

Sobre esse magma igualitário, que resultaria na liquefação dos países, ele aplicaria seu tacão de ferro, pois tinha se proclamado rei e dominava pela força das armas.

41. O rei Antíoco publicou para todo o reino um edito, prescrevendo que todos os povos formassem um único povo e

42. que abandonassem suas leis particulares. Todos os gentios se conformaram com essa ordem do rei, e

43. muitos de Israel adotaram a sua religião, sacrificando aos ídolos e violando o sábado.

Os Macabeus desfizeram exército pagão montado em elefantes.
Os Macabeus desfizeram exército pagão montado em elefantes.
44. Por intermédio de mensageiros, o rei enviou, a Jerusalém e às cidades de Judá, cartas prescrevendo que aceitassem os costumes dos outros povos da terra,

45. suspendessem os holocaustos, os sacrifícios e as libações no templo, violassem os sábados e as festas,

46. profanassem o santuário e os santos,

47. erigissem altares, templos e ídolos, sacrificassem porcos e animais imundos,

48. deixassem seus filhos incircuncidados e maculassem suas almas com toda sorte de impurezas e abominações, de maneira

49. a obrigarem-nos a esquecer a lei e a transgredir as prescrições.

50. Todo aquele que não obedecesse à ordem do rei seria morto.

51. Foi nesse teor que o rei escreveu a todo o seu reino; nomeou comissários para vigiarem o cumprimento de sua vontade pelo povo e coagirem as cidades de Judá, uma por uma, a sacrificar.

52. Houve muitos dentre o povo que colaboraram com eles e abandonaram a lei. Fizeram muito mal no país, e

53. constrangeram os israelitas a se refugiarem em asilos e refúgios ocultos. (I Macabeus, 1, 41-53)

Os judeus desejosos de preservar suas tradições e de não perder suas almas abandonaram então Jerusalém e foram até Matatias, patriarca dos Macabeus, que tinha se retirado em Modin.


continua no próximo post: O túmulo dos Santos Macabeus, símbolo das reações nos momentos em que parece tudo perdido




O túmulo dos Santos Macabeus, símbolo das reações nos momentos em que parece tudo perdido

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Conhecido como 'Pilar de Absalão', o monumento ajuda
a se fazer uma ideia de como foi o mausoléu dos Macabeus.
O Pilar marca o local da morte do filho revoltado do rei Davi
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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continuação do post anterior: A perspectiva de ter achado o túmulo dos Santos Macabeus reacende as esperanças



A porta-voz da Autoridade das Antiguidades de Israel, Yoli Shwartz, explicou que “foram descobertos jazigos magníficos na base da estrutura.

“O entusiasmo foi muito intenso e o arqueólogo Clermont-Ganneau até escreveu um documento afirmando: ‘não há margem de dúvidas. Encontrei a Tumba dos Macabeus, e o túnel aberto contém as cinzas de Matatias... As ruínas da tumba correspondem perfeitamente ao Túmulo dos Macabeus segundo é descrito nas fontes históricas’.

“Porém, ele fez uma restrição: ‘é possível que esta estrutura tenha sido construída pelos cristãos para comemorar o local do enterro dos Santos Macabeus, pois eles eram considerados santos pelo cristianismo.

“‘Pode ser que no futuro se encontrem provas inequívocas apontando que este é o local onde foram sepultados os Macabeu’”.

Na busca dos arqueólogos destaca-se a perspectiva de localizar a última moradia terrestre de Matatias, o patriarca dos Macabeus.

Ele assumiu num momento desesperado a atitude de resistência que inspirou todas as reações salvadoras. E não só as do fim do Antigo Testamento, mas sobretudo as do Novo, nos momentos em que tudo parece perdido para a Igreja e a Civilização Cristã:

19. Ainda mesmo que todas as nações que se acham no reino do rei o escutassem, de modo que todos renegassem a fé de seus pais e aquiescessem às suas ordens,

20. eu, meus filhos e meus irmãos, perseveraremos na Aliança concluída por nossos antepassados.

21. Que Deus nos preserve de abandonar a lei e os mandamentos!

22. Não obedeceremos a essas ordens do rei e não nos desviaremos de nossa religião, nem para a direita, nem para a esquerda. (I Macabeus, 2, 19-22)

27. Em altos brados Matatias elevou a voz então na cidade: Quem for fiel à lei e permanecer firme na Aliança, saia e siga-me. (I Macabeus, 2, 27)

Matatias exorta os judeus inconformados a resistir contra o invasor pagão. Gustave Doré (1832 — 1883)
Matatias exorta os judeus inconformados a resistir contra o invasor pagão.
Gustave Doré (1832 — 1883).
Juntaram-se a Matatias os judeus fiéis que recusaram a prevaricação e todos se refugiaram no deserto com suas famílias e rebanhos. A partir dali empreenderam uma guerra de resistência aos gentios.

Matatias iniciou uma guerra de guerrilhas destruindo os ídolos pagãos, levando o povo a praticar novamente a religião tradicional e extinguindo os sinais da “revolução cultural” pagã.

Após sua morte essa reação foi gloriosamente continuada por seu filho Judas Macabeu – considerado pela Bíblia como o Macabeu por antonomásia –, auxiliado pelos irmãos e pela minoria de judeus resistentes.

3. Dilatou a glória do povo; revestiu-se com a couraça como um gigante, cingiu-se com as armas de guerra, e empenhava-se nos combates, protegendo seu exército com sua espada.

4. Assemelhava-se nas ações a um leão, e parecia um leãozinho que ruge na caçada.

5. Perseguia e rebuscava com cuidado os traidores e lançava ao fogo os que perseguiam seu povo.

6. Os maus recuavam diante dele transidos de medo, tremiam os que praticavam o mal e a salvação do povo firmava-se em suas mãos.

7. Seus feitos exasperavam os reis, mas alegravam Jacó, e sua memória permaneceu eternamente bendita.

8. Percorreu as cidades expulsando de Judá os ímpios, desviando assim de Israel a cólera divina.

9. Seu nome foi pronunciado até as extremidades da terra, e ele conseguiu a adesão daqueles que estavam a ponto de perecer. (I Macabeus, 3, 3-9)

A reação cresceu e os gentios enviaram exércitos para exterminá-los. Por vezes o imenso número dos adversários de Deus intimidou os judeus fiéis, poucos em número.

Mas Judas venceu os temores de seus homens e ministrou tremendas derrotas aos pagãos com o brado de guerra: “É preferível morrer no combate, que ver nosso povo perseguido e nosso santuário profanado”.

Judas Macabeu reza pelas almas dos pecadores mortos na batalha,
Peter Paul Rubens (1577-1640), Museu de Belas Artes de Nantes, França
A coragem de Judas Macabeu e dos seus foi premiada por fatos milagrosos recolhidos no Antigo Testamento. Na hora em que Heliodoro, intendente de Apolônio de Társis, governador militar da Celesíria e da Fenícia, ia saquear o Templo:

25. Viram eles, montado num cavalo ricamente ajaezado e guiado furiosamente, um cavaleiro de terrível aspecto, que lançava em Heliodoro as patas dianteiras do cavalo. O que vinha nele montado parecia ter uma armadura de ouro.

26. Ao mesmo tempo, apareceram-lhe outros dois jovens, cheios de força extraordinária, fulgurantes de luz, ricamente vestidos; colocando-se dos dois lados, puseram-se eles a açoitá-lo sem interrupção e descarregaram sobre ele uma saraivada de golpes. (II Macabeus 3, 25-26)

Com a frieza que cabe aos cientistas, Amit Re’em e Dan Shachar, diretores da escavação, pronunciaram-se a favor da esperança de que essa seja a tumba procurada.

“Não há dúvida alguma de que a estrutura é inusual”, disseram.

“As descrições feitas há 150 anos estão agora diante de nossos olhos, descobrimos jazigos magníficos, enormes colunas que aparentemente sustentavam um segundo andar, e um vestíbulo que conduzia à tumba, além de outros prédios associados”.

Uma das causas da dificuldade em dar uma palavra definitiva é porque em tempos passados houve muitos saques, durante os quais pedras do prédio foram roubadas, mas os arqueólogos esperam chegar a uma conclusão inteiramente satisfatória.

FIM


Toda a verdade sobre o Santo Sudário de Turim

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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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O Santo Sudário de Turim: nenhum objeto de uso humano habitual foi de tal maneira analisado pela ciência.

E os resultados estão sendo impressionantes.

E continuarão a sê-los na medida em que prossigam os estudos em andamento, que venham a ser abertos outros inquéritos científicos, que venham a ser inventadas novas tecnologias mais exigentes e que forneçam dados mais apurados.

A Igreja e a Fé não têm nada a temer, e têm tudo a estimular à ciência e à tecnologia honestamente trabalhadas.

O interesse despertado em todo o mundo pelo Santo Sudário não só pela Fé, mas também pelas descobertas feitas nele pelas diversas ciências aplicadas, se reflete no interesse pelos posts publicados no nosso humilde blog.

O interesse dos leitores superou nossas forças, graças a Deus. Continuaremos, em toda a medida que possamos publicando matérias a respeito.

Dada a grande quantidade de post publicados sobre o Santo Sudário, nós mesmos experimentamos a dificuldade de formar uma visão de conjunto ou de localizar algum ponto específico.

Por isso, decidimos renuir e ordenar numa só página todos os posts sobre a mais venerável relíquia da Cristandade até agora publicados, e que com o auxílio de Nossa Senhora ainda venhamos a publicar.

Essa página fica aberta a nossos benevolentes leitores.

Para facilitar o acesso, elencamos a continuação os títulos principais dessa página com os respectivos links.

Que a todos seja de utilidade espiritual, mas também intelectual.

E se alguém sentir um movimento de agradecimento, por favor não deixe de elevar a sua oração preferida a Nossa Senhora, a Seu Divino Filho, santo ou alma escolhida, por todos aqueles que tornaram realidade este projeto.

                                                                                                      Em Jesus e Maria
                                                                                                                                                   Luis

Santo Sudário: as primeiras surpresas e constatações

Inscrição em aramaico no Santo Sudário seria anterior ao ano 70 d.C.

Probabilidade de o Santo Sudário ser falso: uma em 225 bilhões!

“Tudo coincide perfeitamente com os Evangelhos”

Santo Sudário: inexplicável imagem tridimensional― Inviabilizada a conjetura de falsificação

Engenheiro em nanotecnologia: o Santo Sudário é um testemunho mudo da Ressurreição

O enigma que desconcerta a ciência

Cientista incrédulo estudou 37 anos o Santo Sudário e hoje tem certeza: é autêntico!

O cientista descrente que se rendeu à evidência: não há nada como o Santo Sudário!

Professor faz Crucificado seguindo os dados do Santo Sudário

A autopsia do Santo Sudário concorda com os Evangelhos

Cientistas desmontam artifício para “provar” que o Santo Sudário não é autêntico

No resgate do Santo Sudário, um milagre em meio às chamas

Fotos tridimensionais aumentam certeza de que o Santo Sudário envolveu a Nosso Senhor

O Santo Sudário em três dimensões

Para ciência de ponta é impossível reproduzir o Santo Sudário

Santo Sudário: as ciências diante do humanamente inexplicável

Médico espanhol: não acredita no Santo Sudário quem não quer mudar de vida

A Santa túnica de Argenteuil comparada por um cientista com o Santo Sudário

O Santo Sudário comparado com o Véu da Verônica

O Santo Sudário e o Véu da Verônica: falam os cientistas

As chagas impressas no Santo Sudário de Turim

Descobertas da botânica no Santo Sudário

Unguentos e polens no Santo Sudário falam de um enterro próprio a um rei

Flores no Santo Sudário só poderiam ter sido colhidas em Jerusalém na época da Crucifixão

Mais modernos testes concluem que o Santo Sudário é do tempo de Jesus Cristo

Cientistas querem teste sério de carbono 14

Sobre o contestado teste do carbono 14

Novos livros confirmam a impropriedade dos testes de Carbono 14


A Paixão de Cristo revive na Paixão da Igreja

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Em face do drama em que se encontra a Santa Igreja, muitas almas procuram, então, assumir uma posição de indiferença, parecida com a de numerosos contemporâneos de Nosso Senhor, que acreditavam que Ele era Homem-Deus, mas que, durante a Via Sacra, vendo-O passar, em vez de se compadecer por seus lancinantes sofrimentos, achavam entretanto melhor não considerá-los, mas pensar em outras coisas.

A evidência dos fatos deixa patente que a partir do Concílio Vaticano II penetrou na Igreja, em proporções impensáveis, a “fumaça de Satanás”, de que falou Paulo VI, a qual se foi dilatando dia a dia mais, com a terrível força de expansão dos gazes.

Para escândalo de incontáveis almas, o Corpo Místico de Nosso Senhor Jesus Cristo entrou no sinistro processo da como que autodemolição, a que aludiu aquele mesmo Pontífice, em Alocução de 7 de dezembro de 1968.

A História narra os inúmeros dramas que a Santa Igreja Católica, Apostólica, Romana sofreu nos vinte séculos de sua existência.

Oposições que germinaram fora dEla, e de fora mesmo tentaram destruí-La.

Tumores formados dentro dEla, extirpados, contudo, pela própria Esposa de Cristo; mas que, já então de fora para dentro, tentaram destruí-la com ferocidade.

Quando, porém, viu a História, antes de nossos dias, uma tentativa de demolição da Igreja, já não mais articulada por um adversário, mas qualificada de como que autodemolição em altíssimo pronunciamento de repercussão mundial?

A atitude normal de um católico vendo a Igreja, sua Mãe, passar por essa crise deve ser antes de tudo de profunda tristeza, porque é lamentável que isso seja assim. É um perigo para incontáveis almas que a Igreja seja afligida por tal crise.

Crucificação, catedral de Lille, França.
Crucificação, catedral de Lille, França.
E, por essa razão, pode-se ter a certeza de que, quando Nosso Senhor, do alto da cruz, viu todos os pecados que haveriam de ser cometidos contra a obra da Redenção que Ele consumava de modo tão profundamente doloroso, sofreu enormemente, em vista de tal gênero de pecados, cometidos em nossos dias.

E, evidentemente, todos esses pecados produziram sofrimentos verdadeiramente inenarráveis no Sapiencial e Imaculado Coração de Maria, que pulsava de dor no peito da Santíssima Virgem enquanto Ela estava de pé, junto à Cruz.

Considerando quanto Nosso Senhor e sua Santíssima Mãe sofreram por causa do que agora está se passando, é impossível não se ficar consternado, muito mais do que em qualquer Sexta-Feira Santa anterior, porque, talvez, este seja dos pontos mais agudos da Paixão e que se mostra em toda a sua hediondez, nas atuais circunstâncias da vida da Igreja.

* * *

O homem contemporâneo é um adorador do prazer, do gáudio, da diversão, e tem horror ao sofrimento.

Ora, está-se aqui em presença de um padecimento agudíssimo. Pode-se compreender, pois, embora tal atitude não seja justificável, a posição de tantas almas que evitam pensar nisso e considerar a fundo o que está se passando para não sofrer em união com Nosso Senhor esta situação trágica, como trágica foi a Paixão.

Em face do drama em que se encontra a Santa Igreja, muitas almas procuram, então, assumir uma posição de indiferença, parecida com a de numerosos contemporâneos de Nosso Senhor, que acreditavam que Ele era Homem-Deus.



Mas que, durante a Via Sacra, vendo-O passar, em vez de se compadecer por seus lancinantes sofrimentos, achavam entretanto melhor não considerá-los, mas pensar em outras coisas.

E eis a prova: Nosso Senhor pregou maravilhas e fez milagres portentosos que devem ter impressionado pelo menos uma parte considerável do povo que O cercava.

Não seria concebível que essa parte, santamente impressionada, tenha se mantido numa atitude tão quieta, inerte, diante do que se passava.

E que a única pessoa que fez algo em prol do Redentor, durante a parte inicial da Via Sacra, tenha sido a Verônica com o seu véu, no qual ficou estampada, depois, a face sagrada do Salvador. Verdadeiramente, mais ninguém tomou tal atitude a não ser ela.

As santas mulheres e Nossa Senhora juntaram-se mais adiante a Nosso Senhor e foram até o alto do Calvário.

A Virgem Santíssima está acima de todo elogio. As santas mulheres, que A acompanharam, merecem um elogio que participa do louvor a que Nossa Senhora fez juz. Mas, fora disso, inércia.

Por ocasião da Semana Santa, o que mais se deve pedir a Nossa Senhora, é que Ela nos liberte desse estado de espírito, de tal mentalidade.

Se nosso Redentor está sofrendo, devo querer padecer aquilo que O atormenta. E sofrerei isso meditando nas dores dEle. Esse é o meu dever, dada a união que Ele condescendeu misericordiosamente em estabelecer entre Si mesmo e mim.

E o que não for isso não pode deixar de ser qualificado senão de abominável.

Os dias em que vivemos são de gravidade, de tristeza, mas na última fímbria do horizonte aparece uma alegria incomparavelmente maior do que qualquer gáudio terreno: a promessa de um sol que nascerá – o Reino de Maria, anunciado, no ano de 1917, por Nossa Senhora, em Fátima.




(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, in CATOLICISMO, maio 2013)


A autopsia do Santo Sudário concorda com os Evangelhos

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Santo Sudário: montagem tridimensional por Thierry Castex
Santo Sudário: montagem tridimensional por Thierry Castex
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Na Universidade de Milão, conhecida também como la Statale, o Prof. Giampietro Farronato leciona Ortodontia. À frente de uma equipe de especialistas – que incluiu Bruno Barberis, Louis Fabrizio Rodella, John Pierucci Labanca; Mauro, Alessandra e Massimo Majorana Boccaletti – o professor fez uma autopsia do Santo Sudário.

O resultado do trabalho foi publicado num livro rico e intrigante: “Autopsia do Homem do Sudário”, editado por Elledici (Leumann [Turim] 2015), apresentado na igreja de San Gottardo em Corte, no evento “Escola Catedral” promovido pela confraria-empresa responsável há séculos pela manutenção da catedral de Milão.

O Prof. Farronato, em entrevista concedida ao jornalista Marco Respinti, declarou que “a medicina forense ainda não havia dito tudo sobre o caso. Então nós decidimos agir”.

A medicina forense analisa os sinais que podem ser encontrados no corpo ou no cadáver, para que depois a polícia e o juiz ajam com base no laudo médico legal.

O Professor prossegue: “A ideia de realizarmos um estudo anatômico profundo do Sudário remonta a uns três anos, a partir de fotografias tomadas por Secondo Pia em 1898 e os resultados dos estudiosos que vieram antes de nós”.

Indagado sobre a ideia que ele e sua equipe fizeram do crime, o Prof. Farronato respondeu:

“Obviamente o cenário do assassinato não existe mais. Nós investigamos o crime apenas através das marcas deixadas no cadáver. O que hoje é muito.

O Dr Giampietro Farronato respondeu pela equipe de médicos legistas que fez a autopsia.
O Dr Giampietro Farronato respondeu
pela equipe de médicos legistas que fez a autopsia.
“A anatomia do corpo foi reconstruída por nós com dados morfológicos registrados no linho. Fizemos uma reconstituição total e completa da face”.

E assim, o professor foi descrevendo o seu fascinante trabalho:

“Praticamente tratamos a imagem do Sudário como a ‘máscara’ forense que habitualmente se monta para descrever os ferimentos no corpo, vivo ou morto.

“Eu e Alessandra Majorana exploramos as pegadas tornando-as mais legíveis para examiná-las melhor medicamente. Com o software de gestão de imagens mais inovador disponível, nós mudamos a orientação direita-esquerda, o claro e o escuro”.

Depois, ele aplicou os métodos utilizados para tornar legível a tomografia computadorizada Cone Beam, a ressonância magnética e outros exames tridimensionais para a obtenção de um diagnóstico odontológico legal completo, campo em que a sofisticação e a precisão atingem os detalhes mais diminutos.

Aquilo que poderia parecer science fiction, na verdade, para Farronato trata-se de um método científico, não de um filme, capaz de realçar detalhes que conduziram a sua equipe a medições muito precisas.

Perguntado pelo jornalista se ao estudar uma imagem num desgastado pano, velho de séculos, se se podia analisar o rosto como se fosse um cadáver de carne, o professor respondeu:

“Foi como se estivéssemos diante de um paciente que vai ser submetido a uma correção terapêutica de tipo ortodôntico ou cirúrgico, como pontes, implantes dentários, operações maxilofaciais, coisas assim.

“Para o rosto estudado por meio da aplicação, pela primeira vez, de métodos científicos, como cefalometria craniana, que destaca as alterações estruturais presentes no Homem do Sudário, os dados obtidos foram: assimetria nos seios frontais, no osso zigomático; desvio do septo nasal; e assimetria da mandíbula com um deslocamento atribuível a traumas ocorridos num período próximo ao decesso”.

Autopsia dell'Uomo della Sindone o livro com os resultados da autopsia.
Autopsia dell'Uomo della Sindone: o livro com os resultados da autopsia.
À pergunta sobre o que diz a ciência do Homem do Sudário que é objeto de uma disputa antiga, às vezes até veemente, o Prof. Farronato responde:

“A ciência diz que se trata de uma impressão deixada pelo cadáver de um homem verdadeiramente submetido antes de morrer a torturas, flagelações e espancamentos, coroado de espinhos e, finalmente crucificado.

“Isso determinou a morte daquele homem com uma correspondência total às narrações dos Evangelhos, até na sucessão do tempo em que foram infligidas as torturas, inclusive a natureza da lança post-mortem cravada em seu lado (cf. Jo. 19:33-34)”.

O professor informou ainda que estudos científicos realizados em março de 2015, coordenados pelo Prof. Giulio Fanti e processados pela Universidade de Pádua, acompanhado de três métodos de datação químicos e mecânicos, levaram a uma nova datação do linho: entre 283 a. C. e 217 d. C. período compatível com a vida de Jesus na Palestina.

Mas o modo de formação da imagem permanece um mistério indissolúvel.

Inquirido se se tratava de Jesus, ele respondeu com espírito:

“O homem de fé não pode dirigir à ciência perguntas para as quais a ciência não pode dar respostas”.

Por sua vez, Alessandra Majorana, professora da Universidade de Brescia, em declarações para o site especializado Ortodontia33, explicou que foi a primeira análise do Santo Sudário do ponto de vista morfológico e traumatológico utilizando software de última geração2.

A professora Alessandra Majorana participou na autopsia
A professora Alessandra Majorana participou na autopsia
“De nossa pesquisa – disse a professora – resultaram parâmetros e dados novos, únicos e inesperados sobre o tipo de trauma. Os exames odontológicos visaram os tecidos moles e a estrutura esquelética do rosto.

“Do ponto de vista odontológico, o homem jovem impresso no Sudário apresentava uma dentição completa. Do ponto de vista ósseo as medições cefalométricas revelaram uma mandíbula fortemente desviada para a esquerda muito provavelmente como resultado dos espancamentos antes da crucificação”.

Para a Profa. Majorana, o trabalho não levou em consideração a narração religiosa, mas numa passagem do Evangelho de S. João, relatando as horas que precederam a crucificação, o evangelista descreve os golpes no rosto de Jesus dados com uma vara:

“Na realidade, no Evangelho fala-se de uma bofetada, mas o original em aramaico fala-se de uma varada, corpo contundente compatível com o pesado trauma constatado por nossa análise”.

Ela constatou ainda outras consequências dos golpes, como a fratura da cartilagem nasal, trauma também confirmado pela análise da imagem elaborada graficamente para isolar as marcas de líquidos orgânicos como o sangue e o suor impressos no tecido.

“Da imagem processada resulta que não há sinais de sangramento nasal, pelo que se pode supor que a fratura da cartilagem aconteceu pelo menos um par de horas antes da morte”, concluiu a especialista.


Livros de bronze conteriam a mais antiga representação Nosso Senhor Jesus Cristo na Paixão

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Aspecto de um dos livros em análise
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Numa gruta de Saham, Jordânia, localizada numa colina com vista ao Mar da Galiléia, foram encontrados 70 livros do século I da era cristã que, segundo as primeiras avaliações, contêm as mais antigas representações do catolicismo.

Os livros têm a peculiaridade de serem gravados em folhas de bronze presas por anéis metálicos. O tamanho das folhas vai de 7,62 x 50,8 cms a 25,4 x 20,32 cms. Em média, cada livro tem entre oito e nove páginas, com imagens na frente e no verso.

Segundo o jornal britânico “Daily Mail”, 70 códices de bronze foram encontrados entre os anos 2005 e 2007 e as peças estão sendo avaliadas por peritos na Inglaterra e na Suíça.

A cova fica a menos de 160 quilômetros de Qumran, a zona onde se encontraram os rolos do Mar Morto, uma das maiores evidências da historicidade do Evangelho, informou a agência ACI Digital.

Importantes documentos do mesmo período já haviam sido encontrados na mesma região.

A gruta onde teriam sido encontrados
No local teriam se refugiado os primeiros cristãos de Jerusalém no ano 70 d.C. durante a destruição da cidade pelas legiões de Tito que afogaram no sangue uma revolução de judeus que queriam a independência.

Cumprira-se então a profecia de Nosso Senhor relativa à destruição de Jerusalém deicida e à dispersão do povo judaico.

Segundo o “Daily Mail” os acadêmicos que estão convencidos da autenticidade dos livros julgam que é uma descoberta tão importante quanto a dos rolos do Mar Morto em 1947.

Neles, há imagens, símbolos e textos que se referem a Nosso Senhor Jesus Cristo e sua Paixão.

David Elkington, especialista britânico em arqueologia e história religiosa antiga, foi um dos poucos que examinaram os livros. Para ele tratar-se-ia de uma das maiores descobertas da história do Cristianismo.

“É uma coisa de cortar a respiração pensar que nós encontramos estes objetos deixados pelos primeiros santos da Igreja”, disse ele.

São Simeão, bispo de Jerusalém
Com efeito, na época da desastrosa rebelião judaica, o bispo de Jerusalém era São Simeão, filho de Cleofás ‒ irmão de São José ‒ e de uma irmã de Nossa Senhora.

Por isso, São Simeão era primo-irmão de Nosso Senhor Jesus Cristo e pertencia à linhagem real de David.

Ele recebeu o Espírito Santo em Pentecostes. Quando o apóstolo Santiago o menor ‒ primeiro bispo de Jerusalém ‒ foi assassinado pelos judeus que continuavam seguidores da Sinagoga rompida com seu passado, os Apóstolos que ficaram escolheram Simeão como sucessor.

Os primeiros católicos ‒ naquela época não tinham aparecido heresias e todos os cristãos eram católicos ‒ lembravam com fidelidade o anúncio de Nosso Senhor que Jerusalém seria destruída e o Templo arrasado. Porém, não sabiam a data.

O santo bispo foi alertado pelo Céu da iminência do desastre e de que deveriam abandonar a cidade sem demora.

São Simeão conduziu os primeiros cristãos à cidade de Pella, na atual Jordânia, como narra Eusébio de Cesárea, Padre da Igreja.

Após o arrasamento do Templo, São Simeão voltou com os cristãos que se restabeleceram sobre as ruínas. O fato favoreceu o florescimento da Igreja e a conversão de numerosos judeus pelos milagres operados pelos santos.

Os livros geraram muita disputa
Começou a se reconstituir assim uma comunidade de judeus fiéis à plenitude do Antigo Testamento e ao Messias Redentor aguardado pelos Patriarcas e anunciado pelos Profetas.

Porém, o imperador romano Adriano mandou arrasar os escombros da cidade, e seus sucessores pagãos Vespasiano e Domiciano mandaram matar a todos os descendentes de David.

São Simeão fugiu. Mas, durante a perseguição de Trajano foi crucificado e martirizado pelo governador romano Ático. São Simeão recebeu com fidalguia o martírio quando tinha 120 anos. Cfr. ACI Digital.

Emociona pensar que esses heróicos católicos judeus tenham deixado para a posteridade o testemunho de sua fé inscrito em livros tão trabalhados.

O fato aponta também para a unicidade da Igreja Católica.

Philip Davies, professor emérito de Estudos Bíblicos da Universidade de Sheffield, disse ser evidente a origem cristã dos livros que incluem um mapa da cidade de Jerusalém.

No mapa é representada o que parece ser a balaustrada do Templo, mencionada nas Escrituras e que desapareceu quando as tropas romanas arrasaram o Templo no século I.

“Assim que eu vi fiquei estupefato”, disse.

“O que me impressionou foi ver uma imagem evidentemente cristã. Há uma cruz na frente e, detrás dela há o que deve ser o sepulcro de Jesus, quer dizer uma pequena construção com uma abertura, e mais no fundo ainda os muros de uma cidade”.

“Em outras páginas destes livros também há representações de muralhas que quase certamente reproduzem as de Jerusalém. E há uma crucificação cristã acontecendo fora dos muros da cidade”, acrescentou.

Continua no próximo post: A mais antiga imagem de Cristo e de sua Paixão achada na Jordânia


A mais antiga imagem de Cristo e de sua Paixão achada na Jordânia

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Poderia ser a mais antiga representação de Nosso Senhor coroado de espinhos
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





O descobridor e dono dos códices de bronze é Hassan Saida, um caminhoneiro beduíno que vive na aldeia árabe de Umm Al-Ghanim, Shibli.

Ele se negou a vender as peças e só cedeu amostras para que sejam analisadas no exterior.

Entretanto, há toda uma disputa pela propriedade e posse dos livros. O dono alega que pertencem à sua família há um século, fato contestado por outros, segundo “The Telegraph”.

O governo jordaniano apoia as investigações porque, segundo Ziad al-Saad, diretor do Departamento Jordaniano de Antiguidades, os códices “realmente se comparam, e até são mais significativos que os rolos do Mar Morto”.

E acrescenta que podem constituir “a mais importante descoberta na história da arqueologia”.

Enquanto que os rolos do Mar Morto foram feitos em pergaminho ou papiro e contêm as mais recentes versões dos livros da Bíblia e outros textos no formato tradicional dos escritos judaicos, isto é rolos, estes códices estão organizados como livros, forma associada com o cristianismo nascente.

Amostras dos livros que estão sendo estudados
Ziad al-Saad acredita que os autores foram seguidores de Nosso Senhor Jesus Cristo que trabalharam poucas décadas depois da crucificação.

Então, o rosto reproduzido seria bem a Sagrada Face de Jesus Cristo coroado de espinhos feita por um contemporâneo do Redentor.

As partes escritas estão criptografadas em caracteres hebreus e gregos antigos para serem indecifráveis, segundo o “Daily Mail”.

Uma das imagens mais impressionantes apresenta um homem na força da vitalidade, cabelo solto e cacheado, levando na cabeça aquilo que parece ser uma coroa de espinhos.

A palmeira simbolizaria a Casa de David
Esta imagem extraordinária seria a mais antiga reprodução do rosto de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Ela talvez foi feita por alguém que o conheceu ou o viu pessoalmente.

A imagem tem relevo dando a impressão tridimensional de uma cabeça humana, que um lado é apresentada pela frente e do outro por trás.

Em volta dos dois lados há inscrições criptografadas.

Mas uma parece conter as palavras “Salvador de Israel”, uma das poucas inscrições até agora decifradas.

Uma palmeira parece simbolizar a Casa de David ‒ a Casa Real de Israel de quem Nosso Senhor era legítimo chefe, portanto, rei de Israel por direito ‒ acompanhada por linhas que formam cruzes.

Sucessivas estrelas representariam a Árvore de Jessé – ou seja, a árvore genealógica de Cristo.

Jesus Coroado de espinhos, basílica medieval,
Bruges, Bélgica
A Dra. Margaret Barker, ex-presidente da Sociedade de Estudos sobre o Antigo Testamento, apontou que o judaísmo proíbe as imagens com feições humanas.

Os livros, portanto, só poderiam ser cristãos.

David Feather, especialista em metalurgia e nos rolos do Mar Morto propôs que amostras dos livros fossem examinadas pela Universidade de Oxford.

As amostras também foram analisadas pelo Swiss National Materials Laboratory, de Dubendorf, Suíça.

Os resultados dos dois laboratórios concordam em que a época de fabrico dos livros metálicos remonta ao período romano e foram trabalhados na área do Mediterrâneo.

Uma peça de couro encontrada junto com os livros metálicos foi submetida aos testes de datação de carbono.

Estes apontaram uma idade de pouco menos de 2.000 anos. Desta maneira, proviriam de uma época muito vizinha à pregação de Nosso Senhor Jesus Cristo.



Milagre eucarístico de Legnice: para médicos, hóstia é tecido humano

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A hóstia que devia se dissolver começou a transudar sangue e formar tecido (foto acima). Embaixo ampliação.
A hóstia que devia se dissolver começou a transudar sangue
e formar carne com aparência de humana (foto acima).
Embaixo ampliação.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
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O bispo de Legnica, na Polônia, Mons. Zbigniew Kiernikowski, proclamou oficialmente um prodígio do Santíssimo Sacramento acontecido na igreja de São Jacinto dessa cidade.

Ele autorizou os fiéis venerarem a hóstia ensanguentada que, segundo o decreto episcopal, “tem as características que definem um milagre eucarístico”, informou o site “Religión en Libertad”.

A cidade de Legnica (em alemão: Liegnitz, em polonês: Legnicy) fica na região da Baixa Silésia, no sudoeste da Polônia.

O milagre aconteceu na Missa de Natal de 2013, quando uma hóstia consagrada caiu no chão durante a distribuição da Sagrada Comunhão no santuário de San Jacinto.

A hóstia foi recolhida e colocada num recipiente com água (“vasculum”) para se dissolver, como mandam as sapienciais normas canônicas nesses casos, nem muitas vezes respeitadas nos dias de hoje.

Porém, uma vez na água, apareceu na hóstia uma mancha vermelha de textura singular, que fazia pensar em tecido humano.

O então bispo de Legnica, Mons. Stefan Cichy, instituiu uma comissão para investigar o acontecido com a sagrada forma.

Em fevereiro de 2014, com a permissão da diocese, um fragmento da hóstia com aspecto de tecido ensanguentado foi retirado e colocado sobre um corporal. Depois foram recolhidas amostras para serem analisadas em laboratórios de diferentes institutos forenses.

Os médicos dos Departamentos de Medicina Legal consultados verificaram que os fragmentos recolhidos contêm células de músculo estriado transversal semelhantes às do músculo cardíaco.

O bispo de Legnice proclama o milagre eucarístico no santuário de São Jacinto.
O bispo diocesano proclama o milagre eucarístico
no santuário de São Jacinto.
Segundo o “Catholic Herald”, os testes foram realizados no Departamento de Medicina Legal, em Wroclaw (em alemão: Breslau), no início de 2014.

Outro estudo foi realizado posteriormente pelo Departamento de Medicina Legal da Universidade de Medicina da Pomerania, em Szczecin (em alemão: Stettin, em português: Estetino), acrescentou a revista britânica.

Esse laboratório concluiu que “na imagem histopatológica, nos fragmentos (da Hóstia) foram achadas partes fragmentadas de músculo estriado transversal. É mais semelhante ao músculo cardíaco.

“Os testes também determinaram que o tecido é de origem humana, e verificou-se nele sinais de agonia”.

Considerando a relevância dos pareceres médico legais, em janeiro de 2016 D. Kiernikowski encaminhou o caso ao Vaticano, submetendo-o à consideração teológica da Congregação para a Doutrina da Fé.

Essa importantíssima Congregação vaticana declarou-se favorável à exposição da hóstia miraculosa à veneração pública, e recomendou que se explicassem bem os fatos aos fiéis.

A hóstia fica exposta numa capela do santuário sob a responsabilidade do pároco, Pe. Andrzej Ziombrze.

No documento de proclamação do milagre, o bispo afirma: “Espero que isso sirva para aprofundar a adoração da Eucaristia e tenha um impacto inconfundível na vida das pessoas que se aproximam da relíquia. Vemos isso como um exemplo maravilhoso, uma expressão particular da bondade e do amor de Deus”.

O texto completo do decreto do bispo, vertido para o inglês, pode ser lido AQUI:

A esperança do bispo é de grande importância para a nossa época, quando se pretende entregar a Eucaristia a pecadores públicos, esquecendo que n’Ela estão verdadeira, real e substancialmente presentes o Corpo, o Sangue, a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Médicos forenses tiraram amostras, analisaram em laboratórios e concluíram 'é tecido muscular humano' como o de um coração de um homem em agonia.
Médicos forenses tiraram amostras, analisaram em laboratórios
e concluíram: 'é tecido muscular humano'
como o de um coração de um homem em agonia.
No site da paróquia onde ocorreu o milagre há mais fotos e explicações, mas só em língua polonesa.

Obedecendo às instruções do bispo, um livro aberto recolhe no santuário o testemunho das graças recebidas e “outros eventos milagrosos”.

É significativo que o milagre tenha acontecido na igreja consagrada a São Jacinto (1185-1257), chamado de “Apóstolo do Norte”.

O santo foi um religioso dominicano polonês do século XIII, grande pregador da Eucaristia e da Adoração do Santíssimo Sacramento.

Em 1240, hordas de mongóis pagãos invadiram o mundo eslavo em fase de conversão, devastando cidades, campos e pilhando as igrejas.

Atacaram então a cidade de Kiev, hoje capital da Ucrânia, onde São Jacinto rezava diante do Santíssimo Sacramento.

Percebendo que a cidade iria cair nas mãos dos bárbaros, ele tirou do sacrário o cibório contendo as sagradas hóstias do sacrário com a intenção de fugir e assim salvar as sagradas espécies.

O documento do bispo certificando o milagre.
O documento do bispo certificando o milagre.
Nessa hora o santo ouviu uma voz, proveniente de uma imagem de Nossa Senhora feita em alabastro:

– “Jacinto, você vai fugir e deixar-me sozinha? Leve-me com você”.

– “Querida Mãe, sua estátua é muito pesada, como poderei levá-la?”, disse ele.

– “Meu Filho vai torná-la ligeira, leve-me”, replicou Nossa Senhora.

E, com efeito, a estátua ficou leve como uma pluma. São Jacinto colocou então o cibório com o Santíssimo Sacramento e a estátua da Virgem sob a sua capa dominicana.

Acompanhado por outros religiosos, conseguiu milagrosamente cruzar o grande rio Dnieper que corta a cidade e atravessar o acampamento dos bárbaros mongóis sem ser detectado.

São Jacinto fundou mosteiros dominicanos na Ucrânia e na sua Polônia natal, onde faleceu na cidade de Cracóvia.

Mas sua influência não se esgotou nos tempos medievais.

Três séculos depois, quando os protestantes apareceram para negar a Presença Real de Jesus Cristo na Eucaristia e se revoltarem furiosamente contra a devoção a Nossa Senhora, o nome e as imagens do religioso, cujo processo de canonização ainda estava em andamento em Roma, multiplicaram-se piedosa e assombrosamente em ícones, pinturas e esculturas.

São Jacinto foge de Kiev em chamas salvando a Eucaristia e a imagem de Nossa Senhora. Leandro Bassano (1557-1622), igreja de São João e São Paulo, Veneza
São Jacinto foge de Kiev em chamas salvando a Eucaristia e a imagem de Nossa Senhora.
Leandro Bassano (1557-1622), igreja de São João e São Paulo, Veneza
Foi então que os Papas aprovaram a difusão de sua devoção. Ele foi canonizado no dia 17 de abril de 1594 pelo Papa Clemente VIII. O Papa Inocêncio XI nomeou-o padroeiro da Lituânia.

Os devotos de São Jacinto sublinham que o bispo diocesano aprovou o milagre eucarístico acima descrito no dia 17 de abril de 2016, aniversário da canonização do santo.

Ele é apresentando com uma grande estátua da Virgem numa mão e um belo ostensório eucarístico na outra, atravessando miraculosamente o rio e o acampamento dos bárbaros.

São Jacinto é mundialmente cultuado pelos seus milagres e pelo exemplo heroico de arriscar sua vida para não permitir que a Eucaristia fosse objeto de sacrilégio ou profanação por aqueles que não são dignos.



Santo Sudário de Turim e o Sudário de Oviedo “envolveram a mesma pessoa”, concluiu inquérito

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O professor Juan Manuel Miñarro ganhou celebridade criando imagens de Cristo de acordo com o Santo Sudário.
O professor Juan Manuel Miñarro ganhou celebridade
criando imagens de Cristo de acordo com o Santo Sudário.
Veja mais em: Professor faz Crucificado segundo os dados do Santo Sudário
Luis Dufaur
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O Santo Sudário de Turim e o Sudário de Oviedo “quase com inteira certeza envolveram o cadáver da mesma pessoa”, concluiu uma investigação que comparou as duas relíquias com base na Antropologia Forense e na Geometria.

O trabalho foi realizado pelo doutor em Belas Artes e professor de Escultura da Universidade de Sevilha, Juan Manuel Miñarro, no contexto de um projeto do Centro Español de Sindonología (CES) sediado em Valencia, Espanha.

O estudo acresce aquilo que é afirmado há séculos pela tradição: que os dois tecidos pertenceram ao mesmo personagem histórico: Jesus de Nazaré.

Também confirma que o Santo Sudário teria sido o lençol funerário que envolveu o Corpo de Jesus quando Ele foi depositado no sepulcro, enquanto o Sudário de Oviedo seria o tecido que cobriu seu rosto na Cruz logo após morrer.

Os dois tecidos seriam aqueles que São Pedro e São João acharam no sepulcro logo após a Ressurreição, segundo narra o Evangelho de São João (20, 1-9):
1. No primeiro dia que se seguia ao sábado, Maria Madalena foi ao sepulcro, de manhã cedo, quando ainda estava escuro. Viu a pedra removida do sepulcro.

2. Correu e foi dizer a Simão Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava: Tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram!

3. Saiu então Pedro com aquele outro discípulo, e foram ao sepulcro.

4. Corriam juntos, mas aquele outro discípulo correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro.

5. Inclinou-se e viu ali os panos no chão, mas não entrou.

6. Chegou Simão Pedro que o seguia, entrou no sepulcro e viu os panos postos no chão.

7. Viu também o sudário que estivera sobre a cabeça de Jesus. Não estava, porém, com os panos, mas enrolado num lugar à parte.

8. Então entrou também o discípulo que havia chegado primeiro ao sepulcro. Viu e creu.

9. Em verdade, ainda não haviam entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dentre os mortos.

O professor Miñarro esclarece que a investigação “não prova por si só que essa pessoa seja exatamente Jesus Cristo, mas sim aponta muito claramente que esse é o caminho para demonstrar completamente que o Santo Sudário e o Sudário de Oviedo envolveram a cabeça do mesmo cadáver”, segundo ele explicou à agência Paraula.

A investigação identificou um número de coincidências entre ambas as relíquias que “supera com abundância o mínimo de pontos significativos ou de provas exigidas pela maioria dos sistemas judiciais do mundo para a identificação de pessoas, que é entre oito e doze, enquanto a nossa análise descobriu mais de vinte”.

As linhas craniométricas permitem identificar rostos. No caso do Homem do Sudário um rosto muito deformado pelas lesões
As linhas craniométricas permitem identificar rostos.
No caso do Homem do Sudário um rosto muito deformado pelas lesões
A investigação registrou “importantíssimas coincidências” nas principais características morfológicas (tipo, tamanho e distâncias entre as pegadas), o número e a distribuição das manchas de sangue, as pegadas peculiares das diversas lesões registradas nos dois lençóis e as superfícies deformadas.

Há “pontos que evidenciam a compatibilidade entre ambos os lençóis” na parte da fronte, onde há restos de sangue, no dorso do nariz, no pômulo direito e no queixo, que “apresentam diversas contusões”.

Miñarro sublinha que os dois tecidos apresentam diferenças morfológicas, mas aquilo “que parece inquestionável é que os pontos onde jorrou sangue se correspondem totalmente”.

As diferenças morfológicas nos tecidos podem se explicar por que “o contato com elas foi diverso” do ponto de vista da duração, modo de aplicação e intensidade do contato da cabeça com cada um deles e pela “elasticidade própria dos tecidos de linho”.

A conclusão é que as coincidências “são tais que ficou muito difícil achar que se trate de pessoas diversas”, sublinhou Jorge Manuel Rodríguez, presidente do CES.

“Chegamos a um ponto em que parece absurdo perguntar se todas essas feridas, contusões, inchaços… poderiam coincidir ‘em virtude de algum azar’. A lógica nos exige pensar que estamos falando da mesma pessoa”, concluiu.

As técnicas utilizadas são as da geometria – para o reconhecimento e a aplicação dos pontos craniométricos e das líneas anatômicas – e as da Antropologia Forense, que é a especialidade da Medicina encarregada de identificar os restos humanos.

Outros trabalhos científicos constataram a afinidade de pessoa em ambas relíquias.
Veja mais em: Concordâncias científicas entre o Sudário de Turim e o de Oviedo
O professor Miñarro utilizou fotografias em tamanho real das duas relíquias e superpôs as imagens com a ajuda de raios laser, acetatos e um programa informático, seguindo um procedimento utilizado na investigação criminalista.

Sua investigação foi desenvolvida durante dois anos, apoiada em diversos estudos prévios do EDICES que o patrocinou, mas também em estudos de outros investigadores, como Giulio Ricci, considerado pioneiro na comparação entre o Santo Sudário de Turim e o Sudário de Oviedo.

O médico forense Alfonso Sánchez Hermosilla e o engenheiro Guillermo Heras, vice-presidente de Investigação do CES, acharam que, aproveitando as técnicas habituais da Criminalística, o professor Miñarro:

“pôde localizar os pontos craniométricos mais significativos nos dois lençóis, tarefa relativamente simples no caso do Santo Sudário de Turim, mas extremamente complexa no caso do Sudário de Oviedo. Isso lhe permitiu reconstituir as proporções antropométricas e craniométricas” dos dois”.


Anjos levaram a casa de Maria de Nazareth a Loreto: única tese que resiste à crítica científica

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Translação da Santa Casa de Loreto.  Pintura anônima do século XVII, México
Translação da Santa Casa de Loreto.
Pintura anônima do século XVII, México
Luis Dufaur
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Numa conferência promovida pelo Centro Cultural “Amici del Timone” de Staggia Senese, Itália, sobre “A santa Casa. História da incrível translação angélica da Casa de Maria de Nazareth a Loreto”, se desenvolveu ainda mais um tema que interroga à engenharia.

Com efeito, na cidade de Loreto, região Marche, há séculos se encontra a Santa Casa, onde nasceu Nossa Senhora e onde Ela recebeu o Anúncio da Encarnação pela voz do Arcanjo São Gabriel.

Porém, o fato se deu em Nazaré, Terra Santa. E ali se encontram os fundamentos da mesma Santa Casa. Esses, comparados com as dimensões e características Casa de Loreto coincidem perfeitamente. E as afinidades e concordâncias não acabam por ali.

Como é que a Santa Casa se descolou, por assim dizer, da sapata e foi aparecer íntegra a perto de 3.000 quilômetros de distância e ali permanece até hoje, também íntegra?


A translação aconteceu no século XIII, segundo provas históricas. Mas, como ela pode ter sido feita considerando a pobreza dos recursos tecnológicos da época?

Ela é atribuída a uma ação angélica reconhecida oficialmente por Papas e defendida por santos. Mas, essas autorizadas aprovações não visam explicar o procedimento material que transportou um objeto do tamanho de uma casa de um continente a outro no período máximo de uma noite.

Entretanto, essa translação está confirmada com provas históricas, documentais e arqueológicas. A ciência mais uma vez confirma a Igreja para pasmo de muitos.

O professor Giorgio Nicolini que consagrou sua vida de estudo e investigação ao caso, falou em dito Congresso. Com argumentos das referidas ciências, ele considera demonstrada a veradicidade histórica do miraculoso traslado.

Segundo ele expôs na conferência, existem muitos documentos e testemunhos oculares do traslado, inexplicável à luz das ciências e técnicas humanas.

O professor Nicolini estabeleceu uma cronologia da mudança de local.

Santa Casa, percurso de Nazareth até Loreto
Santa Casa, percurso de Nazareth até Loreto
1. No dia 9 de maio de 1291 a Santa Casa se encontrava ainda em Nazareth.

2. Na noite entre 9 e 10 de maio de 1291 ela percorreu aproximadamente 3.000 quilômetros e chegou a Tersatto, na região da Dalmácia, hoje um bairro da cidade de Fiume (Croácia).

Naquela ocasião, o senhor feudal de Tersatto, Nicolò Frangipane, enviou pessoalmente uma delegação a Nazareth, para constatar se em verdade a Santa Casa tivesse desaparecido de seu lugar original.

Os emissários não só constataram a desaparição, mas encontraram a sapata sobre a qual a Casa havia sido construída e de onde as paredes tinham sido tiradas em bloco.

Esses fundamentos estão em Nazareth e em torno deles foi construída a basílica da Anunciação. Em Loreto se encontra a Casa desprovida de baseamento e apoiada diretamente no chão.

3. Na noite entre os dias 9 e 10 de dezembro de 1294, a Santa Casa desapareceu de Tersatto e pousou “em diversos lugares” da Itália. Ela ficou durante nove meses numa colina sobre o porto de Ancona, que por isso mesmo passou a ser denominada “Posatora”, do latim “posat et ora”.

No local foi edificada uma igreja como lembrança do fato segundo registrou na época um sacerdote que assina don Matteo, provavelmente testemunha ocular.

Também duas lápides comemoram o fato. Uma é da mesma época do evento, e está escrita em latim vulgar antigo. A outra está escrita em vernáculo, é do século XVI e é uma cópia da mais velha.

A lápide mais antiga de Posatora já falava de “Nossa Senhora de Loreto” ficando claro que a inscrição foi feita após a partida do local.

4. Em 1295, após nove meses em Posatora a Santa Casa foi trasladada a uma floresta que pertencia a uma mulher de nome Loreta, na proximidade da cidade de Recanati. De ali provém o nome Loreto.

5. Entre 1295 e 1296, após permanecer oito meses nesse local, a Santa Casa foi transportada milagrosamente até uma roça que pertencia a dois irmãos da família Antici, sobre o Monte Prodo.

6. Em 1296, após quatro meses na dita roça, a Santa Casa partiu e foi pousar num sendeiro público que ligava Recanati e Ancona, sobre o Monte Prodo, onde ainda se encontra.

A Santa Casa em Loreto, estado atual do interior da casa de Nossa Senhora.
A Santa Casa em Loreto, estado atual do interior da casa de Nossa Senhora.
Muitíssimos outros elementos atestam a veracidade histórica do traslado inexplicável. Três igrejas foram construídas em Ancona – duas ainda existentes – lembrando que testemunhas oculares viram chegar a Santa Casa “voando” a Ancona e a parada em Posatora.

Acresce que em Forìo, na Ilha de Ischia, os pescadores da ilha que comerciavam com Ancona voltaram narrando dos fatos que tinham se dado em 1295.

O relato moveu os habitantes da cidade a erigir uma Basílica consagrada a “Santa Maria di Loreto”. Eles também viram com seus próprios olhos a Santa Casa em Ancona.

O culto das milagrosas translações foi aprovado por diversos bispos da região. As aprovações dos Papas foram sendo renovadas durante séculos até a instituição da Festa da Translação no dia 10 de dezembro de todo ano, definitivamente estabelecida por Urbano VIII em 1624.

A translação foi reconhecida por diversos Sumos Pontífices, entre os quais Paulo II, Júlio II, Leão X, Pio IX, Leão XIII e Pio XI. Os respectivos documentos em que os Papas reconhecem o fato como sobrenatural além de seu valor religioso têm reconhecido o valor de documento pela ciência histórica.

O professor Nicolini apontou a mentalidade materialista, ora agnóstica e ateia, ora protestante envolvida em papel Bíblia, que pretende desacreditar a autenticidade da Santa Casa venerada em Loreto.

Em certo sentido, essa oposição estimulou um aprofundamento dos estudos que demonstraram ser originária da Terra Santa. Provam isso a composição química da massa com que foi construída a casa, sua forma e muitos pormenores arquitetônicos.

Contra a translação angélica, forjou-se até a novela de que uma fantasiosa família principesca de Epiro chamada “Angeli” teria desmontado a Casa e a teria transportado tijolo por tijolo a pedido dos Cruzados que estavam vendo o avanço destrutor dos muçulmanos.

Vidro no chão permite observar que os muros sem alicerces estão ainda apoiados na terra e parte no vácuo
Vidro no chão permite observar que os muros sem alicerces
estão ainda apoiados na terra e parte no vácuo
Tal família teria depois reconstruído a casa em Loreto. Nas condições de transporte do século XIII tal operação teria sido uma façanha mais miraculosa de que a translação angélica.

As pedras e tijolos estão unidos com uma massa cuja composição físico-química só se encontra na Palestina. E precisamente na região de Nazareth, inexistindo em qualquer parte de Marche e ou de qualquer outro lugar da Itália.

Acresce que se se a Casa foi desmontada e restaurada em diversos locais por mão humana – como pretende a imaginosa objeção – não se entende como teria sido possível conservar as exatas proporções geométricas da casa de Nazareth cujos fundamentos hoje batem perfeitamente com os muros de Loreto.

Vidro no pavimento da Santa Casa de Loreto permite ver que ela não tem sapata
Vidro no pavimento da Santa Casa de Loreto permite ver que ela não tem sapata
Tampouco teria sido possível que ninguém percebesse que a Casa estava sendo desmontada e depois reconstruída, e ainda no breve lapso de uma noite no centro do santuário de Nazareth e depois na Itália.

Mais inexplicável ainda é o fato de a Santa Casa ter sido finalmente depositada cortando uma velha estrada de terra. Nessa estrada a passagem dos animais e das charretes abriu naturalmente valetas no centro da estrada, elevou as margens que, por sua vez geraram canaletas em ambos os lados.

Dessa maneira, os muros sem alicerces estão ainda apoiados na terra e parte no vácuo. Isso hoje pode ser verificado pelos peregrinos através de um vidro no chão.

Acresce que a Prefeitura de Recanati já naquela época havia proibido construir casas nas estradas públicas e ordenou demolir todos os prédios que fossem feitos em violação da norma.

Como é que então poderia ter sido refeita uma casa cortando a estrada sem que ninguém percebesse?

Outra grade dificuldade provém da ausência de meios naquela época para transportar uma casa inteira, ainda que desmontada tijolo por tijolo e pedra por pedra. Tratar-se-ia de algumas toneladas.

O transporte por terra teria sido ímprobo pela demora e pela quantidade de charretes, animais e homens necessários.

Por mar, embora mais factível, teria sido também demorado e sujeito a perdas pelas tempestades.

Mais complicado ainda seria cortar os muros em partes e leva-las sem desmanchar numa viagem de 3.000 quilômetros e depois recolá-las sem deixar sinais dos pontos de junção.

Uma das capelas da basílica da Santa Casa, em Loreto
Uma das capelas da basílica da Santa Casa,
em Loreto
Esses fatores materiais, explicou o prof. Nicolini, postulam a impossibilidade de um transporte com os meios técnicos da época.

Também é errada e falsa a interpretação do documento em que se baseia a teoria descartada.

O Prof. Andrea Nicolotti, da Universidade de Estudos Históricos de Turim, após aprofundado exame, concluiu ser uma “falsidade histórica” a interpretação do “Chartularium Culisanense” de onde se pretende tirar a ideia de um transporte por obra de homem.

Na única linha desse documento que fala da Santa Casa está escrito textualmente: “As Santas Pedras tiradas da Santa Casa de Nossa Senhora a Virgem Madre de Deus”.

Fica evidente que o documento não fala de toda uma Casa, mas só de algumas pedras de uma casa cuja localização não é mencionada.

Acontece que Nossa Senhora residiu em outras casas. Por exemplo, os Evangelhos mencionam a casa de São João, depois da crucificação de Jesus: “Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa” (João, 19, 27).

E também a casa de Éfeso, hoje na Turquia, onde é visitada por inúmeros romeiros, onde Nossa Senhora se refugiou com São João para fugir da perseguição da Sinagoga.

Por isso é razoável concluir que dito documento – se for verdadeiro – não se refere nem mesmo à Casa de Nazareth.

Da longa e detalhada demonstração do professor Nicolini se deduz que é muito mais razoável supor a translação angélica resultante de uma obra maravilhosa de Deus, para quem nada é impossível e que tem operado milagres bem maiores do que esse.

Uma translação operada por mãos humanas deveria ser considerada um evento ainda mais milagroso do que a efetivada por obra dos anjos.


Vídeo: Santa Casa de Loreto: a translação milagrosa e a ciência




Entrevista ao Prof. Nicolini, em Posatora, um dos locais onde posou a Santa Casa.




Para matemático, chance de o Santo Sudário não ser verdadeiro é de uma em 200 bilhões

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O matemático Bruno Barberis é professor de Mecânica Racional na Universidade de Turim
O matemático Bruno Barberis é professor de Mecânica Racional na Universidade de Turim
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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O matemático Bruno Barberis, professor de Mecânica Racional na Universidade de Turim, desenvolveu um cálculo estatístico sobre a probabilidade de o Santo Sudário ser efetivamente o lençol mortuário que envolveu o corpo de Jesus.

O cálculo tomou como ponto de partida a imponente massa de dados coletados por outras ciências e submetidos à crítica da comunidade científica.

O resultado do professor Barberis é que a chance de o Santo Sudário não ser verdadeiro é de uma em 200 bilhões.

O autor publicou seus resultados explicando o método empregado no trabalho “L’uomo della Sindone e il calcolo delle probabilità” (O homem do Santo Sudário e o cálculo de probabilidade, Bruno Barberis, in AaVv, “Sindone. Vangelo-storia-scienza”, Elledici 2010, pp.231-246).

Numa entrevista à agência Zenit o professor Barberis explicou como chegou a tal número.



“Trata-se de um cálculo feito para verificar a correlação entre a descrição que emerge da imagem que vemos no Santo Sudário e a narração da Paixão e Morte de Jesus que lemos nos Evangelhos.

“Podemos avaliar de modo quantitativo a probabilidade de que o Homem do Sudário seja verdadeiramente o mesmo Homem do Evangelho?

“Pelos exames confirmados sabemos que se trata de um homem torturado e crucificado. Um dos muitos da História, considerando que a crucificação foi usada desde o século VII antes de Cristo até pelo menos a época do imperador Constantino.

“Trata-se de um período de pouco mais de mil anos, no qual se pode calcular talvez alguns milhões de crucificados e com certeza algumas centenas de milhares.

Cristo feito com base nos dados do Santo Sudário.
Feito pelo prof. Juan Manuel Miñarro.
Veja mais: Professor faz Crucificado segundo os dados do Santo Sudário
“Flávio Josefo nos conta que depois da destruição do templo de Jerusalém as crucificações de judeus duraram meses, com uma média de quinhentas por dia.

“Portanto, os números são elevados. Mas podemos deduzir algumas características do Santo Sudário ligadas a tudo o que aconteceu a esse homem em particular.

“Por exemplo:

–  os golpes no rosto,
– a fratura da cartilagem nasal,
– o hematoma no pômulo direito,
– as feridas nas arcadas ciliares,
– o casco de objetos pontiagudos sobre a cabeça que provocou uma trintena de feridas com suas respectivas hemorragias,
– o fato de ter carregado nas costas uma peça rústica e pesada que lhe provocou duas grandes chagas, que terá sido muito provavelmente a trave horizontal da cruz.

“Podemos acrescentar:

– o fato de ter sido flagelado, crucificado com pregos numa época em que se preferia cordas em lugar de pregos;
– o fato de ter sido ferido no tórax depois da morte;
– o fato de ter sido envolvido num pano fúnebre como se fazia só com as personalidades importantes, porque os ritos fúnebres custavam caríssimo e os crucificados em geral eram escravos ou prisioneiros de guerra, certamente não romanos, porque era proibido crucificar os cidadãos romanos.

“Também destacamos como o corpo ficou no lençol durante poucas horas, porque não se veem as manchas da decomposição que aparecem por volta de 50-60 horas depois da morte.

“Isso significa que esse corpo ficou no Sudário durante um número inferior de horas e depois foi tirado e nunca mais reposto.

“Todas essas características estão presentes no Santo Sudário e na narração evangélica de Jesus e coincidem na perfeição.”

O entrevistador perguntou ao matemático Bruno Barberis qual seria a probabilidade de que essas características se verificassem em algum outro homem crucificado ao longo da História.

O professor de Turim respondeu:

“A flagelação é um dado pouco significativo, porque era aplicada a pelo menos 80% dos crucificados. A crucificação com pregos é mais significativa, pois foi usada em pelo menos  50% dos supliciados.

A coroação de espinhos foi um fato único acontecido ao Homem do Sudário.
Reconstituição da coroa de espinhos na amostra O homem do Sudário, Curitiba.
“Se examinarmos a coroa de espinhos sobre a cabeça, verificamos que é um caso único na História que conhecemos.

“Certamente não era costume nas crucificações. Não poso garantir que tenha sido o único caso, mas sim que apresenta certamente uma probabilidade muito baixa.

“Inclusive a ferida no tórax está fora das normas: se se queria provocar a morte do crucificado, fraturavam-lhe as pernas. Além do mais, a ferida do lado foi infligida depois de ter morrido.

“Até a existência do Santo Sudário é um dado significativo: ninguém reclamava os corpos dos crucificados, que certamente não eram envoltos num pano que se costumava comprar dos comerciantes importadores.

“Os crucificados eram deixados sobre as cruzes ou sepultados em fossas comuns. Além do mais, o enterro foi feito com presteza e deve ter acontecido algo significativo por onde o corpo ficou poucas horas envolto no véu mortuário.

“Se atribuo a cada fato uma probabilidade matemática, a probabilidade geral de que estas condições se verifiquem num outro caso se obtém um número pequeníssimo: 1 entre 200 bilhões.

“Quer dizer, a probabilidade de que esses fatos possam se verificar ao mesmo tempo num outro crucificado é quase zero.

“Se tivessem sido crucificadas mais de duzentos bilhões de pessoas, eu poderia dizer que poderia haver a probabilidade de um.

“Mas no caso isto equivale a dizer que não pode ter acontecido algo do gênero, nem sequer a um só dos supliciados.

“Quando eu tenho dois casos que apresentam características similares – Jesus e o Homem do Sudário – e a probabilidade matemática de que eles coincidem é altíssima, eu tenho quase uma certeza”.





Na dieta dos Templários, o segredo de sua longevidade?

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Jazigo de um cavaleiro templário, Igreja do Templo, Londres. Fundo: a mesma igreja.
Jazigo de um cavaleiro templário, Igreja do Templo, Londres.
Fundo: a mesma igreja.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




O estudo e a produção de alimentos saudáveis é uma área na qual a ciência vem aplicando seus melhores recursos e conhecimentos.

Diversas especialidades da Medicina também se aplicam na análise das dietas mais apropriadas para a saúde dos variados tipos humanos, sadios e doentes, crianças, jovens e velhos, moradores da cidade, esportistas, e até astronautas.

Na Igreja Católica, as Ordens religiosas têm – ou tinham – normas especiais para a alimentação de seus membros em função de suas respectivas vocações e missões.

Encontramos desde Ordens penitenciais contemplativas de uma austeridade e penitências admiráveis e impressionantes, até Ordens dedicadas às atividades apostólicas, inclusive manuais, que têm um regime muito mais farto.

Os adversários da Igreja muitas vezes tentaram explorar os diversos graus de rigor das Ordens religiosas para debochar delas como exemplos de costumes atrasados, primitivos e em desacordo com a natureza humana, sua saúde e bem-estar.

Outras vezes, os mesmos difamadores espalham que os monges viviam uma vida desregrada em meio a comilanças e bebedeiras indescritíveis que lhes encurtavam a vida.

Agora, uma equipe internacional de professores de Medicina na revista acadêmica‘Digestive and Liver Disease’ apresentou um trabalho científico inesperado, cujo título diz tudo: “A dieta dos cavaleiros templários foi o segredo de sua longevidade?”

Os Templários – ordem extinta há séculos – pertenciam a uma categoria especial de Ordens religiosas: eram monges cavaleiros, portanto guerreiros, que se dedicavam a proteger os peregrinos na Terra Santa.

Nos tempos de paz mantinham hospedagens e hospitais imensos e modelares, gratuitos para todos. Também vigiavam estradas e locais perigosos, com tarefas análogas à das polícias militares e de fronteira modernas.

Em tempos de guerra, integravam as tropas de elite cristãs que combatiam contra o Islã e empreendiam campanhas em locais inóspitos ou insalubres, não raras vezes padecendo fome ou sede, constrangidos a comer miseravelmente ou beber água suspeita.

Essa vida peculiar os levava a seguir os conselhos de São Bernardo, de se manterem fortes e saudáveis para o momento de enfrentar os inimigos da Cruz.

Os autores do trabalho sobre a dieta dos frades templários são o Prof. Francesco Franceschi, docente do Instituto de Medicina Interna da Universidade Católica de Roma; o Prof. Roberto Bernabei, do Departamento de Gerontologia e Geriatria da Universidade Católica do Sagrado Coração de Roma; o Prof. Peter Malfertheiner, do Departamento de Gastrenterologia, Hepatologia e Doenças Infecciosas da Universidade Otto-von-Guericke de Magdeburg, Alemanha; e o Prof. Giovanni Gasbarrini, da Fundação de Pesquisas na Medicina ONLUS, de Bolonha, Itália.

Uma austeridade prudente mas sábia no comer lhes proporcionava um vigor excepcional. Jazigo de um cavaleiro Templário na Igreja do Templo, Londres
Uma austeridade prudente mas sábia no comer
lhes proporcionava um vigor excepcional.
Jazigo de um cavaleiro Templário, Igreja do Templo, Londres
O fato é que os Templários, com uma vida guerreira e frequentes combates, tinham uma expectativa de vida 30 anos acima da média de seus contemporâneos, cujas condições de vida eram muitas vezes muito mais folgadas e aconchegadas.

Os cientistas identificaram a explicação desse paradoxo no regime alimentar dos monges guerreiros.

Debruçando-se então nos documentos da era medieval em busca de uma explicação científica, chegaram à ideia de que a dieta ajudou esses monges-soldados a viver muito mais tempo que a média da época.

Naqueles tempos, a expectativa de vida oscilava entre 25 e 40 anos. Mas, segundo as fontes históricas, muitos Templários não só viveram até 70 anos, mas eram também mais saudáveis e fortes.

Tudo isso contribuía a circundar a Ordem dos Cavaleiros do Templo com uma áurea de admiração e reverência. Nos afrescos e nas estátuas eles eram representados como homens altos e robustos, imponentes e cheios de vigor. E em geral eram assim.

Para isso não tinham nenhuma fórmula mágica, nem elixir fantasioso: sua excepcional longevidade e sua ótima saúde eram geralmente atribuídas a um dom divino, mas também se deviam muito provavelmente a sua Regra monástica, também inspirada pela graça.

O regime alimentar dos monges-guerreiros não era nada pobre, mas muito variegado e, sobretudo, muito sadio quando analisado à luz do que ensina a dietética moderna.

Comiam pouca carne: não mais que duas ou três vezes por semana. Em seu lugar, muitos legumes e peixe, queijo, azeite e frutas frescas. Além do mais, deviam respeitar regras de higiene para ir à mesa, dispor o refeitório e os pratos, e dar grande atenção à qualidade do que comiam.

Os Templários, como os monges em geral, comiam com muita sabedoria e por isso se alimentavam melhor. As categorias sociais que não participavam dessa sabedoria podiam pecar por excesso ou carência num sentido ou noutro. Mas podiam bater sempre na porta dos conventos e serem acolhidos com generosidade na mesa dos religiosos.

Os monges hospitalários de São João de Jerusalém, mais conhecidos como Ordem de Malta, ainda hoje existentes, também eram guerreiros de elite. Nos tempos de paz fundaram em Jerusalém o Hospital, no sentido de hospedagem. A instituição virou também hospital para doentes e foi tão modelar que os hospitais hoje herdam seu nome.

No Hospital os monges guerreiros e hospitalares não podiam tomar refeições até terem garantido as dos doentes e romeiros dos quais cuidavam. Pela Regra, deviam tratá-los como se fossem o próprio Jesus Cristo.

Em todas as classes a obesidade era considerada símbolo de riqueza e bem-estar. As categorias sociais mais ricas em geral exageravam o consumo de carnes e gorduras. Por isso, observa o estudo, na nobreza eram frequentes a gota, a obesidade, a diabete e as doenças provocadas por altos níveis de colesterol e triglicérides.

Mas os Templários, que provinham em geral de famílias nobres, em virtude de uma dieta nutritiva, sã e equilibrada, gozavam de uma saúde decididamente melhor.

Placa de bronze do século XII com três cavaleiros Templários das origens da Ordem. Burrell Collection, Glasgow, Escócia.
Placa de bronze do século XII com três cavaleiros Templários das origens da Ordem.
Burrell Collection, Glasgow, Escócia.
Assim diz o Dr. Franceschi no referido estudo:

“A dieta dos Templários é muito moderna e prenuncia a dieta mediterrânea. Combatia todas essas doenças [acima mencionadas]: comiam pouca carne (duas vezes por semana), muitos legumes (três dias por semana) que hoje se consume pouco, mas que incluem poderosos probióticos [“organismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefício à saúde do hospedeiro”]; o peixe era muito frequente e na água acrescentavam suco de laranja para obter um efeito antibacteriano”.

Estavam proibidos de caçar e se dedicavam preferentemente à criação de peixes. Consumiam muitos frutos do mar. Os autores do estudo consideram que agindo dessa maneira “se beneficiavam do efeito positivo dos ácidos grassos ômega-3 sobre os níveis hemáticos de colesterol e triglicérides, além do efeito antioxidante e antidepressivo dos moluscos”.

Mas não era só isso: os Cavaleiros Templários, obedecendo às disposições de sua Regra, lavavam as mãos antes das refeições, mantinham o refeitório sempre bem arrumado e as toalhas muito limpas.

Aqueles que executavam tarefas manuais de tipo agrícola, por exemplo, não podiam servir os alimentos na mesa. Trata-se obviamente de regras de boa conduta que favorecem a higiene na mesa e previnem a difusão de infecções.

Nos documentos históricos transparece que também seu modo de beber era muito saudável. Bebiam em quantidades moderadas um vinho de palmeira de baixa graduação alcoólica, típico da Terra Santa, que, segundo o estudo, “tem uma propriedade antiplaquetária inteiramente semelhante à cardioaspirina”.

Acrescentavam polpa de Aloe vera, uma planta dotada de efeitos antissépticos e fungicidas muito útil nos países de clima desértico cálido. Bebiam a água misturada com suco de laranja para desinfetá-la e aproveitar o necessário aporte de vitamina C.

São Bernardo de Claraval escreveu a Regra dos cavaleiros templários. Nela, definiu o regime alimentar que eles deviam cumprir religiosamente.
São Bernardo de Claraval escreveu a Regra dos cavaleiros templários.
Nela, definiu o regime alimentar que eles deviam cumprir religiosamente.

Os Cavaleiros Templários seguiam a Regra De laude novae militiae, redigida para eles por São Bernardo de Claraval. Entre as cláusulas, várias são relativas à nutrição, aos alimentos e às formas de consumi-los:

VII – Sobre as refeições: “Desejamos que façais vossas refeições em comum, num mesmo local, a saber, o refeitório”.

IX – Sobre a carne: “Na semana, excetuados o Natal, a Páscoa ou a festividade de Nossa Senhora e de Todos os Santos, bastar-vos-á a carne em três ocasiões, porque comer habitualmente carne favorece um indesejável desgaste de vossos corpos. Porém, se um dia de jejum cair num dia de abstinência, guardareis uma quantidade abundante para o dia seguinte. Nos domingos, porém, parece-nos correto e viável que todos os cavaleiros professos e os capelães recebam dois pratos de carne para honrar a Santa Ressurreição”.

X – Como devem comer os cavaleiros: “Os irmãos em geral devem comer em pares, a fim de que um possa zelar pelo outro com cuidado para evitar os excessos e a falta de moderação na bebida”.

XI – Nos demais dias, três pratos de vegetais serão suficientes: “Nos outros dias, quer dizer, segunda-feira, quarta-feira e sábado, acreditamos que dois ou três pratos de vegetais ou outros alimentos como sopas serão suficientes para todos”.

XII – O que pode ser comido nas sextas-feiras: “Recomendamos a abstinência durante a Quaresma em honra da Paixão, a ser feita por toda a congregação excetuados os débeis e doentes, e que assim seja até a Páscoa”.

XIII – Ação de graças após cada refeição: “Frações de pão devem ser distribuídas com amor fraterno aos servidores e aos necessitados”.

XV – A colação será por decisão do Mestre: “Quando o sol desce para o Ocidente, ao som de um sinal, como é costume na região, devemos rezar Completas, mas podemos tomar uma colação antes de ir para o ato. Esta colação fica a juízo e decisão do Mestre, que decidirá se vai ser tomada com água ou, se julgar com compaixão, com uma quantidade razoável de vinho temperado. Verdadeiramente a quantidade não deverá ser muito grande; deve ser moderada, uma vez que o vinho faz com que até os sábios esqueçam a sua religião”.

LXII – O alimento deve ser servido por igual: “Para todos os irmãos professos o alimento deve ser distribuído por igual, em função dos recursos do local”.

Como conclusão, os professores de medicina acreditam que a dieta e o estilo de vida podem ser a explicação da extraordinária longevidade dos Cavaleiros Templários. E, se isto for verdadeiro, o ditado “aprender do passado” nunca se aplicou com tanta propriedade.


Exorcista: “Satanás atrás dos atentados islâmicos”

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Padre Gabriele Amorth, exorcista oficial da diocese de Roma:
“Satanás impulsiona o Estado Islâmico, com certeza”
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





Os recentes atentados de Nice e Bruxelas, como os do fim do ano passado em Paris e as tentativas massivas de violação de mulheres em cidades da Alemanha e do norte da Europa no Réveillon obedecem a um objetivo: erradicar o cristianismo do mundo apagando seus últimos restos já tão diminuídos.

Nos casos citados da Europa o caráter estritamente religioso da ofensiva de crimes não aparece tão claramente, pois os atentados visam o comum dos cidadãos indiscriminadamente.

O islamismo mais moderno age diante das imagens dos velhos demônios dos templos pagãos desertos como um anjo das trevas que surge das cavernas mais escuras do inferno atropelando os seus cúmplices de menor posição.

E se volta contra o mundo ocidental que ainda pode ser chamado de cristão mais por causa do passado de que pelo presente, com o mesmo furor destruidor supra-humano.

Segundo o padre Amorth, exorcista de Roma, nas violências inauditas e nas perseguições contra os cristãos praticadas pelo Estado Islâmico, é perceptível a garra do demônio.

“Il Giornale” de Milão, perguntou ao exorcista se o pessoal do Estado Islâmico estava sendo então inspirado por Satanás, ao que o Pe. Amorth respondeu:

“Com certeza! Onde está o mal, está sempre o demônio por trás incitando. Qualquer forma de mal, grande ou pequena, sempre é sugerida pelo diabo”.

O atentado de Nice (14.07.2016) foi o mais recente e, infelizmente, tal vez não foi o último, do furor de Satanás impulsionando o anticristianismo
O atentado de Nice (14.07.2016) foi o mais recente e, infelizmente,
tal vez não foi o último, do furor de Satanás impulsionando o anticristianismo
– O Sr., com seus 90 anos continua fazendo exorcismos?

– “Agora faço pelo menos dois ou três ao dia, antes chegava a fazer 15, inclusive nas datas de Natal e Páscoa. Há alguns anos calculei ter feito cerca de 70.000 exorcismos. Talvez até mais”.

– Ficam poucos exorcistas?

– “Infelizmente. Com frequência os primeiros que não acreditam no demônio são os bispos que não estão nomeando novos exorcistas.

“Ontem eu falava com um exorcista, o Pe. Vincenzo, que me dizia que havia uma fila de 40 pessoas aguardando ser exorcizadas. Eu escrevi uma carta ao Papa Francisco pedindo-lhe que permitisse a todos os sacerdotes praticar exorcismos”.

– E o Papa respondeu?

 – “Enviou-me resposta por meio do Vigário da diocese de Roma dizendo que não se podem mudar as coisas de um dia para outro. São necessários demorados procedimentos e regras a ser cumpridos”.

– Este Papa fez exorcismos?

– “Não me consta. Ratzinger e Wojtyla sim”.

– Hoje há um sucessor para o Padre Amorth?

Estado Islâmico: novos demônios irrompem no cenário mundial.
Estado Islâmico: novos demônios irrompem no cenário mundial.
– “Há a Associação Internacional dos Exorcistas que eu fundei e da qual sou o presidente honorário. Hoje tem como presidente o Padre Francesco Bamonte, que também é exorcista. Entreguei a ele mais de dois quilos de coisas que me cuspiram os endemoninhados: chaves, cacos de vidro, pedaços de correntes, pregos”.

– Mas cuspiam esses objetos pela boca? 

– “Sim, sem jamais se ferirem. Eu pude tocar com a mão esses objetos que se materializavam na boca dos endemoninhados no momento de cuspi-los.

“Vivi muitos episódios estranhos, casos de levitação de gente que se elevava pelo menos meio metro do chão, que caminhava pelas paredes como se não existisse lei da gravidade”.

Prossegue o experiente Pe. Amorth: 

“E depois pessoas que falavam línguas como foi o caso certa vez de um camponês que apenas falava italiano e começou a perorar em inglês e em latim.

“Certa vez uma religiosa começou a se arrastar pela igreja como uma cobra, passando sob os bancos sem mudá-los um centímetro de local”.


O Santo Sudário à luz da ciência histórica e das críticas adversas

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Pierluigi Baima Bollone, professor emérito de Medicina Legal da Universidade de Turim
Pierluigi Baima Bollone, professor emérito de Medicina Legal da Universidade de Turim
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Pierluigi Baima Bollone, professor emérito de Medicina Legal da Universidade de Turim e presidente honorário do Centro Internacional de Sindonologia, escreveu o livro 2015. La nuova indagine sulla Sindone (2015. Novo inquérito sobre o Santo Sudário, Priuli & Verlucca, 2015).

Ele foi procurar se aquilo que conhecemos do Homem do Sudário tem alguma correspondência nas ciências humanas, históricas, arqueológicas, médicas, físicas, e até a numismática, segundo reportagem divulgada pela Unione Cristiani Cattolici Razionali – UCCR.

O autor registrou que as representações do rosto de Cristo já no século III evocam o rosto do Homem do Sudário.

Sob o reinado de Justiniano II (685-695), o rosto de Cristo foi reproduzido em moedas de ouro e prata. As características desse rosto coincidem de modo incrível com as do Sudário.

Em 705 o imperador Justiniano II fez cunhar outra moeda com o rosto de Jesus com rasgos mais semíticos, mas a partir de Miguel III os sucessivos imperadores retomaram a imagem do Sudário.

2015. Novo inquérito sobre o Santo Sudário.
2015. Novo inquérito sobre o Santo Sudário.
Sofisticadas técnicas de superposição com luz polarizada permitiram identificar mais de cem pontos de congruência nas moedas (Wangher M.V.e Wangher A.D., The impact of the Face Image on Art, Coins and Religions in the Early Centuries, Insert for CSST News, julho 2007).

Segundo Baima Bollone, especialista em numismática, “é evidente a dependência exclusiva do rosto do Santo Sudário […]. Hoje é fora de dúvida que o modelo adotado para difundir o rosto de Cristo foi o do Santo Sudário” (p. 32,34).

Baima Bollone também responde a objeções mostrando que o pano usado tinha grande valor, como indicam os Evangelhos, e que era usado raramente.

A arqueologia confirma a existência no mundo antigo de teares capazes de produzir panos da dimensão do Sudário.

Também prova que antes da era cristã já se conhecia e usava o tecido “em espinha de peixe”.

Sobre a existência no tecido de manchas de sangue e numerosos tipos de pólen há uma certeza granítica.

Os polens de plantas que só crescem em Edessa e Constantinopla confirmam a tradição segundo a qual o Santo Sudário passou por essas cidades.

Ian Wilson – historiador inglês e um dos muitos agnósticos que se converteram diante da imagem do Santo Sudário – sustenta que o Mandylion ou pano com o rosto de Cristo venerado pelas comunidades cristãs orientais e conhecido em Edessa desde o século VII, não era outro senão o Santo Sudário dobrado dentro de um relicário de modo a exibir só o rosto.

Temos diversos testemunhos da presença do Santo Sudário em Constantinopla. Nicolau Mesarite, guarda do palácio imperial de Bucoleone, registrou no ano 1201 as relíquias conservadas no local, entre as quais “os lenços sepulcrais de Cristo” que “envolveram o inefável cadáver, nu e embalsamado, após a Paixão”.

Moeda cunhada pelo imperador Justiniano II (687-692) Nela aparece Cristo com os rasgos do Santo Sudário.
Moeda cunhada pelo imperador Justiniano II (687-692).
Nela aparece Cristo com os rasgos do Santo Sudário.
A trasladação do Santo Sudário para Europa após a conquista de Constantinopla pelos cruzados em 1203-1204 é confirmada por testemunhas de diversas credibilidades.

O historiador inglês Ian Wilson e Barbara Frale defendem que o Santo Sudário chegou à Europa graças à Ordem dos Templários, que o guardaram até 1307, ano da dispersão da Ordem. Sobre o Santo Sudário e os Templários veja: Os templários veneravam o Santo Sudário e por isso foram difamados, diz historiadora do Arquivo Secreto Vaticano

A primeira certeza histórica inconteste sobre o Santo Sudário na Europa é um documento de Lirey do ano de 1356, o qual afirma que ele é propriedade de Geoffroy de Charny.

Refutando as diversas casuísticas históricas sobre o Santo Sudário que acabaram sendo esclarecidas, o autor Baima Bollone chega ao famoso caso do exame do Sudário com Carbono 14.

Jamais ninguém acreditou seriamente no resultado desse teste, que na sua época suscitou fortíssima polêmica.

Os defeitos de procedimento foram tantos e tão graves, que já antes de se publicitar o resultado, no qual ninguém mais acredita, afirmava-se a existência de um complô para desprestigiar o Santo Sudário.

Algumas outras farsas – como a produzida por Luigi Garlaschelli, que dizia ter encontrado o truque para produzir outro Santo Sudário – não resistiram à crítica científica séria. Sobre esta fraude, veja: Cientistas desmontam artifício para “provar” que o Santo Sudário não é autêntico

A fraude de Garlaschelli e sua refutação não deixaram de ser interessantes. A este propósito, o físico Paolo Di Lazzaro, diretor de pesquisas no Centro Ricerche Enea de Frascati, explicou:

Réplica do Mandylion anterior ao ano 1249, conservada na catedral de Laon, França. O famoso ícone apresenta o rosto de Jesus com traços análogos ao do Santo Sudário
Réplica do Mandylion anterior ao ano 1249, conservada na catedral de Laon, França.
O famoso ícone apresenta o rosto de Jesus com traços análogos ao do Santo Sudário
“A mal sucedida cópia de Garlaschelli é mais uma demonstração de quanto é improvável que um falsário da Idade Média tenha podido fazer um Sudário sem microscópio, sem conhecimentos médico-legais, sem um laboratório químico equipado como o do Prof. Garlaschelli”.

A imagem do Santo Sudário mostrou-se impossível de ser falsificada, e até mesmo de ser reproduzida com as mais avançadas tecnologias.

As mais recentes tentativas com raios laser puderam apenas produzir um fac-símile de pequenas dimensões, pois não existem instrumentos tecnológicos para fazer uma imagem do tamanho do Santo Sudário.

Outro dado – que não reúne consenso – é a imagem registrada de duas moedas presentes no rosto do Sudário, as quais teriam sido cunhadas pelo próprio Pôncio Pilatos e que possuem as mesmas características – inclusive o mesmo erro (“Caicaros” em vez de “Kaicaros”) – de outra moeda procedente da mesma fundição, feita no ano 29-30.

Nenhum falsificador medieval teria podido tomar conhecimento da existência dessas moedas, identificadas apenas por estudos numismáticos do século XX.

O vasto leque de dados comparados presentes no livro do Prof. Baima Bollone, pondo na balança as teses favoráveis e as contrárias à autenticidade do Santo Sudário, leva a reconhecer que a única hipótese que se sustenta diante das provas da história e das ciências é que o Santo Sudário verdadeiramente envolveu o cadáver de Jesus. Isto o livro o demonstra muito bem.



Arqueólogos acham restos do povo filisteu açoite dos israelitas

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Filisteu, relevo nos muros do templo egípcio de Medinet Habu,
feito pelo faraó Ramsés III.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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No sul de Israel, Daniel Master, arqueólogo da Universidade de Harvard, conduz o desvendamento de um cemitério filisteu, povo do Antigo Testamento ao qual pertenceu Golias.

O local foi outrora uma câmara mortuária e se situa na cidade israelense de Ascalon (também Ashkelon), segundo noticiou o jornal “Clarín” de Buenos Aires.

O achado está revelando segredos de uma civilização desaparecida há 2.600 anos, inimiga acérrima do povo eleito.

Também está ajudando a compreender melhor o contexto cultural de importantes fatos bíblicos.

O Antigo Testamento fornece o relato mais cheio de detalhes sobre esse povo.

E agora está sendo conferido e confirmado pela arqueologia.

Diante do jornalista, o professor Master extraiu da terra arenosa o esqueleto intacto de um filisteu, enterrado junto com um frasco de perfume de terracota que sob os efeitos do tempo tinha ficado colado a seu crânio.

No cemitério filisteu de Ascalon, o arqueólogo chefe explica a importância do achado.
No cemitério filisteu de Ascalon,
o arqueólogo chefe Daniel Master explica a importância do achado.
E explicava: “Isto é o resultado de anos de escavações e a ocasião de se encontrar de novo em face de um deles. Há um total de 145 corpos exumados. Nós não só queremos entender seus ritos funerários, mas também reunir indícios a partir das ossadas que permitam entender como viviam”.

De fato, os filisteus constituíram para Israel um açoite sempre prestes a se abater sobre o povo eleito quando decaia. A Bíblia os menciona abundantemente.

Por que é que Deus teria permitido um povo desses morar encostado no povo amado e flagela-lo tão cruelmente?

O Papa Leão XIII explicou a razão de ser nos planos de Deus da presença constante de um povo inimigo encostado no povo eleito. E o fez com uma analogia com o perigo islâmico instalado nas fronteiras da cristandade europeia.

“Da mesma maneira que outrora em relação a seu povo privilegiado, Deus quis para sua Igreja uma ameaça constante e um castigo sempre pronto.

“É um plano providencial que o islamismo esteja às portas da Cristandade para castigar as revoltas dos povos batizados, acordá-los de seu sono, estimular suas virtudes e excitar seu heroísmo”.

S.S. Leão XIII, in Mons. Cauly, “Cours d'instruction religieuse”, lib. Ch. Poussielgue, Paris, 1900, apud Pierre Augier, “Dialoguer avec l'Islam?”, Centre Montauriol, 1992, página 38.

Mapa da Filistéia e das invasões sofridas por Israel.
Mapa da Filistéia e das invasões sofridas por Israel.
Foi assim que Deus permitiu os filisteus sempre ameaçantes contra Israel, um povo dominado pelas trevas voltado contra o povo eleito.

Quando por desleixo deixava se apagar a Luz de sua vocação divina e decaia na fidelidade e observância aos Mandamentos o inimigo vinha o assediar e então os hebreus lembravam-se de Deus e o invocavam com renovado fervor para serem libertos da opressão dos iníquos.

Os israelitas continuaram a fazer o mal aos olhos do Senhor, que os entregou nas mãos dos filisteus durante quarenta anos. (Juízes 13, 1)

Faz parte das promessas bíblicas que Jesus Cristo livrará os fiéis de seus perseguidores prefigurados pelos filisteus

A navalha não tocará a sua cabeça, porque esse menino será nazareno de Deus desde o seio de sua mãe, e será ele quem livrará Israel da mão dos filisteus. (Juízes 13, 5)

Como profetizou Sofonias, Deus em sua cólera extinguiu os filisteus:

A palavra do Senhor foi pronunciada contra vós, Canaã, terra dos filisteus: Destruir-te-ei de tal forma que ninguém te habitará mais. (Sofonias 2, 5)

E de fato, não sobrou nenhum filisteu, tendo todos desaparecido antes da vinda do Redentor.

Mas quem era e como vivia esse povo tão singular, arauto do mal e flagelo dos bons? É o que as atuais descobertas estão ajudando a compreender deitando uma luz indireta, mas valiosa sobre o relato bíblico.

Peças de cerâmica filisteia provenientes de outros sítios arqueológicos
Peças de cerâmica filisteia provenientes de outros sítios arqueológicos
Os arqueólogos, prossegue o jornal, levavam 30 anos tentando encontrar um cemitério para fazer um estudo em grande escala sobre os filisteus.

Umas primeiras fossas foram descobertas em 2013 em Ascalon, cidade que chegou a ter 13.000 habitantes num local onde hoje há um parque natural junto ao mar, no sul de Tel Aviv.

Sabe-se pouco da origem desse “povo do mar”, mas há várias hipóteses. Tal vez tiveram relação com a civilização micénica, nascida nas ilhas gregas, mas poderiam proceder do deserto ou das montanhas.

“O único certo é que eram alheios à região”, explica Master. Eles estiveram presentes entre os anos 1.200 e 600 antes de Cristo numa pequena área costeira, entre a atual Faixa de Gaza e Tel Aviv.

Eram comerciantes e marinheiros, falavam uma língua indo-europeia, não praticavam a circuncisão e comiam carne de porco e de cachorro, segundo demonstram os ossos achados em Gat, Gaza, Asdod, Ecrón, cidades que junto com Ascalon constituíam o estado filisteu.

Os filisteus aparecem notadamente no Gênesis e no Livro de Samuel. Nesse último está explicado que os guerreiros filisteus roubaram a Arca da Aliança dos judeus (I Samuel 4, 11): “desapareceu a glória de Israel, foi tomada a arca de Deus.”

Representação pedagógica apresenta a Arca da Aliança e o ídolo Dagon despedaçado por terra.
Representação pedagógica apresenta a Arca da Aliança
e o ídolo Dagon despedaçado por terra.
Os filisteus colocaram a Arca no templo do ídolo Dagon na cidade de Azot. Mas todos os dias de manhã o ídolo era encontrado com o rosto por terra, até que ficou despedaçado.

Concomitantemente, os habitantes da cidade e do território ficaram com horríveis tumores de hemorroidas.

No desespero mandaram a Arca para outra cidade filisteia: Get. Mas Deus mandou mais tumores de hemorroidas a todos seus habitantes.

Doentes e aterrorizados, mas obcecados no mal, os habitantes de Get passaram a Arca da Aliança para a cidade de Acaron.

Nessa “reinava um pavor mortal, e a mão de Deus fazia-se sentir rudemente. Aqueles que escapavam à morte, eram feridos de hemorroidas, e da cidade subia até ao céu um clamor angustiado” (I Samuel, 5-12).

Os augures filisteus aconselharam devolver a Arca aos judeus junto com um tributo. Esse consistia em cinco objetos com a forma de tumores de hemorroidas e cinco de ratos que devastavam a terra. Tudo feito de ouro maciço.

Subiram a Arca e os tributos numa charrete puxada por duas vacas que, sozinhas, chegaram até terra de Israel. Cinco príncipes filisteus acompanhavam atrás e voltaram a sua terra após os hebreus receberem a Arca e o tributo.

Samuel, que foi o último dos Juízes de Israel e o primeiro de seus profetas, exortou então os judeus a abandonarem o culto idólatra de Baal, afigurado como demônio, e das estatuetas sexuais da impura deusa da fertilidade Astartot.

Era essa a causa pela que Deus permitiu a perda da Arca da Aliança. Os judeus então destruíram os ídolos.

Afresco da captividade da Arca nas mãos dos Filisteus. Na sinagoga de Dura-Europos
Afresco da cativério da Arca nas mãos dos Filisteus. Na sinagoga de Dura-Europos
Um dos tributos com forma de tumor de hemorroidas que os filisteus ofereceram como oferta expiatória representava a cidade de Ascalon cujo cemitério agora está sendo escavado.

O adjetivo “filisteu” passou a significar “de espírito vulgar ou escassos conhecimentos”.

“Nas palavras de sus inimigos, eles são descritos como o pior povo imaginável”, comentou Master, que quer comparar os relatos escritos com os dados dos restos localizados.

Junto à escavação e a poucos metros das fossas, os especialistas montaram um laboratório ao ar livre. Sherry Fox, arqueóloga especialista na análise de restos humanos, ficou encarregada de desvendar os segredos das ossadas.

“Olhando para os dentes nós percebemos que haviam escolhido uma vida muito dura. Encontramos sinais que indicam uma interrupção do crescimento, provavelmente por febres ou fomes na infância”, explicou Sherry.

Golias é o filisteu mais famoso, mas nada indica que o cemitério de Ascalon contenha seus restos. Bíblia dos Cruzados descreve a luta com David.
Golias é o filisteu mais famoso, mas nada indica
que o cemitério de Ascalon contenha seus restos.
Bíblia dos Cruzados descreve a luta com David.
“Pelos ossos dá para perceber que eram muito trabalhadores, que praticavam a consanguinidade casando com irmãos ou primos e que usavam os dentes como se fosse ferramenta, provavelmente para tecer”, acrescentou ela.

Seu corpo não era “especialmente desagradável” e sua altura era normal permitindo supor que o gigante Golias descrito na Bíblia tenha sido uma exceção.

Daniel Master, o arqueólogo chefe, afastou qualquer hipótese de parentesco ou continuidade entre os antigos filisteus e os atuais palestinos.

“Os nomes se parecem, mas não os povos. A cidade de Ascalon foi totalmente destruída em dezembro do ano 604 antes de Cristo por Nabucodonosor e os que sobreviveram foram levados escravos a Babilônia pelos persas. Tudo o que veio depois nada tem a ver com os filisteus”, afirmou.

Supõe-se que eles se misturaram com a população de Babilônia e desapareceram da História.


Video: cemitério filisteu descoberto perto de Ascalon











Dois milênios após a morte de São Paulo restauradores descobriram sua mais antiga imagem

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Descoberta mais antiga imagem de São Paulo
Arqueólogos no momento que desvendaram a pintura.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Em 19 de junho de 2009 foi descoberta a mais antiga representação conhecida de São Paulo. Ela se remonta ao fim do século IV.

Segundo informou a agência Zenit, foi localizada enquanto se praticavam escavações na catacumba de Santa Tecla, na via Ostiense, não longe da basílica do Apóstolo, fora das antigas muralhas de Roma.

Os arqueólogos limpavam com raios laser uma abóbada quando descobriram um exuberante afresco.

No centro estava representado o Bom Pastor. Em volta, tinha quatro círculos com as esfinges de São Pedro, São Paulo, e mais dos apóstolos.

Os arqueólogos Fabrizio Bisconti e Barbara Mazzei forneceram todos os detalhes da descoberta. Bisconti, que é secretario da Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra e presidente da Academia Pontifícia do Culto dos Mártires, ponderou que“pode ser considerado o ícone mais antigo do Apóstolo encontrado até agora”.

A imagem mais antiga de São Paulo descoberta em Roma.
A imagem mais antiga de São Paulo descoberta em Roma.
O achado, entretanto, suscitou mal-estar entre aqueles ‒ inclusive “católicos de esquerda”‒ que gostam dizer que a tradição da Igreja Católica baseia-se em mitos inverificáveis.

Na pintura, São Paulo aparece com um ar pensativo, olhar penetrante, a frente alta e barba em ponta.

Aquela face, uma vez indo a Damasco para perseguir os cristãos, viu subitamente Nosso Senhor que lhe apareceu envolvido numa nuvem de luz e o derrubou por terra.

“Saulo! Saulo! Por quê me persegues?” (Atos, 9, 4-ss)

Ele então perguntou:

“Quem és, Senhor?”

“Eu sou Jesus a quem tu persegues! Duro te é recalcitrar contra o aguilhão.”

“Quem és, Senhor? O que queres que eu faça?”
“Quem és, Senhor? O que queres que eu faça?”
São Paulo tremeu. O sopro da graça há tempo vinha chamando o Paulo para se converter, e ele recalcitrava. E Nosso Senhor lhe disse:

“Levanta-te, entra na cidade. E aí te será dito o que deves fazer”. (Atos, 9, 4-ss)

O murro tinha valido. Paulo estava embasbacado e com medo. Levou um tranco que sacudiu sua alma.

Mas, respondeu com o radicalismo dele. Não perdeu tempo. Viu que estava errado, pôs-se logo ao serviço de Deus.

Saulo levantou-se cego! Foi tateando, passo ante passo, pé ante pé, sem saber se ficaria cego a vida inteira.

Ele, o grande Paulo, fariseu, excelente e ilustre, entrou como uma criança cega, conduzido por outro na cidade de Damasco.

Ananias pondo as mãos sobre Paulo lhe devolve a vista.
Ananias pondo as mãos sobre Paulo lhe devolve a vista.
A cena foi de uma violência peculiar. Pois, Paulo era, ele próprio, muito violento.

Prova disso é que quando Deus, em sonhos, aconselhou Ananias acolhê-lo.

Ananias respondeu, segundo os Atos dos Apóstolos (Atos, 9, 13-ss):

“Senhor, muitos já me falaram deste homem, quantos males fez aos teus fiéis em Jerusalém. E aqui ele tem poder dos príncipes dos sacerdotes para prender a todos aqueles que invocam o teu nome.”

Mas Deus lhe respondeu:

“Vai, porque este homem é para mim um instrumento escolhido, que levará o meu nome diante das nações, dos reis e dos filhos de Israel”.

Ananias então entrou na casa e pondo as mãos sobre ele, disse:

“Saulo, meu irmão, o Senhor, esse Jesus que te apareceu no caminho, enviou-me para que recobres a vista e fiques cheio do Espírito Santo.”

São Paulo, uma vez convertido, confundia os judeus demonstrando que Jesus é o Cristo anunciado pelos profetas
São Paulo, uma vez convertido, confundia os judeus
demonstrando que Jesus é o Cristo anunciado pelos profetas
E acrescentam os Atos dos Apóstolos:

“No mesmo instante caíram dos olhos de Saulo umas como escamas, e recuperou a vista. Levantou-se e foi batizado.

“Depois tomou alimento e sentiu-se fortalecido. Demorou-se por alguns dias com os discípulos que se achavam em Damasco.

“Imediatamente começou a proclamar pelas sinagogas que Jesus é o Filho de Deus.

“Todos os seus ouvintes pasmavam e diziam: Este não é aquele que perseguia em Jerusalém os que invocam o nome de Jesus? Não veio cá só para levá-los presos aos sumos sacerdotes?

“Saulo, porém, sentia crescer o seu poder e confundia os judeus de Damasco, demonstrando que Jesus é o Cristo.” (Atos, 9, 18-ss)

Quem sabe se esta descoberta não traz uma mensagem para nós, para o mundo.

Não precisaríamos de uma “queda” como a de São Paulo, uma chacoalhada providencial, para o mundo, nós mesmos, endereçar nossos caminhos e nos engajar pela causa da Igreja?



Catedrais góticas: façanha técnica maior que a das pirâmides do Egito

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Nave central da catedral de Reims, França
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
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A técnica é definida pela Escolástica, da mesma forma que as artes, como“recta ratio factibilium”. Quer dizer, a reta ordenação do trabalho, ou também, a ciência de trabalhar bem.

Hoje, o mal uso da técnica, a empurra para produzir para além do que é bom, e espalhar instrumentos que afligem a vida dos homens.

Nos tempos em que o espírito do Evangelho penetrava todas as instituições, a técnica produziu frutos que vão além do tudo o que a Humanidade conheceu previamente.

E, dizem especialistas, criaram prédios portentosos que parecem um quebra-cabeça para a mais sofisticada tecnologia moderna.

Um desses frutos inigualados foram as catedrais medievais.

A catedral de Colônia resistiu aos bombardeios que arrasaram a cidade na II Guerra Mundial
A catedral de Colônia
resistiu aos bombardeios que
arrasaram a cidade na II Guerra Mundial.
Até hoje especialistas tentam decifrar como fizeram os arquitetos da Idade Média para, com tão pobres instrumentos, criar obras colossais que “humilham” as técnicas modernas mais avançadas.

Os técnicos das mais variadas especialidades da construção e também da física, da química e das matemáticas se debruçam para tentar descobrir como os medievais erigiram esses prodígios arquitetônicos.

Mergulham eles nos “mistérios das catedrais”.

São muitos os mistérios que até agora não estão elucidados. Desde as fórmulas químicas desaparecidas que dão aos vitrais tonalidades únicas e irreproduzíveis até os mais complexos cálculos matemáticos e astronômicos que orientaram as proporções cósmicas das Bíblias de pedra.

Como decifrar esses enigmas?

Catedral de Ourense, Espanha, detalhe do pórtico de ingresso ou 'Pórtico del Paraiso'
Catedral de Ourense, Espanha, detalhe do pórtico de ingresso ou 'Pórtico del Paraiso'
“As catedrais se burlam de nós há oito séculos. Elas resistiram não só às intempéries e aos ataques insidiosos do clima, mas mais ainda por vezes a provas tão violentas como os bombardeios.

“Como é que estas catedrais loucas aguentam em pé
?”, pergunta o arquiteto, historiador e geógrafo Roland Bechmann em seu livro “As raízes das catedrais”.

O livro de Bechmann recebeu elogios das maiores autoridades acadêmicas da França.

Ele tem o mérito de mexer numa polêmica de que se fala pouco, mas está aberta como uma chaga nas almas de inúmeros franceses.

Enquanto o mundo parece rumar para uma modernidade cada vez mais caótica, as catedrais góticas em seu mutismo eloquente apontam um caminho inteiramente diverso.

O comentarista Paul François Paoli, do jornal “Le Figaro”, resume esse conflito interior dos franceses:

Catedral de Salisbury, Inglaterra
Catedral de Salisbury, Inglaterra
As catedrais góticas são as pirâmides do Ocidente e nós não acabamos ainda de compreender como é que elas puderam ser construídas numa época considerada como obscura e arcaica do ponto de vista científico”.

O historiador Jacques Le Goff saudou o livro de Bechmann como uma obra prima de interdisciplinaridade sobre “esses prodígios de pedra que continuamos admirando em Amiens, Chartres ou Paris”.

Mas, segundo Bechmann, esses prodígios dizem uma coisa aos homens do século XXI: “como vocês são pequenos!”

“No fim da época gótica ‒ explica o autor ‒ havia uma igreja para cada 200 habitantes da França, e esses prédios considerados em seu conjunto podiam abrigar uma população maior que a do país inteiro.

“Calcula-se que em trezentos anos a França extraiu, transportou de charrete e erigiu mais pedra que o antigo Egito em toda sua história”.

Mas não é só uma questão de tamanho e volumes, não, diz Bechmann. É uma questão de ciência e grandeza de alma. E explica:

“Se hoje nós devêssemos construir catedrais góticas com os meios de que eles dispunham, nós não conseguiríamos. E mesmo que nós conhecêssemos até os pormenores de seus procedimentos, nós não ousaríamos.

“Calcular a resistência de construções como eles souberam realizar exigiria a ajuda de computadores. E ainda que nós conseguíssemos, haveria todas as chances de que nós chegássemos à conclusão de que essas catedrais, segundo as normas e coeficientes de segurança que nós aplicamos hoje, não poderiam ficar em pé...”

Notre Dame de Paris, França
E, entretanto, elas continuam de pé e continuam nos emocionando, acrescenta Paul F. Paoli, jornalista do “Figaro”.

Este enigma profundo das catedrais e dos homens que as conceberam e realizaram em tão grande número e variedade nos conduz a considerações que superam a própria ciência e à própria técnica.

A primeira e mais imediata consideração é sobre a sabedoria dos construtores.

Monges, teólogos, arquitetos, artistas, simples pedreiros, neles parecia habitar uma sabedoria que ia muito além de suas naturezas humanas, por vezes rudes e imperfeitas.

Pelos frutos se conhece a árvore. Pela catedral se conhece a alma de seus construtores.

Como foi possível tal afloração simultânea de homens com almas sólidas e plácidas, fortes e delicadas, lógicas e jeitosas, como as que fizeram essas Bíblias de pedra?

Foram homens que encarnaram a virtude da sabedoria.

Da sabedoria sobrenatural que só a graça divina dispensa às almas mais fervorosas.

E essa é uma segunda consideração de natureza espiritual.

Foi essa sabedoria sobrenatural, de que a Igreja Católica é a tesoureira, que gerou aqueles homens e suas catedrais.

Longe da Igreja, o homem do terceiro milênio sente-se apequenado, tristonho e cheio de incertezas.

Vezelay, França
Mas, as portas da Igreja estão abertas de par em par, como as portas das catedrais, para acolher esse homem de hoje e reconduzi-lo maternalmente pelas vias da Sabedoria eterna e encarnada, Nosso Senhor Jesus Cristo, pela intercessão de sua Santíssima Mãe.

Basta que a alma queira se abrir inteiramente a esse influxo sobrenatural.


P.S.: Alguém poderia perguntar: como me doar à Igreja para receber essa sabedoria? Eu tento e não consigo... sou tão fraco...

Há séculos um grande santo respondeu isso para nós. Ele até excogitou um método para nós miseráveis pecadores receber a Sabedoria eterna e encarnada “sem esforço”.

Foi São Luis Maria Grignion de Montfort com seu método de consagração à Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus, na qualidade de servos e escravos. Conheça mais clicando AQUI.

Foi Ela que inspirou as mais gloriosas catedrais que levam seu nome: Notre Dame.

Essa devoção está explicada no famosíssimo livro, disponível em todas as línguas: “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”.


Como foram construídas as catedrais





As ruínas de Laodiceia e o fim do mundo

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"Sou rico e cheio de bem, de nada tenho falta;
e não sabes que és um infeliz,
e miserável, e pobre, e cego, e nu."
Ruínas de Laodicéia
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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Em meio às ruínas de Laodiceia foi localizado o local da antiga igreja católica, informaram o diário italiano “Avvenire” e o turco Hurriyet.

Laodiceia é uma das sete Igrejas para as quais São João escreve no Apocalipse, último livro da Bíblia.

A cidade de Laodiceia ‒ hoje em território turco ‒ foi inteiramente arruinada e abandonada, mas os escombros que ficam falam de sua grandeza, riqueza e esplendor.

A cidade morna na Fé acabou desaparecendo totalmente.

Tal vez os habitantes dos tempos apostólicos julgassem que essa perspectiva era impensável, entretanto foi prevista no profético livro do Apocalipse.

A descoberta foi confirmada pelo professor Celal Simsek, chefe da missão arqueológica turca que realizou as escavações.

Os restos do edifício sagrado foram identificados com o auxílio de um radar subterrâneo.

Ministro da Cultura turco visita ruínas descobertas
O templo foi construído na época romana e ocupava uma superfície apreciável: perto de 2000 metros quadrados. Ele está em bom estado de conservação.

As escavações devem continuar a fim de que o local possa ser visitado pelos turistas.

Também foi recuperada a pia batismal, que segundo o ministro da cultura turco Ertugrul Gunay è ainda mais bela que a da famosa catedral de Santa Sofia em Istambul.

As pesquisas arqueológicas confirmaram que Laodiceia já existia por volta do século IV a.C. e tornou-se um dos principais centros do cristianismo nascente por volta do ano 40/50 d.C. Ela foi sede episcopal.

A comunidade cristã de Laodiceia é mencionada na Epístola aos Colossenses de São Paulo (2,1; 4, 13ss), além do Apocalipse (3,14 ss).

São João escreveu para a última das famosas sete igrejas do Apocalipse:
São João escreve para a igreja de Laodiceia,
Apocalipse de Bamberg
“E ao anjo da Igreja de Laodiceia escreve: Isto diz o Amém (isto é, aquele que é a mesma verdade), a testemunha fiel e verdadeira que é principio das criaturas de Deus.

“Conheço as tuas obras, que és nem frio nem quente oxalá foras frio ou quente; mas porque és morno, e nem frio nem quente começar-te-ei a vomitar da minha boca, porque dizer: Sou rico e cheio de bem, de nada tenho falta; e não sabes que és um infeliz, e miserável, e pobre, e cego, e nu.

“Aconselho-te, que me compres ouro provado no fogo, para te fazeres rico, e te vestires de roupas brancas (da santidade), e não se descubra a vergonha da tua nudez, e unge os teus olhos com um colírio, para que vejas. Eu, aos que amo repreendo e castigo.

“Tem, pois, zelo, e faz penitência. Eis que estou à porta (do teu coração), e bato. Se alguém ouvir a minha voz, e me abrir a porta, entrarei nele, e cearei com ele e ele comigo.
"Eis que estou à porta, e bato" (3,14 ss)

“Aquele que vencer eu o farei sentar comigo no meu trono, assim como eu mesmo também venci, e me sentei com meu Pai no seu trono. Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas”. (3,14 ss)

Os escritos bíblicos têm várias profundidades de interpretação.

A primeira ‒ que é o início de conversa ‒ é a interpretação histórica.

Quer dizer, o que é descrito, é uma realidade existente ou que historicamente existiu.

No caso, a recente descoberta arqueológica forneceu mais uma confirmação científica, colateral mas preciosa, da vida e existência dessa cidade desaparecida.

Laodiceia não é um mito, uma saga, uma mera alegoria literária, mística ou profética.

Foi uma cidade, com a riqueza e a vaidade apontadas, com seus habitantes merecedores da increpação divina: “oxalá foras frio ou quente; mas porque és morno, e nem frio nem quente começar-te-ei a vomitar da minha boca” (3,14 ss).

As ruínas achadas estão ai para confirmar a realização histórica dessa profecia.

As grandiosas ruínas confirmam também as palavras do discípulo amado à cidade orgulhosa e relativista: “Sou rico e cheio de bem, de nada tenho falta; e não sabes que és um infeliz, e miserável, e pobre, e cego, e nu” (3,14 ss).

"Porque és morno, e nem frio nem quente
começar-te-ei a vomitar da minha boca" (3,14 ss). Ruínas de Laodiceia
A cidade rica ficou nua: mais nada a protegeu da intempérie, as ruínas estão a céu aberto.

Num segundo passo a interpretação visa o significado simbólico do trecho bíblico.

No entender de grandes intérpretes das Escrituras como os famosíssimos Pe. Cornélio a Lápide SJ e Pe. Bartolomeu Holzhauser, as sete igrejas representam as épocas em que se divide a História a partir da Redenção até o fim do mundo.

A Igreja de Laodiceia é a última das sete e as palavras referem-se ao estado da Igreja e da humanidade na última era histórica.

Quer dizer, no fim do mundo quando Nosso Senhor Jesus Cristo voltará em pompa e majestade a julgar aos vivos e aos mortos.

Ruínas de Laodiceia
O fato de Jesus Cristo vomitar a humanidade do fim do mundo não é tanto por ignomínias dessa época conclusiva dos tempos.

Mas aparece como causada pela mediocridade e pela indiferença, quer dizer pelo relativismo geral instalado nela: “porque és morno, e nem frio nem quente começar-te-ei a vomitar da minha boca”.

Simultaneamente, o texto de São João fala de uma coluna que assegurará a permanência da Igreja.

É, portanto, um resto de fiéis à Igreja que Nosso Senhor não vomitará.

Podemos supor que sejam aqueles fiéis que, segundo diversas e avalizadas interpretações não vão morrer na conflagração final.

E uma referência também aos fiéis que, em em todas as épocas, e malgrado as piores crises, se mantêm coerentes com a solidez inabalável da Fé.

O Amém com que começa o vaticínio divinamente inspirado parece também significar que chegou o fim da História.

São João lé o Livro. Apocalipse, Bodleian Library
A Laodiceia Deus pediu penitência:

“Tem, pois, zelo, e faz penitência. Eis que estou à porta (do teu coração), e bato. Se alguém ouvir a minha voz, e me abrir a porta, entrarei nele, e cearei com ele e ele comigo“ (3,14 ss).

Em La Salette, em Lourdes, em Fátima, Nossa Senhora veio também a nos pedir penitência, mas prometeu uma restauração futura da Igreja.

Portanto, essas intervenções da Mãe de Deus não apontam para o fim do mundo em nossos dias, mas estabelecem uma certa analogia de defeitos morais entre uma e outra época.

Essas aparições sugerem que o nosso tempo não é o prefigurado pela igreja de Laodiceia.

Porém, as palavras de Nossa Senhora contêm analogias com ele.

E muitas coisas dirigidas a essa igreja merecem ser dignas de uma meditação e de uma aplicação séria à nossa época.


No resgate do Santo Sudário, um milagre em meio às chamas

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A capela em chamas
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Na noite de 11 para 12 de abril de 1997, pavoroso incêndio ameaçou destruir para sempre uma das mais preciosas relíquias do mundo católico: o Santo Sudário de Turim, mortalha que envolveu por três dias o Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo, após sua Crucifixão até sua Ressurreição.

Só depois de longo e extenuante combate do corpo de bombeiros, o sacrossanto Linho pôde ser salvo das chamas. Além do Palácio Real, o incêndio destruiu quase completamente a capela de Guarino Guarini — contígua à Catedral de Turim — onde se encontrava a relíquia.

Alguns órgãos da imprensa italiana levantaram suspeitas de o incêndio ter sido criminoso.

Naquele momento dramático, em que tudo parecia perdido, assistimos a uma das mais belas cenas de heroísmo: o bombeiro Mario Trematore lançou-se destemidamente entre as chamas, e com uma grossa barra de ferro golpeou repetidas vezes o vidro à prova de bala que protegia a relíquia, recuperando-a em seguida. Instantes depois, a cúpula inteira da capela desabou.

Com o recuo de uma década, e tendo presente a comoção do mundo católico em vista daquela tragédia que quase se consumou, Catolicismo pediu a seu correspondente em Milão, Sr. Roberto Bertogna, que entrevistasse o Sr. Mario Trematore, a fim de que este narrasse a nossos leitores o emocionante resgate, bem como as lembranças mais significativas que tal acontecimento deixou vincadas em sua alma.

___________

* * *

Mario Trematore com a preciosa relíquia salva do fogo
Catolicismo — O Sr. poderia descrever para nossos leitores o motivo que o levou a enfrentar o incêndio, sabendo bem que corria risco de morte atroz em meio às chamas?

Mario Trematore — Na vida, o cristão tem como obrigação principal dar testemunho de sua fé e reconhecer em Jesus Cristo a sua salvação, a presença que transforma o precário acontecer da existência humana na História. Presença reavivada cada dia pela lembrança de que, morrendo na Cruz, Jesus Cristo envolveu todos aqueles que crêem n'Ele. Cristo morre crucificado cada dia nos tantos acontecimentos que compõem a história do mundo, para ressurgir sempre mais presente no mistério da fé aos olhos dos homens.

Sua mão providente nos acompanha sempre. E foi essa mão que me moveu a enfrentar as chamas que ameaçavam a mais preciosa relíquia do mundo cristão. Com efeito, naquela afanosa noite passada na catedral, lutando contra as chamas para salvar o Santo Sudário, a força que me compelia a cumprir aquela missão emanava de uma voz interior, que seguramente provinha do Alto.

Catolicismo —O que o Sr. pensava no momento em que golpeava o resistente vidro do relicário que protegia o Santo Sudário?
Mario Trematore — Naquele apuro, quando tudo parecia perdido e a força do fogo tornava impotente todo recurso humano, continuava a esperar até o fim, e o pensamento transformava-se em ação. De uma parte, surge inesperadamente o medo de morrer, e por um breve tempo vêm à memória as pessoas mais caras e as mais belas recordações: a doçura de minha mulher Rita, o sorriso de meu filho Iacopo, a graça de minha filha Chiara.

De outra, pensava também naquele Lençol e o dever de salvá-lo. Jesus Cristo o havia deixado para a humanidade como um extraordinário sinal do mistério do Verbo encarnado e do Deus que assume toda a condição humana. Prova convincente de um significado: do amor que responde ao amor, e não da dor e daquilo que custa. Um testemunho visível da Sua Ressurreição e do infinito amor de Deus ao homem.

Lutando sob o fogo para salvar a relíquia
Catolicismo — Enquanto deparava com as chamas, o Sr. chegou a pensar que a salvação do Sudário poderia depender da fé e da coragem de alguém, e que aquela obrigação recaía sobre o Sr.?

Mario Trematore — Na noite de 11 de abril de 1997, não podia certamente pensar que tocava a mim, com os meus colegas, salvar o Santo Sudário. Naquele momento eu sentia a angústia e a preocupação de milhões de fiéis. A capela do Guarino ruía em pedaços, sob o incessante calor das chamas.

Uma das pilastras principais que sustentava a cúpula já havia se esmigalhada ao calor do fogo. Não havia muito tempo para pensar. De um momento para outro podia cair a cúpula. Precisava fazer alguma coisa. O quê?

Cada tentativa para apagar aquele maldito fogo fracassava, e assim não me restou senão rezar uma oração que havia aprendido num passado longínquo, um passado de menino com os olhos grandes e os cabelos encaracolados: “Pai Nosso, que estais no Céu...”

O modo pelo qual Deus escolhe seus instrumentos é sempre surpreendente e insondável. Deus quer ter necessidade de nossos braços e de nossas mãos para cumprir sua obra. Fico pasmo como Ele tenha querido ter necessidade dos meus braços e das minhas mãos para salvar o Santo Sudário.

Recordando aqueles momentos dramáticos, estou convencido de que o homem, reconhecendo o amor de Deus, lança-se sobre Ele com uma sensibilidade que nasce da consciência de um dever: que a grande evidência daquela Face não se perca pela fragilidade de quem crê, mas permaneça sinal de esperança para todos, pois disto tem necessidade cada homem.

Catolicismo — O Sr. teve o reconhecimento de tantas pessoas importantes e menos importantes, inclusive de João Paulo II. Sente-se um herói?

O preciosíssimo relicário é tirado do inferno de fogo
Mario Trematore — O homem não se basta a si mesmo e tem necessidade de Cristo. Falar de heroísmo pode satisfazer meu ego, mas favorece o orgulho, uma falta de confiança no Criador. Não podemos esquecer o exemplo de Jesus Cristo no Domingo de Ramos. O Filho de Deus, Ele mesmo Deus, entrou em Jerusalém montado num burrico, e não num carro dourado puxado por bonitos cavalos de raça.

Quem nos criou decidiu cada coisa, ainda que para nós nem tudo seja compreensível. Ainda que –– com a força das minhas mãos e uma barra de ferro, além da ajuda de meus colegas –– tenha salvo o Santo Sudário, Jesus Cristo teria reemergido daqueles escombros conosco ou sem nós.

Catolicismo — Hoje, qual o papel de Nosso Senhor Jesus Cristo em sua vida?

Mario Trematore — Eu O sinto ao meu lado, como um companheiro de viagem, mesmo nas coisas mais simples que faço. Quando caminho pela rua, faço compras, passeio pelo centro de Turim — nesses últimos anos, ainda mais bonito —, quando vou pegar os filhos na escola e quando trabalho.

A Ele faço minhas confidências, peço conselhos, junto a Ele eu me indigno com os males do mundo, e Ele me carrega quando os pés já cansados não conseguem caminhar.

Aprendi e tenho certeza de que nunca estou só. Diante do que possa acontecer em minha vida, haverá sempre Alguém com o qual poderei contar. É nessa presença constante de Nosso Senhor Jesus Cristo que encontramos a própria condição que torna o homem completamente livre.

O encontro com Nosso Senhor Jesus Cristo, através do resgate do Sudário, foi uma experiência extraordinária e me permitiu entrar em uma relação íntima com Ele. Trata-se de uma relação humanamente difícil, imperiosa, e por vezes dolorosa, pois é capaz de colocar em discussão muitas certezas.

Compreender o mal e rejeitar a indiferença para com ele a cada dia de nossas vidas, enfrentando nosso egoísmo, nossos impulsos e paixões desregradas. Amar Nosso Senhor Jesus Cristo não nos impede de sofrer. Em Lourdes, a Virgem Maria disse a Santa Bernadette: “Nesta vida prometo-lhe ensinar a amar, mas não necessariamente a ser feliz”.

É esclarecedora a passagem do Evangelho na qual Cristo foi tentado pelo demônio a transformar pedra em pão. Com efeito, Ele tinha três modos de proceder:

1º) Transformar o demônio em pedra, e com isso teria resolvido todos os problemas, seus e nossos;

2º) transformar a pedra em pão, mas desse modo Ele não teria agido como Filho de Deus, pois o verdadeiro senhor teria sido o demônio, cuja ordem Cristo teria obedecido;

3º) Cristo respondeu escolhendo o caminho mais difícil e mais doloroso, isto é, o martírio e a crucifixão, para não criar qualquer fissura que traísse o Seu amor pelo Pai.

A fragilidade do homem não recusa o pecado, aliás o pecado aliena a liberdade humana e separa o homem do encontro com Deus.

Cada cristão é submetido a essas fraquezas muitas vezes em sua vida. Não é o caso de desanimar, mas de lutar para não nos separarmos de todo o bem que Cristo nos ensinou: aprender a amar, não através dos olhos da própria cultura, mas com o coração aberto a Nosso Senhor Jesus Cristo e ao próximo.

Catolicismo — O que o Sr. recomenda aos leitores de Catolicismo para aumentar a devoção ao Santo Sudário?

Mario Trematore — Não é verdade que o racionalismo, o uso da razão como medida da realidade, seja o modo mais correto para nos aproximar da fé. Pelo contrário, quando a razão é usada de modo autêntico, escancara a alma à percepção de algo de grande que há em nós, de um mistério do qual tudo depende.

É esta “abertura do coração” que gostaria de sugerir a todos. Finalmente, peço a Nossa Senhora que todos encontrem uma ocasião, talvez um feriado prolongado, para virem a Turim venerar o Santo Sudário, mesmo que ele não seja visível (não há um ostensório solene para ele ficar exposto), mas encontra-se numa capela da nave lateral da catedral, dignamente guardado para a veneração de todos. Temos a mesma necessidade: tocar com as mãos, como São Tomé, para que o cêntuplo seja realizado, aqui e agora, e transforme as nossas vidas.

Gostaria de lembrar o que disse o Papa João Paulo II a respeito do Santo Sudário, por ocasião de sua visita a Turim: “Uma relíquia insólita e misteriosa, singularíssima testemunha — se aceitamos os argumentos de tantos cientistas — da Páscoa, da paixão, da morte e da ressurreição. Testemunha muda, mas ao mesmo tempo surpreendentemente eloqüente!”.

Catolicismo — Hoje sabemos que o Sr. não é mais um bombeiro...

Mario Trematore — Ser bombeiro era a minha paixão. Mas os anos passam e o corpo envelhecido não suporta mais o estresse e o cansaço de trabalho tão pesado e perigoso. Assim, em outubro de 2003 deixei o Corpo de Bombeiros.

Como sou diplomado em arquitetura, retomei a profissão de arquiteto, ocupando-me de projetos arquitetônicos, com especialização em segurança nos setores de risco correlatos à construção e ao curso das obras, no cargo de diretor técnico externo da Engineering Boesso, além de diretor didático do setor formativo regional da Apitforma de Turim, órgão credenciado junto à região do Piemonte, que opera nas tipologias formativas pós-universitárias.

Mas no fundo de meu coração resta um sonho, e espero que o Senhor me ajude a realizá-lo: projetar uma igreja. Cada igreja é uma casa de Deus, e não pode ser senão bela, como afirmava em 1400 Leon Battista Alberti, renomado arquiteto italiano, no seu “De re aedificatoria”.

"Senti dentro de mim qualquer coisa superior que me guiava"


Ao ser perguntado em que momento decidira intervir, arriscando a vida para, num gesto de audácia e heroísmo, resgatar o Sudário das chamas, Mario Trematore declarou à imprensa:

"Quando decidi intervir? Quando vi que tudo estava para desabar. Nesse momento disse aos meus rapazes: vamos, temos de salvar o Sudário.

"Em certo momento senti algo dentro de mim, qualquer coisa superior que me guiava. E como se tivesse encontrado força naquele símbolo, o símbolo do Sudário, peguei uma marreta e comecei a golpear o vidro antibalas. Golpeava, golpeava e golpeava, mas aquele vidro não caía. Talvez lhe tenha golpeado cem vezes antes de destruí-lo.

"Finalmente cedeu. Devo ter feito isso num quarto de hora, nem um ladrão teria sido tão veloz. E sabe por que? Porque tinha uma convicção fortíssima e graças a ela me crescia a força.

“Tive um pouco de medo. Mas naquele momento creio que Deus me deu força para salvar o Santo Lençol. De outra forma não teria conseguido romper aquele vidro que resiste até a projéteis”.

"Se tivesse sido um outro objeto, um quadro de valor inestimável, quem sabe, de Giotto ou de Miguel Angelo, não teria movido um dedo. Nós nos arriscamos muito, muitíssimo, talvez tenhamos sido até inconscientes, mas devíamos salvar o Sudário".

(Fonte: "Catolicismo", abril de 2007)

Video do incêndio e do resgate

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Bombeiro conta como foi salvo o Santo Sudário (em italiano)




O Pe. Gabriele Amorth, exorcista de Roma, partiu para a eternidade

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O Pe. Gabriele Amorth, exorcista da diocese de Roma
O Pe. Gabriele Amorth, exorcista da diocese de Roma
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Agência Boa Imprensa – ABIM



Em 16 de setembro [2016], aos 91 anos de idade faleceu o Exorcista da diocese de Roma, que sempre alertou a respeito do perigo da crescente ação diabólica na atualidade.

Em memória do Revmo. Pe. Gabriele Amorth transcrevemos a seguir uma importante entrevista que ele concedeu com exclusividade para a revista Catolicismo e publicada em sua edição Nº 596, de agosto de 2000.

O Padre Gabriele Amorth, da Pia Sociedade de São Paulo é muito apreciado por seus livros sobre Nossa Senhora e sua atividade apostólica jornalística. Seu programa na Radio Maria peninsular contava com 1.700.000 ouvintes.

O Pe. Amorth tornou-se mundialmente conhecido com o lançamento de sua obra Um exorcista conta-nos, em 1990. Tal obra alcançou notável êxito editorial na Itália, tendo sua tradução portuguesa obtido várias edições.

A partir de então, a mídia internacional vem focalizando a atuação desse sacerdote, nomeado Presidente da Associação Internacional dos Exorcistas.

Solicitadíssimo por inúmeras pessoas necessitadas de amparo contra as insídias diabólicas, o Pe. Amorth exerce intenso e extenuante trabalho apostólico.

Mesmo assim, marcou um horário para receber nosso enviado especial, Sr. Nestor Fonseca, a quem acolheu amavelmente, juntamente com o fotógrafo, Sr. Kenneth Drake, na Casa-Mãe da Pia Sociedade de São Paulo, na Cidade Eterna, no dia 26 de junho último.

E durante aproximadamente duas horas foi respondendo, com a segurança de um zeloso e experimentado exorcista, às múltiplas e complexas questões que lhe foram sendo apresentadas. Abaixo transcrevemos partes da substanciosa entrevista.

* * *

Catolicismo — Todas as pessoas sofrem as insídias e as tentações diabólicas, acontecendo de uma mesma tentação voltar a se repetir muitas vezes. Podemos dizer que tal tentação torna-se um estado de perseguição do demônio?

Pe. Amorth — Devemos distinguir a ação ordinária da ação extraordinária do demônio. A ação ordinária é a de tentar-nos. Por conseguinte, todo o campo das tentações pertence à ação ordinária diabólica à qual todos somos sujeitos e o seremos até a morte.

A tal ponto somos sujeitos a essas tentações, que Jesus Cristo, fazendo-se Homem, aceitou ser tentado por Satanás, não apenas nas três tentações do deserto, mas durante toda a sua vida, como também ocorreu com Maria Santíssima.

Isto porque a tentação faz parte da condição humana. Esta é a ação ordinária do demônio, como dizia o Catecismo de São Pio X, “por ódio a Deus, [o demônio] tenta o homem ao mal”. Ou seja, por ódio a Deus, o demônio gostaria de arrastar-nos todos para o inferno.

A ação extraordinária, por sua vez, é uma ação rara. É aquela na qual o demônio causa distúrbios particulares. Portanto, não se trata de simples tentação. Distúrbios particulares que podem chegar à possessão diabólica.

Catolicismo — Que tipos de distúrbios podem ocorrer? V. Revma. poderia classificá-los e, ao mesmo tempo, dar as razões da existência de tais distúrbios?

Pe. Amorth — Não existem dois casos iguais. Já fiz mais de 40 mil exorcismos. Entendamo-nos. Não a 40 mil pessoas, pois em muitas delas eu fiz centenas e centenas de exorcismos. Pois livrar uma pessoa do demônio, geralmente, constitui um trabalho MUITO lento.

Como escrevi em meu livro Um exorcista conta-nos, fico bastante contente quando uma pessoa se livra do demônio, após quatro ou cinco anos de exorcismos, com a média de um exorcismo por semana.

Conheço pessoas que ficaram livres do demônio após 12 ou 14 anos de exorcismos seguidos. Portanto, muitos exorcismos feitos à mesma pessoa.

Uma pessoa pode levar vida normal com sofrimentos, de maneira que aqueles com os quais convive nem se dêem conta de que está possessa. Apenas quando sobrevêm os momentos de crise, então ela se comporta de uma maneira inteiramente anormal, não podendo cumprir seus deveres de trabalho, de família, sem excessiva dificuldade.

Em alguns casos, a pessoa pode ser assaltada pelo demônio, digamos, 24 horas ao dia. Em tal caso, a pessoa não pode fazer nada. Mas são casos raríssimos.

Normalmente o demônio apenas em certos momentos investe contra a pessoa e se manifesta, sobretudo quando é obrigado a fazê-lo durante o exorcismo.

Catolicismo — E qual é a causa para que o demônio permaneça mais ou menos tempo na mesma pessoa?

Pe. Amorth — A expulsão do demônio depende de uma intervenção extraordinária de Deus. Ou seja, cada expulsão do demônio constitui um verdadeiro milagre. E Deus pode praticá-lo a qualquer momento.

Nós, exorcistas, podemos prever, através de algo que nos oriente, quanto tempo ser-nos-á necessário para expulsar o demônio de uma pessoa. Por exemplo, uma criança.

A história do monge Teófilo que vendeu sua alma ao demônio
e foi liberado por Nossa Senhora se repete em nossos dias.
'The De Brailes Hours', Oxford 1240, British Library.
É mais fácil expulsar o diabo de uma criança que de um adulto. O mesmo passa-se em relação a uma pessoa que nos procura logo após ter sido possuída, uma vez que o demônio ainda não teve tempo de deitar raízes naquela pessoa. O primeiro exorcismo fala em “erradicar e expulsar o demônio”.

Ao contrário, torna-se muito mais difícil quando sou procurado por pessoas de 50, 60 anos, e ao fazer-lhes exorcismos falando com o demônio — pois eu falo diretamente com o demônio quando a pessoa está endemoninhada —, descubro que às vezes a pessoa era criança ou ainda se encontrava no próprio seio materno quando sofreu os primeiros ataques do Maligno.

Catolicismo — V. Revma., há pouco, referindo-se à expulsão do demônio de um possesso, disse que ela constitui sempre uma intervenção extraordinária de Deus…

Pe. Amorth — Certo. A libertação de uma pessoa da ação do demônio constitui sempre uma intervenção extraordinária de Deus. Aliás, tenho disso um exemplo, ocorrido na semana passada.

Um caso muito difícil de possessão diabólica e eu tinha razões suficientes que levavam a prever muitos anos de exorcismos para se libertar aquela alma das garras do demônio.

Acontece que tal pessoa foi ao Santuário de Lourdes, na França, tomou banho na piscina, acompanhou a procissão do Santíssimo Sacramento, rezou muito. Resultado: um milagre! Voltou para casa completamente livre da possessão.

Catolicismo — V. Revma. poderia dar uma explicação a nossos leitores, ainda que sucinta, da necessidade do exorcismo e dos exorcistas?

Pe. Amorth — O exorcismo é constituído de várias orações oficiais feitas em nome da Igreja, e Deus ouve essas orações. Com efeito, existem tantas razões para isso!

O exorcismo depende muito das causas que determinaram a possessão diabólica, uma vez que estas exercem muita influência sobre o possesso. Dou-lhe um exemplo simples.

Se uma pessoa se consagrou a Satanás e fez o pacto de sangue com ele, é fácil entender que ela praticou um ato voluntário de doação de si mesma ao Maligno.

Então, libertar tal pessoa torna-se muito mais difícil, faz-se necessário muito mais tempo do que o empregado para libertar um inocente, que foi vítima de um malefício causado por outra pessoa.

Catolicismo — Pelo que V. Revma. afirmou acima, o exorcismo não constitui o único modo de uma pessoa fazer cessar a possessão. Haveria outras? Porque com a atual dificuldade em encontrar exorcistas…

Os demônios são puros espíritos que querem ver os homens gostando de coisas e nomes horrendos
Os demônios são puros espíritos que querem
ver os homens gostando de coisas e nomes horrendos
Pe. Amorth — Pode-se libertar da possessão com o exorcismo, que é uma oração oficial da Igreja, mas reservada aos exorcistas — pouquíssimos, quase inencontráveis.

Outra forma, aberta a todos, são as orações de libertação. No final de meus livros eu acrescento orações de libertação que sugiro. As orações mais eficazes são as de louvor, glória a Deus.

Assim nós também muitas vezes, nos próprios exorcismos, recitamos o Credo, o Glória, o Magnificat, Salmos, trechos da Bíblia, o Evangelho em que Jesus liberta os endemoninhados. Elas têm grande eficácia.

Catolicismo — Os demônios têm nomes?

Pe. Amorth — Quando constringidos pelo exorcista a dizer seus nomes, costumam apresentá-los. Os que têm nomes bíblicos ou de tradição bíblica, são demônios fortes e é muito mais trabalhoso exorcizá-los.

Continuamente dão nomes como Satanás, Asmodeu, Lilite, denominações igualmente importantes. O nome Lúcifer é de tradição bíblica e não um nome bíblico. Ou seja, nós o atribuímos à Bíblia, mas esta não cita Lúcifer.

Encontramos freqüentemente um demônio de nome Zabulom. O nome Zabulom, encontramo-lo na Bíblia, mas nunca como demônio. Zabulom é uma das 12 tribos de Israel. Há um demônio, porém, que tomou posse desse nome e é um demônio fortíssimo.

Encontramos nas Sagradas Escrituras o demônio Asmodeu. Deparo-me muitíssimas vezes com ele, porque é o demônio que destrói os casamentos. Ele rompe os matrimônios ou os impede. É tremendo!

Uma pessoa possuída ou possessa, in genere, pode estar dominada por muitos demônios. Temos um exemplo no Evangelho, quando Nosso Senhor interroga os endemoninhados de Gerasara e pergunta: “Como te chamas?” E o demônio responde: “legião”, porque são muitos.

Lembro o caso de um demônio fortíssimo que possuía uma freira, uma possessão tremenda (às vezes, são vítimas que se oferecem pela conversão dos pecadores e sofrem esta espécie de possessão).

Quando eu lhe perguntava o número, respondia-me: “Milhares!” “Milhares!” “Milhares!”

Catolicismo — A TV, de um modo geral, com programas incentivadores de práticas de magia e espiritismo, bem como desagregadores das tradições cristãs e da família, têm colaborado ponderavelmente para o incremento do satanismo? E o rock satânico, tem concorrido para a disseminação do poder do demônio?

Pe. Amorth — Quando foi inventada a televisão, o Padre Pio ficou furioso. E a quem lhe dizia que se tratava de uma magnífica invenção, ele respondia: “Verá que uso farão dela!”

A Internet é uma via fácil para o demônio entrar nos homens, diz o exorcista.
A Internet é uma via fácil para o demônio entrar nos homens, diz o exorcista.
Com efeito, a TV é corrupção da juventude e igualmente dos velhos! Ouso acrescentar: é também a corrupção dos padres, dos sacerdotes e das freiras.

Com os espetáculos contínuos de sexo, de horror, de violência… A Internet é ainda pior, a Internet é ainda pior, repito.

Certa vez, ao fazer um exorcismo, falando com o demônio, ele dizia: “A televisão, fui eu que a inventei!”

Eu afirmava: “Não! Tu és um mentiroso! A televisão é uma grandíssima invenção do homem. Tu inventaste o mau uso dela, a fim de corromper as pessoas”.

Todos sabemos que existe o nudismo. Todos sabemos que haverá [já houve, em Roma], dentro de alguns dias, uma manifestação de homossexuais! Uma demonstração do vício, o pecado que isso representa! Ali está, não há dúvida, a ação do demônio.

No caso acima, existe a atividade ordinária do demônio de tentar o homem, mas também a atividade extraordinária do demônio, que se serve da ocasião para possuir as pessoas que promovem essas coisas.

Quanto ao rock satânico, é tremendo. Pode conduzir à possessão diabólica porque ensina o culto a Satanás.

E pouco a pouco, através do culto a Satanás, chega-se a ser possuído por ele. Satanás é esperto, introduz-se sem nunca fazer-se sentir. Pode-se começar com simples jogos de cartas, de tarôs, e, através dos jogos, saber se vai ganhar na loteria, adivinhar acontecimentos, doenças de amigos.

E, pouco a pouco, vai-se sendo possuído pelo demônio. O diabo age assim: atua sem se fazer sentir…

Catolicismo — As doutrinas marxistas e sua aplicação concreta contribuem, de modo considerável, para a difusão do satanismo na sociedade contemporânea?

Pe. Amorth — Sim. Tenhamos presente que assim como o demônio pode possuir uma pessoa, pode igualmente possuir uma classe de pessoas, pode assumir o governo de uma nação.

Exemplifico. Estou convicto de que Hitler, Stalin, eram possuídos pelo demônio e que o nazismo — em massa — era possuído pelo Maligno.

Auschwitz, Dachau: não podem ser explicadas as atrocidades cometidas nesses lugares sem se cogitar numa perfídia verdadeiramente diabólica.

E não há nenhuma dúvida de que o demônio influiu muitíssimo no mundo cultural. O demônio quer distanciar o homem de Deus.

Por outro lado, tivemos pela primeira vez na História um fenômeno profetizado em Fátima — 1917, 13 de julho —, a aparição mais importante de Nossa Senhora em Fátima, aquela na qual encontram-se os segredos e em que Nossa Senhora fez ver o inferno.

Os grandes crimes políticos e sociais como o comunismo não teriam sido possíveis sem participação do demônio
Os grandes crimes políticos e sociais como o comunismo
não teriam sido possíveis sem participação do demônio
Nessa ocasião, entre outras coisas, profetizou: “Se não obedecerem minhas palavras, a Rússia espalhará seus erros pelo mundo”.

Nunca aconteceu que o povo tivesse sido instruído para o ateísmo. Em Moscou, entretanto, existia uma Universidade do ateísmo, na qual se formavam os participantes do Partido e se ensinava como atuar para destruir a religião em uma nação religiosa.

Jamais, no passado da humanidade, ensinou-se o ateísmo. Foi uma novidade de nosso século, devido ao comunismo que espalhou o ateísmo por todo o mundo.

Catolicismo — A falta de fé seria a principal e mais profunda causa do aumento do poder satânico no mundo atual?

Pe. Amorth — Sempre. É matemático. Examinando toda a história do Antigo Testamento, a história de Israel, quando esta abandona Deus, entrega-se à idolatria.

É matemático, quando se abandona a Fé, entregamo-nos à superstição. Isto aplica-se, em nossos dias, a todos nós do mundo ocidental.

Tomem as velhas nações da Cristandade medieval. A católica Itália, a França, a Espanha, a Áustria, a Irlanda, que uma vez foram nações cujo catolicismo era forte.

Agora o catolicismo tornou-se fraquíssimo. Na Itália, de 12 a 14 milhões de italianos freqüentam atualmente sessões de bruxaria e cartomantes. Há no país aproximadamente 65.000 bruxos e cartomantes, muito mais que o número de sacerdotes.

Existem também na Itália de 600 a 700 seitas satânicas. E 37% da juventude italiana participaram algumas vezes de sessões espíritas, acreditando ser um mero jogo…

Um movimento dirigido por um sacerdote ensina aos pais como falar com seus filhos falecidos… Isto é espiritismo puro. Em outros tempos o espiritismo exercia-se através de um médium em estado de transe, e o médium evocava a pessoa.

O espiritismo consiste em evocar um defunto para interrogá-lo e obter dele respostas. Agora não é mais necessária a presença do médium, pois pratica-se o espiritismo através do gravador, do televisor e da Internet…

Os dois meios mais usados são gravadores e escritura automática. A página mais lida dos jornais é o horóscopo… e os quotidianos não são comprados pelos analfabetos.

São os industriais, os políticos, que não tomam decisões sem antes ouvir um bruxo. Ou seja, sempre que diminui a Fé, aumenta a superstição.

A crise da Igreja e as apostasías no clero e nos fiéis é o maior triunfo de Satanás
A crise da Igreja e as apostasías no clero e nos fiéis é o maior triunfo de Satanás
Por exemplo, faz-se um referendum na Itália para a defesa da família, vence o divórcio; faz-se um referendum em defesa da vida, vence o aborto. E isto na católica Itália…

Não nos espantemos, Satanás é poderoso. Nosso Senhor o chama por duas vezes “Príncipe deste Mundo”.

São Paulo o chama “Deus deste mundo”. São João diz: “Todo mundo jaz sob o poder do Maligno”.

E quando o demônio tenta Nosso Senhor, leva-O ao alto do monte, fá-Lo ver os reinos da Terra, e diz: “São meus, e os dou a quem quero e se tu te ajoelhares diante de mim…” .

Jesus não lhe responde: “Tu és um mentiroso, todos os reinos são de meu Pai. É Ele quem dá a quem quiser”. Não, não. A Escritura diz: “Tu ajoelhar-te-ás somente ante teu Deus”. Nosso Senhor não contradiz o demônio.

Hoje tantos ajoelham-se diante de Satanás para obter sucesso, prazer, riquezas —as três grandes paixões do homem!

E o demônio oferece o sucesso, o prazer, a riqueza, mas sempre unidos a terríveis sofrimentos.

Vemos o sucesso, vemos o dinheiro. Imaginamos que aquela pessoa é feliz. Não é verdade, pois o demônio só pode praticar o mal.

Por conseguinte, as pessoas que se entregam ao demônio têm o inferno nesta vida e na outra. Aqui um inferno dourado, mascarado de sucesso, e depois… o fogo eterno!

Catolicismo — Qual a influência do chamado progressismo católico nessa decadência da virtude teologal da fé?

Pe. Amorth — Hoje, infelizmente, existem teólogos e exegetas que negam até mesmo os exorcismos de Nosso Senhor. No meu último livro — Exorcismos e Psiquiatras — dedico um capítulo aos exorcistas franceses; apenas cinco de um total de 105 crêem e fazem exorcismos, os outros… não crêem neles.

Em um de seus congressos, convidaram para falar exegetas que negam os exorcismos de Nosso Senhor. Afirmam eles tratar-se de uma linguagem apenas cultural e que o Redentor adaptava-se à mentalidade da época, mas que, na verdade, aquelas pessoas eram apenas loucas e não possessas.

Essas prédicas de exegetas influíram nos espíritos dos Bispos, dos padres etc.

Catolicismo — Quais as razões que levam Bispos católicos a se desinteressarem inteiramente da temática demônio, abandonando assim os fiéis à ação preternatural, crescente nos dias atuais?

São João diz: “Todo mundo jaz sob o poder do Maligno”
São João diz: “Todo mundo jaz sob o poder do Maligno”
Inferno, Hans Memling (1430/1440 — 1494), detalhe
Pe. Amorth — Não há razão para se impressionar com minha resposta. No Evangelho, Nosso Senhor diz: “O demônio é fortíssimo”. Isto está muito claro. É fortíssimo e conseguiu, com sua habilidade, fazer-nos crer que [ele] não existe, coisa que mais lhe agrada.

Porque pôde realizar isso nestes séculos — pois já faz três séculos que faltam exorcistas. E isso explica meu combate aos Bispos, aos padres que não crêem na ação do demônio. Eu os critico fortemente.

Julgo que 90% dos padres e dos Bispos não crêem na ação extraordinária do demônio. Talvez existam alguns! TALVEZ, TALVEZ.

No Concílio Vaticano II, alguns Bispos já afirmavam que não existia!… Durante o Concílio, hein! Diante da Assembléia Conciliar!

Repito: tenho por certo que 90% dos Bispos e sacerdotes não crêem na ação extraordinária do demônio.

Razão pela qual há três séculos, na Igreja latina, verifica-se uma escassez espantosa de exorcistas. Na Alemanha, nenhum! Na Áustria, nenhum! Na Suíça, nenhum! Na Espanha, nenhum! Em Portugal, nenhum!

Quando eu digo “nenhum”, não estou afirmando que não existam um, dois, mas de tal maneira não são encontrados, que os considero como inexistentes.

Em uma cidade européia, importante centro de peregrinação, temos uma livraria Paulina.

Quando lá estive, dei-me conta, através de um livreiro amigo, que dispunham de meu livro na livraria, mas escondido. “Os Bispos disseram-nos para tê-lo escondido, e não expô-lo! De não expô-lo!”

Por outro lado, há muitos Bispos que não nomearam exorcistas. Um Prelado famoso — o Cardeal Todini, que foi Arcebispo de Ravena —, numa transmissão televisiva jactou-se de nunca ter nomeado exorcistas! Esta, infelizmente, é a situação na qual nos encontramos.

Catolicismo — V. Revma. baseia-se em alguma escola espiritual, em algum Santo, para tomar uma posição tão louvável quanto destemida?

Que desde o Céu, o Pe. Amorth continue intercedendo por nós contra as insídias do príncipe das trevas e de seus sequazes.
Que desde o Céu, o Pe. Amorth continue intercedendo por nós
contra as insídias do príncipe das trevas e de seus sequazes.
Pe. Amorth — Eu procuro seguir a linha iniciada por um santo espanhol, o Beato Francisco Palau, carmelitano, que já em 1870 veio a Roma falar sobre o exorcismo com o Papa Pio IX.

Voltou depois a Roma durante as sessões do Concílio Vaticano I, para que se tratasse da necessidade de exorcistas. Com a interrupção daquele Concílio em razão da tomada de Roma, o assunto sequer foi levantado.

Catolicismo — Pe. Amorth, que conselho V. Revma. poderia dar-nos e a nossos caros leitores para nos precavermos contra eventuais malefícios (macumbas, por exemplo) que se queiram fazer para nos prejudicar?

Pe. Amorth — O conselho número um consiste em ter fé. Depois, viver na graça de Deus. Se se vive em estado de graça, está-se protegido, é mais difícil que a macumba nos atinja.

Porém, se se é realmente atingido, é necessário recorrer-se aos exorcismos, a muitas orações, a muitos sacramentos e, com a graça de Deus, se é libertado.

Mas pode ser que Deus permita que se continue no estado de possessão, para o bem espiritual da própria pessoa.

Assim, São João Crisóstomo afirma que o demônio, malgrado ele próprio, é o grande santificador das almas…


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