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Arqueologia identifica existência de 50 personagens do Antigo Testamento

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Capa da Biblical Archaeology Review
Capa da Biblical Archaeology Review

Na Biblical Archaeology Review, o acadêmico Lawrence Mykytiuk, professor associado da Universidade Purdue, elaborou uma lista dos personagens históricos do Antigo Testamento que ficaram registrados em documentos arqueológicos.

Trata-se de colunas de pedra, selos de argila, recibos, tabletes ou inscrições funerárias que ainda existem após 2.000 ou 3.000 anos, apesar de guerras, terremotos, depredações e saques.

Mykytiuk constatou que, com os conhecimentos atuais, a partir de provas arqueológicas materiais, se pode demostrar a existência de 50 personagens bíblicos.

Não está excluido, e até parece certo, que trabalhos em andamento venham a demostrar a existência de outros.

Os 50 formam um conjunto mais do que suficiente para reforçar a certeza da veracidade e historicidade do Antigo Testamento.

Prof. Lawrence Mykytiuk, autor do trabalho
Prof. Lawrence Mykytiuk, autor do trabalho
Na lista encontramos pessoas de todas as categorias, incluindo reis e funcionários cujos nomes ficaram registrados em documentos oficiais.

A lista inclui:

– 5 faraós egípcios

– 1 rei moabita

– 5 reis e líderes arameus ou sírios

– 9 governantes do reino de Israel

– 14 autoridades do reino de Judá

– 6 reis ou senhores da conquistadora Assíria

Sargão II, rei da Assíria (721–705 a.C.)., Isaías 20:1
Sargão II, rei da Assíria (721–705 a.C.)., Isaías 20:1
– 5 reis ou senhores de Babilônia

– 5 reis da Pérsia

O professor Mykytiuk só considera confirmados e identificados os personagens de quem se encontraram inscrições da época em que viveram.

Não inclui figuras aludidas em inscrições de séculos posteriores àqueles em que viveram

Ele discute cada caso com longas notas ao pé de página.

Para ver as notas detalhadas das provas arqueológicas de cada um (em inglês) clique: Biblical Archeology Review, março/abril 2014;

Acab, o esposo da pérfida Jezabel

Por exemplo, Acab, rei de Israel, aparece na Bíblia como o perseguidor do profeta Elias, motivado por sua pérfida mulher, a pagã Jezabel.

Se não fosse pela Bíblia, só teríamos duas menções desse rei em inscrições de pedra, como no Monólito de Kurkh, encontrado em 1861.

Nele, Salmanaser III descreve sua vitória contra uma aliança de 11 ou 12 reis na batalha de Qarqar em 853 a.C.

Salmanaser III descreve vitória sobre Acab, rei de Israel (873–852 a.C.) 1 Reis 16:28, etc.
Salmanaser III descreve vitória sobre Acab,
rei de Israel (873–852 a.C.) 1 Reis 16:28, etc.
Um dos vencidos é “A-ha-ab-bu Sir-ila-a-a”, quer dizer, “Acab Senhor de Israel”, que participou com “2.000 carros e 10.000 infantes”.

Também palácios e prédios de sua época demostram que seu reino, embora dominado pela impiedade, segundo a denúncia profética de Elias, era economicamente forte.

A Bíblia e o recibo!

Outro caso curioso: achar um nome bíblico numa conta ou num recibo!

Há 130.000 placas reunidas no Museu Britânico e que estão sendo traduzidas e analisadas.

Entre elas, o professor Michael Jursa, da Universidade de Viena, encontrou, em julho de 2007, uma conta do ano 595 antes de Cristo – oito anos antes de os babilônios conquistarem Jerusalém –, episódio descrito com detalhe pelo profeta Jeremias.

É uma fatura feita por Nabusarsekim, chefe de eunucos, na qual se lê:

“1,5 minas [0,75 kg] de ouro, propriedade de Nabu-sharrussu-ukin, chefe dos eunucos, enviadas através do eunuco Arad Banitu para o templo de Esangila; Arad Banitu entregou. Feito na presença de Bel-usat, filho de Alpaya, guarda-costas real; de Nadin, filho de Marduk-zer-ibni, no mês nove, dia 18, ano 10 de Nabucodonosor, rei de Babilônia”.
Recibo de Nabusarsekim (inícios do século VI a.C.) Jeremias 39:3
Recibo de Nabusarsekim (inícios do século VI a.C.) Jeremias 39:3
De fato, Jeremias (39,1) descreve a entrada dos chefes e generais de Nabucodonosor em Jerusalém.

A tradução correta dos nomes semíticos inclui o “nabu” (senhor) Sharrussu-ukin, chefe de eunucos, segundo a Bíblia (Nabusezbã na tradução da Editora Ave Maria) e a fatura do templo.

O documento em pedra confirma como Jeremias foi meticuloso e documentado na hora de nomear os generais que entraram triunfantes em Jerusalém.

Sobna, prefigura de São Pedro e dos Papas

O professor Mykytiuk menciona também alguns personagens que não inclui na lista, mas que ele considera “quase comprovados”.

Um exemplo é Sobna, mordomo do palácio de Jerusalém.

Na ausência do rei, o mordomo tinha poderes comparáveis aos que Jesus Cristo concedeu a São Pedro: “Eu te dou as chaves do reino” (Mt 16, 17-21), frase que deixa sem jeito os protestantes.

Isaías (22,21ss) descreve a função do mordomo do reino davídico, dizendo:

“21. Revesti-lo-ei com a tua túnica, cingi-lo-ei com o teu cinto, e lhe transferirei os teus poderes; ele será um pai para os habitantes de Jerusalém e para a casa de Judá.
22. Porei sobre seus ombros a chave da casa de Davi; se ele abrir, ninguém fechará, se fechar, ninguém abrirá;
23. fixá-lo-ei como prego em lugar firme, e ele será um trono de honra para a casa de seu pai.
Túmulo do rei persa Artaxerxes I, (465-425/424 a.C.). Esdras 4:7, etc
Túmulo do rei persa Artaxerxes I, (465-425/424 a.C.). Esdras 4:7, etc
24. Dele estarão pendentes todos os membros de sua família, os ramos principais e os ramos menores, toda espécie de vasos, desde os copos até os jarros”.

O mordomo era, pois, uma prefigura de São Pedro e dos Papas.

Mas Isaías (22,15) fala de um mordomo de nome Sobna, que agiu mal e que Deus puniu tirando-lhe as chaves.

O professor Mykytiuk considera que Sobna existiu entre 726 e 686 antes de Cristo, e que quiçá também é o personagem mencionado em 2 Reis 18,18ss.

Em 1953 foi achada a tumba de um mordomo real cavada na pedra em Silwan (ou Siloam), perto de Jerusalém.

A inscrição não está completa, porém o nome poderia ser Sobna, de quem em Isaías 22,16 Deus diz:

“Cava para si um sepulcro num lugar elevado, talha para si uma morada na rocha. Que propriedade tens aqui, que parentes tens nela, para ousares cavar-te nela um sepulcro?”

Eis a lista de 50 personagens históricos do Antigo Testamento cuja existência é confirmada em inscrições autênticas da época:

5 faraós de Egito1 rei de Moab 5 personalidades de Aram-Damasco
Sosac (=Shishak = Shoshenq I), anos: 945–924 a.C. 1 Reis 11:40, etc.
(= Osorkon IV); anos: 730–715, 2 Reis 17:4
Tiracá (=Tirhakah = Taharqa); anos: 690–664; 2 Reis 19:9, etc.
Necó II; anos: 610–595, 2 Crônicas 35:20, etc.
Ofrá (= Apries); anos: 589–570. Jeremias 44:30
Mesá (=Mesha); primeira metade do século IX a.C. 2 Reis 3:4–27Hadadezer, rei de Sobá; primeira metade do s. IX a.C. 1 Reis 11:23, etc.
Ben-hadad, filho de Hadadezer, 844/842. 2 Reis 6:24.
Jazael, rei da Síria; 844/842–c. 800 a.C. 1 Reis 19:15, etc.
Ben-hadad, filho de Jazael; inícios do s. VIII a.C. 2 Reis 13:3, etc.
Rasão, rei de Síria (=Rezin); meados do s.VIII a.C. al 732. 2 Reis 15:37, etc.
9 governantes do Reino de Israel 14 autoridades do Reino de Judá 6 reis e senhores de Assíria
Rei Omrí; 884–873. 1 Reis 16:16, etc.
Rei Acab (esposo da pérfida Jezabel, perseguidor do profeta Elias); 873–852. 1 Reis 16:28, etc.
Rei Jehu; 842/841–815/814. 1 Reis 19:16, etc.
Rei Joás (a quem Eliseu pedia jogar frechas para profetizar); 805–790 a.C. 2 Reis 13:9, etc.
Rei Jeroboão II; 790–750/749. 2 Reis 13:13, etc.
Rei Menaém (=Menahem); 749–738. 2 Reis 15:14, etc.
Rei Peca (=Pekah); 750(?)–732/731. 2 Reis 15:25, etc.
Rei Oséias (=Hoshea); 732/731–722. 2 Reis 15:30, etc.
Sanbalat “o joronita”, governador da Samaria sob domínio persa; meados do s.V a.C. Neemias 2:10, etc.
Rei David; c. 1010–970 a.C. 1 Samuel 16:13, etc.
Rei Ozias, ou Uzias (= Azariah), 788/787–736/735. 2 Reis 14:21, etc.
Rei Ajaz (= Jehoahaz); 742/741–726- 2 Reis 15:38, etc.
Rei Ezequias (que viu Isaías fazendo retroceder a sombra no relógio de sol); 726–697/696. 2 Reis 16:20, etc.
Rei Manassés; 697/696–642/641. 2 Reis 20:21, etc.
Jilquias (=Hilkiah), sumo sacerdote que encontrou o Livro da Lei e o deu ao Rei Josias; entre 640/639 e 609 a.C. 2 Reis 22:4, etc.
Safã o secretário, escriba durante o reinado de Josias; entre 640/639 e 609 a.C. 2 Reis 22:3, etc.
Azarias, sumo sacerdote no reinado de Josias; entre 640/639 e 609 a.C. 1 Crônicas 5:39, etc.
Gemarias, filho de Safán, funcionário do Rei Joaquim; entre 609 e 598 a.C. Jeremias 36:10, etc.
Rei Joaquim (= Jeconiah = Coniah); 598–597. 2 Reis 24:6, etc.
Selemias, pai do funcionário Jucal; fim do s.VII. Jeremias 37:3, etc.
Jucal (=Jehucal), funcionário do rei Sedecias; entre 597 e 586. Jeremias 37:3, etc.
Pasjur, pai de Godolias, funcionário de Sedequias; fim do s.VII. Jeremias 38:1
Godolias, funcionário de Sedequias; entre 597 e 586. Jeremias 38:1
Rei Tiglate-Pileser III (= Pul), 744–727. 2 Reis 15:19, etc.
Rei Salmanaser V; 726–722. 2 Reis 17:3, etc.
Rei Sargão II; 721–705, Isaías 20:1.
Rei Senaqueribe; 704–681, 2 Reis 18:13, etc.
Adrammelech (= Ardamullissu = Arad-mullissu); filho e assassino de Senaqueribe; inícios do século VII a.C. 2 Reis 19:37, etc.
Rei Esarhaddon; 680–669; 2 Reis 19:37, etc.


5 Reis e líderes de Babilônia5 reis da Pérsia
Rei Merodach-baladan II, 721–710 e 703. 2 Reis 20:12, etc.
Rei Nabucodonosor II, 604–562, 2 Reis 24:1, etc.
Nabusazbán, chefe dos eunucos (=Nebo-sarsekim, =Sarsachim); general de Nabucodonosor, inícios do século VI. Jeremias 39:3
Rei Evil-Merodac (= Awel Marduk = Amel Marduk); 561–560. 2 Reis 25:27, etc.
“Rei” Baltasar (=Belshazzar): durante o banquete, uma mão escreveu na parede. Historicamente foi governador sob o rei Nabônidas; c. 543?–540. Daniel 5:1, etc.
Rei Ciro II (= Ciro o Grande); 559–530. 2 Crônicas 36:22, etc.
Rei Dario I (= Dario o Grande); 520–486. Esdras 4:5, etc.
Rei Xerxes I (= Assuero); 486–465. Ester 1:1, etc.
Rei Artaxerxes I Longimano; 465-425/424. Esdras 4:7, etc.
Rei Dario II Nothus; 425/424-405/404. Neemias 12:22



Arca de Noé podia levar dezenas de milhares de animais

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A Arca de Noé é prefigura da Igreja Católica, Arca da Salvação. Vitral da igreja de Saint'Étienne du Mont, Paris
A Arca de Noé é prefigura da Igreja Católica, Arca da Salvação.
Vitral da igreja de Saint'Étienne du Mont, Paris

Um recente filme que manipula o episódio bíblico da Arca de Noé e do Dilúvio num sentido ambientalista e sensacionalista, veio colateralmente levantar problemas relativos a esse acontecimento magno da História da Salvação.

Não nos deteremos nas fantasias do filme, mas procuraremos aproveitar algumas matérias recentemente publicadas sobre a odisséia de Noé.

Noé e sua Arca de que nos fala o Génesis, ainda continuam uma fonte de enigmas, não para a Fé, mas para a ciência.

De fato, até o presente não foi possível encontrar nada de positivo a respeito do local onde poderiam estar os restos da célebre Arca. Fala-se com certo fundamento que estaria no Monte Ararat, montanha sagrada da Armênia, hoje em território turco.

Expedição alguma reconhecida pela comunidade científica chegou a fazer descobertas relevantes. As teorias e suposições baseadas nestes ou aqueles fundamentos até agora não foram confirmadas por descobertas ou outros fatores.

Mas isso não quer dizer que algum dia virão a sê-lo. Aguardemos.

Entrementes, os Livros Sagrados fornecem informações interessantes sobre a Arca de Noé que alguns cientistas procuraram analisar à luz da ciência.

Uma das perguntas às quais tentam responder é: podia a Arca descrita no Gênesis levar dentro o mundo de animais que diz ter levado?

Noé recolhe os animais na Arca. Catedral de Ely, Inglaterra
Noé recolhe os animais na Arca. Catedral de Ely, Inglaterra

As dimensões da Arca definidas por Deus estão no Gênesis 6:15, porém em “côvados”: 300 de cumprimento, 50 de largura e 30 de altura.

11. A terra corrompia-se diante de Deus e enchia-se de violência.

12. Deus olhou para a terra e viu que ela estava corrompida: toda a criatura seguia na terra o caminho da corrupção.

13. Então Deus disse a Noé: “Eis chegado o fim de toda a criatura diante de mim, pois eles encheram a terra de violência. Vou exterminá-los juntamente com a terra.

14. Faze para ti uma arca de madeira resinosa: dividi-la-ás em compartimentos e a untarás de betume por dentro e por fora.

15. E eis como a farás: seu comprimento será de trezentos côvados, sua largura de cinqüenta côvados, e sua altura de trinta.

Arca de Noé, Edward Hicks (1780 – 1849). Philadelphia Museum of Art
Arca de Noé, Edward Hicks (1780 – 1849).
Philadelphia Museum of Art
16. Farás no cimo da arca uma abertura com a dimensão dum côvado. Porás a porta da arca a um lado, e construirás três andares de compartimentos.

17. Eis que vou fazer cair o dilúvio sobre a terra, uma inundação que exterminará todo ser que tenha sopro de vida debaixo do céu. Tudo que está sobre a terra morrerá.

18. Mas farei aliança contigo: entrarás na arca com teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos.

19. De tudo o que vive, de cada espécie de animais, farás entrar na arca dois, macho e fêmea, para que vivam contigo.

20. De cada espécie de aves, e de cada espécie de quadrúpedes, e de cada espécie de animais que se arrastam sobre a terra, entrará um casal contigo, para que lhes possas conservar a vida.

21. Tomarás também contigo de todas as coisas para comer, e armazená-las-ás para que te sirvam de alimento, a ti e aos animais.” (Gênesis, cap 6, 11ss)

Arca de Noé, afresco na igreja de San Maurizio, Milão
E também:

1. O Senhor disse a Noé: “Entra na arca, tu e toda a tua casa, porque te reconheci justo diante dos meus olhos, entre os de tua geração.

2. De todos os animais puros tomarás sete casais, machos e fêmeas, e de todos animais impuros tomarás um casal, macho e fêmea;

3. das aves do céu igualmente sete casais, machos e fêmeas, para que se conserve viva a raça sobre a face de toda a terra.

4. dentro de sete dias farei chover sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites, e exterminarei da superfície da terra todos os seres que eu fiz.” (Gênesis, cap 7, 1ss)

Há pequenas divergências sobre o valor do “côvado” – pois, de fato, houve mais de um tipo de “côvado”.

Réplica moderna da Arca de Noé feita ha Holanda permite apreciar as dimensões
Réplica moderna da Arca de Noé feita ha Holanda permite apreciar as dimensões
Transpostas as medidas bíblicas a unidades de medida modernas, nós teríamos um navio sem mastros de 137-144 metros de cumprimento, 26 metros de largura e 16 metros de altura divididos em três andares, com uma capacidade de carga de perto de 57.000 metros cúbicos.

Isto é o equivalente a um navio porta contêineres capaz de levar perto de 1.500 unidades.

Deus dispôs que entrassem na Arca um casal, macho e fêmea, de cada espécie animal – com exceção dos animais “puros”, quer dizer, os usados nos sacrifícios religiosos, e das aves, dos quais recolheu sete casais.

Quantos animais deveriam então entrar na Arca para que coubessem todas as espécies? O número exato ainda é objeto de disputa. No reputado livro O dilúvio do Gênesis ('The Genesis Flood'), Henry Madison Morris, fundador daCreation Research Society e do Institute for Creation Research e seu colega John Clement Whitcomb sugerem que aproximadamente 35.000 animais subiram na Arca.

Porém, recentemente, uma equipe de pesquisadores do Departamento de Física e Astronomia da Universidade de Leicester, na Grã-Bretanha, concluiu que a Arca tinha capacidade para carregar 70.000 animais sem afundar. Portanto, ainda sobrava espaço.

Interior da réplica da Arca de Noé, em Amsterdam
Interior da réplica da Arca de Noé, em Amsterdam
Thomas Morris, um dos autores desse trabalho, declarou ao jornal “The Telegraph”:

“Você não está obrigado a achar que a Bíblia seja necessariamente uma fonte acurada de informação, mas eu confesso que nós ficamos muitos surpresos quando descobrimos que a Arca funcionaria”.

Importa não só o número, mas o volume dos animais. Matthew J. Slick calculou que a Arca podia levar 7.400 mamíferos (obviamente maiores), 120.400 pássaros, 12.600 répteis e 5.000 anfíbios (esses ocupando bem menos espaço). Este cômputo eleva o número dos animais a 145.400, porém faz os descontos dos animais menores.

Deve-se destacar que o cálculo de Slick também inclui espaço para levar alimento para os animais e área para os insetos...!


Professor faz Crucificado seguindo os dados do Santo Sudário

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Prof. Juan Manuel Miñarro explica seu trabalho

Diversos leitores do blog pediram as fotos deste impressionante Crucificado em tamanho maior, exprimindo o desejo de fazer um poster ou outra forma de reprodução.

Em atenção aos pedidos re-publicamos este post com as fotos ampliadas, e mais duas acrescentadas no fim.

Basta clicar na foto desejada e ela aparecerá na tela no tamanho máximo possível. Depois é só salvar na pasta preferida.

Aplicamos a maior resolução que um blog permite técnicamente, e que nem para todos será a ideal.

Para quem desejar as mesmas fotos com ainda maior definição e tamanho, recomendamos a página do Prof. Juan Manuel Miñarro: http://cofrades.pasionensevilla.tv/photo/albums/cristo-sindonico-de-minarro

O escultor espanhol e catedrático da Universidade de Sevilha, Juan Manuel Miñarro estudou durante dez anos o Santo Sudário de Turim.

Como resultado esculpiu um Crucificado que, segundo o artista, seria uma reprodução científica do estado físico de Nosso Senhor Jesus Cristo depois de sua morte.

Jesus Crucificado segundo o Santo Sudário:
estreita concordância com as imagens tradicionais
O autor não visava provar a existência de Jesus de Nazaré, mas destacar os impressionantes acertos anatômicos constatados no estudo científico do Santo Sudário.

O professor Miñarro disse à BBC Brasil que, embora tenha privilegiado a “exatidão matemática”, “essa imagem só pode ser compreendida com olhos de quem tem fé”.

“A princípio, ela pode chocar pelo realismo, mas ela reproduz com fidelidade a cena do Calvário”, completou. Miñarro levou mais de dois anos para concluir sua obra.

O escultor não trabalhou só. Ele presidiu o trabalho de um grupo de cientistas que levaram adiante uma investigação multidisciplinar do Sudário de Turim.

O crucificado é o único “sindônico” no mundo, pois reflete até nos mais mínimos detalhes os múltiplos traumatismos do corpo estampado no Santo Sudário.

A imagem representa um corpo de 1,80 metros de altura, de acordo com os estudos no Sudário feitos pelas Universidades de Bolonha e Pavia. Os braços e a Cruz formam um ângulo de 65 graus.

A Coroa de Espinhos tinha forma de casco, cobrindo toda a cabeça, e foi feita com jujuba “ziziphus jujuba”, uma espécie de espinheiro cujas agulhas não se dobram.

Coroa de espinhos segundo o Santo Sudário
A pele apresenta exatamente o aspecto de uma pessoa morta há uma hora. O ventre aparece inchado por causa da crucifixão.

O braço direito aparece desconjuntado pelo fato do crucificado se apoiar nele à procura de ar durante a asfixia sofrida na Cruz.

O polegar das mãos está virado para dentro, reação do nervo quando um objeto atravessa a munheca.

A escultura reflete também a presença de dois tipos de sangue: o vertido antes da morte e o derramado post mortem. Também aparece o plasma da ferida do costado, de que fala o Evangelho.

A elaboração destes pormenores foi supervisionada por hematologistas. A pele dos joelhos está aberta pelas quedas e pelas torturas.

Há grãos de terra incrustados na carne que foram trazidos de Jerusalém.

As feridas são típicas das produzidas pelos látegos romanos, que incluíam bolas de metal com pontas recurvadas para rasgar a carne.

Foram necessários 10 anos de estudo
Não há zonas vitais do corpo atingidas pelos látegos porque os verdugos poupavam essas partes para que o réu não morresse na tortura.

A maçã do rosto do lado direito está inchada e avermelhada pela ruptura do osso malar.

A língua e os dedos do pé apresentam um tom azulado, característicos da parada cardíaca.

Por fim, embaixo da frase em hebraico “Jesus Nazareno, rei dos judeus”, a tradução em grego e em latim está escrita da direita para a esquerda, erro habitual naquela época e naquela região.

A escultura esteve exposta na igreja de São Pedro de Alcântara, Córdoba, Espanha, e saiu em procissão pelas ruas da cidade durante a Semana Santa.

Com os mesmos critérios e técnicas, Miñarro está criando outras imagens que representam a Nosso Senhor em diferentes momentos de sua dolorosa Paixão.

Isaías 53

Cristo de Miñarro venerado em igreja,
São Pedro de Alcântara, Córdoba, Espanha
“Ele subirá como o arbusto diante dele, e como raiz que sai de uma terra sequiosa; ele não tem beleza, nem formosura; vimo-lo, e não tinha aparência do que era, e por isso não tivemos caso dele.

“Ele era desprezado, o último dos homens, um homem de dores; experimentado nos sofrimentos; o seu rosto estava encoberto; era desprezado, e por isso nenhum caso fizeram dele.

“Verdadeiramente ele foi o que tomou sobre si as nossas fraquezas, e ele mesmo carregou com as nossas dores; nós o reputamos como um leproso, como um homem ferido por Deus e humilhado.

“Mas foi ferido por causa das nossas iniqüidades, foi despedaçado por causa dos nossos crimes; o castigo que nos devia trazer a paz, caiu sobre ele, e nós fomos sarados com as suas pisaduras.” (53, 2-5).




A ciência se depara face a face com Deus, após séculos de cientificismo antirreligioso

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Embaixo: o Atacama Large Millimeter-submillimeter Array (ALMA), maior telescópio da Terra.
Fundo: galaxia Andrómeda, a mais parecida à nossa, a Via Láctea.
Desde o Iluminismo – para fixarmos uma referência – um viés cientificista veio insistindo na ideia de que, à medida em que a ciência fosse se desenvolvendo, tornar-se-ia evidente que a existência de Deus é uma crendice para encobrir uma vergonhosa ignorância.

E a ciência progrediu. A cada descoberta relevante e a cada nova teoria – algumas das quais se demonstraram falsas depois – esse espírito iluminista, revolucionário, anticatólico e ateu cantava vitória. Afinal, diziam, a religião ficou dessueta!

Ainda hoje se publica farta literatura de botequim repetindo o mesmo ‘disco ralado’. A inexistência de Deus estaria demonstrada, foi descoberta a máquina do Universo que torna desnecessária a divindade, a inteligência é coisa que o computador faz. Não precisamos de um Criador para explicar o Universo!!!

Mas, descartando essa literatura de rodoviária e nos voltando para os cientistas de verdadeira envergadura atuais, verificamos que um a profunda mudança está em curso.

A revista americana “Time”, considerada a maior do mundo, aderiu durante muito tempo à visualização da literatura de cordel a respeito da relação da ciência com a religião. Porém, há tempos que vem modificando a sua posição.

Não é questão de uma revista, por grande que seja, mas toda uma mudança planetária que está em andamento. E levada adiante pelos homens mais instruídos nas subtilezas, complexidades e profundidades dos diversos campos do conhecimento humano.

“Time” tentou explicar numa matéria de capa o que está acontecendo. Para isso apelou ao matemático e professor da Universidade de Massachusetts Amir D. Aczel, autor do livro Por que a ciência não desaprova Deus (“Why Science Does Not Disprove God”, Harper Collins Publishers, New York, 2014).

O autor publicou numerosos trabalhos científicos e matemáticos e foi apontado para diversos prêmios pela sua produção de livros voltados para a divulgação da ciência.

O professor Aczel parte da constatação de que a ciência forneceu um imenso cabedal de conhecimentos. E não cessa de fornecer. A cada dois anos, ou até menos, esse conhecimento duplica.

Na física e na cosmologia os cientistas estudam o que poderia ter acontecido na mais tênue fração de tempo no início do Universo.

Desenho artístico: desde o Big-Bang, de complicação em complicação até chegar à vida na Terra
Na química se estudam as mais complicadas relações entre átomos e moléculas.

Na biologia, o estudo das células vivas e o mapeamento do genoma humano atingem desenvolvimentos de espantosa complexidade e extensão.

E eis a pergunta da qual ninguém escapa, feita pelo autor: todo esse conhecimento desmente a existência de um Ser anterior a tudo, de uma Força todo-poderosa que pôs em funcionamento essa fabulosa máquina do Universo?

Quanto mais a ciência avança, mais a resposta ateia fica sem sentido.

Houve Algo. Houve Alguém. Houve Aquele a Quem chamam Deus – o Deus da Bíblia que tirou tudo do nada.

No século XIX, acreditar em Deus era objeto de derrisão. O homem não havia descoberto a penicilina, a máquina de vapor e testava a eletricidade?

Darwin havia publicado em 1859 a teoria de que o homem descende por evolução do macaco ou de algum bicho semelhante; Marx explicava a história e a sociedade pela luta de classes; e Freud refutava a religião e a moral pelo sexo.

Alguém achou ossos em Neandertal, e pronto! Para o ateísmo, estava tudo demonstrado.

Mas – observa Aczel – no século XX ninguém conseguiu demonstrar como se deu aquele momento primeiro do Universo que os cientistas chamam de Big Bang.

Tampouco ninguém conseguiu esboçar o menor indício ou prova de onde ou como apareceram os seres vivos a partir da matéria inanimada.

Deus Criador do Mundo.Österreichische Nationalbibliothek, Viena. No centro: uma molécula de DNA.
Deus Criador do Mundo.Österreichische Nationalbibliothek, Viena.
No centro: uma molécula de DNA.
Nem Freud nem seu exército de discípulos conseguiu explicar como apareceu a consciência, que a Bíblia e a Igreja nos ensinam que está radicada na alma humana criada por Deus à sua imagem e semelhança.

A inteligência, que permite aos homens vasculhar os mistérios da biologia, da física, da matemática, da engenharia, da medicina, de criar as grandes obras de arte, a música, a arquitetura, a literatura, de onde saiu? Como apareceu?

Diante de pirâmides de conhecimento que ela mesma acumula, a ciência mais avançada cai de joelhos e se rende impotente diante dos mais profundos mistérios da ordem do ser.

Sondas espaciais, telescópios cada vez mais poderosos, computadores potentíssimos ficam silenciosos diante desses mistérios.

Como apareceu a vida? Há vida em algum recanto do Universo que não seja o nosso?

E a resposta é sempre a mesma: em parte alguma do Universo cognoscível se encontra um local onde uma tão requintada convergência de fatores permitiu a aparição da vida.

A vida é a grande realidade – observa Aczel – que a ciência talvez jamais poderá explicar.

A ciência aprofunda cada vez mais conhecimentos e experiências. E sempre encontra algo que a matéria ou o conhecimento humano não explica: uma vasta, imensa e como que inacessível “sabedoria” que subjaz em tudo, desde a menor das partículas quânticas até a maior e mais longínqua das galáxias.

A ciência reconhece ignorar completamente a Causa que iniciou a criação do Universo. De onde saiu essa incomensurável quantidade de energia que começou tudo?

Nós respondemos que a Fé, a Igreja e a Tradição nos dizem que é Deus, Criador todo-poderoso, infinito e anterior a tudo o que existe. 

E Aczel confessa que a ciência não tem resposta.

Peter Higgs, Premio Nobel de Física 2013, recentemente teria encontrado a partícula que estaria no início da imensa catedral do Universo. Ele trabalha na Europa, no acelerador de partículas Large Hadron Collider, do CERN, o maior equipamento jamais construído pelo homem.

E para dar um nome a essa partícula primordial os homens inventaram “God particle”, a “partícula de Deus”. Não era mais do que um jogo de palavras que revelava, no entanto o fundo do subconsciente da mentalidade hodierna: sem Deus, no fundo nada tem explicação convincente.

Quanto mais se descobre, mais se torna necessário supor que antes de tudo houve um Ser que existia fora do tempo e do espaço e que trouxe tudo à existência.

Quem poderia ter tido um poder tão insondável para orquestrar a exatíssima dança das partículas elementares necessárias para aparecer a vida? – pergunta Aczel.

Deus Padre rodeado de anjos. Pietro Perugino (1450-1523), Vaticano. Fundo: galáxia Andrómeda, NGC 224, a mais parecida com a nossa galáxia.
Deus Padre rodeado de anjos. Pietro Perugino (1450-1523), Vaticano.
Fundo: galáxia Andrómeda, NGC 224, a mais parecida com a nossa galáxia.
O matemático britânico Roger Penrose calculou que a probabilidade de a vida aparecer equivalia a 1 dividido por 10, o resultado elevado à décima potência e depois à 123ª potência. Isto é um número tão próximo do zero que ninguém jamais conseguiu sequer imaginar, observa o matemático da Universidade de Massachusetts.

Os “ateus científicos” fracassaram diante desses mistérios, e as hipóteses que eles levantam para encobrir o seu vazio – como a existência de universos infinitos – só multiplicam ao infinito a inverossimilhança de seus posicionamentos, acrescenta Aczel.

Diante de teorias e mais teorias, descobertas e mais descobertas, experiências e mais experiências, invenções e mais invenções, uma só coisa permanece de pé, imutável, inabalável, suprema, apoiada sobre si própria com uma segurança absoluta: Aquele a Quem os homens chamam DEUS, observamos nós.

E Aczel diz que não há provas científicas de que Deus não existe.

Em sentido contrário, nós só podemos achar que a massa dos conhecimentos adquiridos apontam que somente um Ser supremo pré-existente, infinito e eterno torna compreensível o Universo que a ciência quer tornar compreensível. E isso para não falar da nossa própria existência, da vida.

No terceiro milênio, concluiu o matemático, a ciência e a religião acabam se dando a mão para explicar o impulso de compreensão do mundo, do nosso lugar nele, do nosso deslumbramento diante da maravilha da vida no cosmos infinito.

Como no início da História – acrescentamos – o fizeram os Patriarcas, os Juízes, os Reis e os Profetas; milênios mais tarde, os Padres e Doutores da Igreja; depois os mestres medievais, imperadores, reis, bispos, monges, e povos, entoando o gregoriano em catedrais de pedra e cristal, em louvor d’Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida.

E também d’Aquela que Lhe deu a vida: a sua Mãe Santíssima, que rodeada dos coros angélicos e das legiões de santos reina sobre o Céu e a Terra pelos séculos dos séculos.


Revelações das chagas de Jesus impressas no Santo Sudário de Turim

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A revista "Injury"
A revista "Injury"
Quatro professores italianos publicaram artigo na revista “Injury” sobre o Homem do Sudário, revelando que durante sua Paixao Ele sofreu a luxação do úmero (osso do braço) direito, a paralisia do mesmo braço e um violento traumatismo no pescoço, no tórax e no ombro.

Consagrada à cura de traumas e feridas, a revista “Injury” é o órgão oficial da British Trauma Society e de associações correspondentes da Australásia, Arábia Saudita, Grécia, Itália, Alemanha, Espanha, Turquia, França, Croácia e Brasil.

Resumos do importante artigo foram publicados na revista americana “National Catholic Register”  e no site italiano “Vatican Insider”; e ainda.

Os quatro especialistas responsáveis pelo trabalho são os italianos Matteo Bevilacqua do Hospital da Universidade de Pádua; Giulio Fanti, do Departamento de Engenharia Industrial da Universidade de Pádua; Michele D'Arienzo da Clínica Ortopédica da Universidade de Palermo, e Raffaele De Caro, do Instituto de Anatomia da Universidade de Pádua.

Os quatro professores elaboraram o aprofundado estudo trabalhando sobre a imagem do Homem crucificado no Sudário de Turim.

A chaga do Ombro

Segundo concluíram os acadêmicos, a Pessoa cuja figura está impressa no Santo Sudário parece ter caído sob o peso da Cruz ou do “patibulum” (parte horizontal da Cruz). O Homem do Sudário caiu “para frente” e sofreu um “violento golpe quando atingiu o chão”.

“A paralisia dos músculos do pescoço e das costas” foi “causada por um pesado objeto que o golpeou por trás, entre o pescoço e o ombro, produzindo a luxação do úmero” e deixando o braço paralisado e solto, diz o laudo.

Neste caso, os nervos do plexo braquial superior são violentamente esticados, resultando numa paralisia de Erb-Duchenne [paralisia de um braço causada por ferimento nos nervos da parte superior do mesmo braço] devido à perda de inervação motora dos músculos deltóide, supra-espinhal, bíceps, supinador, braquiorradial e rombóide.

A partir daquele momento – prossegue o estudo –deve ter ficado impossível ao Homem que levava a Cruz, prosseguir carregando-a.

Isto faz lembrar a passagem do Evangelho que descreve os soldados obrigando Simão de Cirene (o Cireneu) a carregar a Cruz de Jesus (São Mateus 27, 32; São Marcos 15, 21 e São Lucas 23, 26). Para os soldados não foi um ato de compaixão, mas uma necessidade imperiosa.

O trauma – que concorda com a Primeira Queda de Jesus na Via Sacra – explica, segundo os doutores, por que “o ombro direito aparece [no Santo Sudário] perto de 15 graus mais baixo que o esquerdo”.

Também explica por que o olho direito aparece afundado na órbita ocular, dano ligado à paralisia de todo o braço.



Descobertas nas feridas das mãos

Numa segunda linha de descobertas, a respeito das mãos eles observaram que “a postura da garra da mão esquerda é indicativa de uma lesão do plexo braquial, como também o cruzamento das mãos no púbis, e não acima do púbis, uma vez que está relacionado com a tração de membros após ter sido pregado no patíbulo”.

A análise de uma outra ferida descrita no artigo de “Injury” mostra por que os peritos não haviam podido explicar até agora a ausência de impressões digitais.

O Homem do Sudário, feridas das mãos e do pé provocadas pelos pregos
O Homem do Sudário, feridas das mãos e do pé provocadas pelos pregos
Os quatro acadêmicos explicam que “a falta de impressões digitais de ambas as mãos no Santo Sudário está relacionada não só com uma lesão do nervo mediano que provoca uma ligeira flexão do polegar, mas também e principalmente ao fato de que o prego cravado no pulso forçou o tendão flexor do polegar, causando sua completa retração”.

Os cientistas constataram também que os algozes tentaram duas vezes pregar Jesus na Cruz.

Por que duas vezes? Uma razão plausível poderia ser que os carrascos não foram capazes de pregar as mãos nos buracos que haviam previamente perfurado no cruzeiro para evitar que os pregos entortassem quando martelados sobre um madeiro duro como a nogueira.

Uma vez cravado o primeiro pulso foi na Cruz, eles não conseguiram pregar o segundo na altura do buraco preparado.

Por isso tiveram que arrancar os pregos de ambos os pulsos. Em seguida, os algozes teriam introduzido os cravos mais abaixo, entre as duas fileiras de ossos do carpo, do lado ulnal da mão.

Esta conclusão resulta de uma atenta análise das manchas de sangue sobre o pulso da mão esquerda – a única visível – e de provas experimentais feitas com cadáveres de pessoas que em seus testamentos permitiram tais experiências.

Muito provavelmente também o pulso direto foi cravado duas vezes, o que não se pode ver no Santo Sudário por estar coberto pela mão esquerda – acrescentaram os cientistas.

Descobertas no pé direito

O Homem do Sudário: chagas provocadas pelo transporte da Cruz
O Homem do Sudário: chagas provocadas pelo transporte da Cruz
Uma terceira linha de descobertas foi feita no pé direito do Homem do Sudário, também pregado duas vezes na cruz.

Uma análise da impressão da sola do pé direito no-lo mostra: uma vez foi cravada entre o segundo e o terceiro metatarso, e outra vez ao nível do calcanhar – ferida que outros acadêmicos não tinham visto claramente.

De acordo com os quatro especialistas, o Homem do Sudário com toda certeza padeceu uma dor muito grave e generalizada acompanhada por intensa sensação de calor, no momento da queda e do encravamento dos pés, devido a danos nos nervos tibiais.

Este método de pregar comprometeu a respiração: com os braços levantados em um ângulo de aproximadamente 15 graus, a caixa torácica tinha dificuldade no momento de respirar e de falar, reduzindo o fluxo de ar.

Além disso, a cada respiração profunda, ou a cada vez que falava, o Homem do Sudário tinha de se erguer, aumentando a pressão sobre os pés, fato que fazia recrudescer as intensas dores.

Descobertas nas feridas do peito

Ainda numa outra pista de descobertas, os autores do artigo analisaram as manchas de soro, que estão separadas das manchas de sangue no peito. Para eles, provavelmente foram causadas por perfuração com uma lança depois de ter morrido, e provinham de hemorragia nos pulmões.

A acumulação do soro e do sangue no pulmão teria começado antes da crucifixão, após a queda violenta da Cruz sobre os ombros.

Os acadêmicos não concordam com as teorias apresentadas até o presente, segundo as quais o vazamento de sangue no lado foi causado por um ferimento de lança no pericárdio.

Porque, dizem eles, se o coração for perfurado, os 50 a 300 ml de sangue que o saco do pericárdio pode conter, teriam ficado depositados sobre o diafragma, sem sair para fora.

A ‘causa mortis’ de Jesus

Santo Sudário: o olho direito ficou afundado na queda
Santo Sudário: o olho direito ficou afundado na queda
Por fim, os autores do artigo apresentam sua teoria sobre a causa mortis do Homem do Sudário.

A respiração limitada e a pressão sobre o pulmão direito não foram suficientes para provocar a morte por asfixia. A asfixia envolve a incapacidade de respirar e resulta em perda de consciência e coma.

Os quatro especialistas dizem que a queda e/ou a flagelação devem ter causado uma contusão não apenas pulmonar, mas também cardíaca. Isto, juntamente com o grave estado clínico geral do Homem, pode ter levado a um ataque cardíaco e uma ruptura do coração.

Os professores Bevilacqua, Fanti, D'Arienzo e De Caro julgam que estes resultados representam mais uma prova da plena superposição e concordância do Santo Sudário com os mais mínimos detalhes da narração evangélica.


A chaga do Ombro e a tradição católica

Jesus cai sob o peso da Cruz (Nicola Fumo, San Ginés, Madri)
Em certo sentido, o trabalho desses especialistas confirmou uma realidade sobre o Santo Sudário já sabida por muitos fiéis, escreveu a revista “National Catholic Register” dos EUA.

Com efeito, atribui-se a São Bernardo de Claraval ter perguntado a Jesus num êxtase qual foi seu maior sofrimento e a ferida que mais O fez sofrer no Calvário. E o Redentor respondeu:

“Eu tinha uma Ferida no Ombro com o qual havia carregado a Cruz, e esta Ferida era mais dolorosa do que as outras. Os homens não fazem menção a ela, porque é desconhecida. Honre-a, pois, e Eu te concederei tudo o que me pedires por sua virtude”.

Daí provém a antiga e venerável devoção à Chaga do Ombro de Jesus.

Conta-se também que um peregrino teria certa vez perguntado ao Santo Padre Pio quais de seus estigmas – que ele recebeu em analogia com as chagas de Jesus – lhe causavam maior dor e sofrimento.

E ele respondeu: “A chaga do ombro, que ninguém sabe que eu tenho e que nunca foi curada ou tratada”, escreveu “The National Catholic Register”.


Ruínas de Magdala, a cidade de Santa Maria Madalena onde Jesus pregou

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Funcionário limpa mosaicos ornamentados no sítio arqueológico de Magdala, Israel
Funcionário limpa mosaicos ornamentados no sítio arqueológico de Magdala, Israel

Uma tentativa de construir um hotel para peregrinos na Galileia acabou desencavando as ruínas da cidade natal de Santa Maria Madalena e uma antiga sinagoga onde Nosso Senhor Jesus Cristo pode muito bem ter pregado, noticiou “The New York Times”.

O padre Juan Solana, diretor do Instituto Centro Pontifício Notre Dame de Jerusalém, quis construir uma instalação para romeiros no lugar onde se ouviu a maior parte da pregação divina e se viu a maioria dos milagres de Jesus, segundo os Evangelhos.

Em 2009 um velho resort foi demolido, e quando se cavou a terra para colocar os alicerces, apareceram restos da cidade. Do ponto de vista arqueológico e histórico, a descoberta é relevante, pois não se conhecia ao certo o posicionamento de Magdala, (ou Migdal).

Somente os Evangelhos nos falam dessa cidade. Ela tinha deixado de existir e não faltou quem usasse a aparente contradição para impugnar a veracidade histórica da inspirada narração dos evangelistas.

A contradição também servia para alimentar a abstrusa afirmação de que Jesus e os Evangelhos, e também toda a Bíblia, não são históricos.

Tratar-se-ia, segundo esta teoria bizarra e anticristã, de mitos concebidos pelas primeiras comunidades cristãs para descrever suas experiências comunitárias. Um perfeito absurdo histórico, mas houve teólogos extraviados que deram forma sisuda a essa fantasia que mina as bases do cristianismo.

As autoridades da Igreja Católica e os arqueólogos enviados pela Autoridade de Antiguidades de Israel, a maior do país na matéria, não imaginavam encontrar nada de significativo no local.

Mas, a menos de meio metro abaixo da superfície, apareceu um banco de pedra que fez parte de uma sinagoga no século I.

Piso ornamentado no sítio arqueológico de Magdala, Israel, onde porto e sinagoga foram encontrados
Piso ornamentado no sítio arqueológico de Magdala, Israel, onde porto e sinagoga foram encontrados
Sabia-se que na região existiram sete sinagogas no período do Segundo Templo, mas nunca se encontrou nenhuma na Galileia.

Entre as ruínas, foi recuperada uma moeda datada no ano 29. Quer dizer, do tempo em que Jesus estava vivo e quiçá nem tinha começado sua vida pública. Para os especialistas, ficou claro que o local era a Magdala do Evangelho que estava perdida para a arqueologia.

Desde a primeira exumação de restos em 2009 até o presente, a escavação trouxe à luz um mercado; uma área presumivelmente destinada a salgar e secar peixes; uma casa grande ou edifício público com mosaicos, afrescos e três banhos rituais; uma colônia de pescadores e parte de um porto do século I.

9. Tendo Jesus ressuscitado de manhã, no primeiro dia da semana apareceu primeiramente a Maria de Magdala, de quem tinha expulsado sete demônios. (São Marcos 16, 9

A descoberta fez mudar o projeto. Mas o centro já está concluído e tem vista para o porto e o mar da Galileia, onde aconteceram fatos narrados pelos evangelistas.

Na sinagoga foi encontrado um bloco de pedra com entalhes representando colunas e arcos, uma menorá (candelabro ritual) de sete braços e carruagens de fogo. Provavelmente foi usada como atril para ler a Torá, o livro sagrado judaico.

A pedra parece ser uma miniatura do Segundo Templo de Jerusalém, destruído pelos romanos no ano 70 e nunca mais reconstruído. O incêndio e arrasamento do Templo importou no fim do sacrifício hebraico, que cessou desde aquela data.

Esse sacrifício cruento foi substituído pelo sacrifício incruento operado na Missa instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo na Última Ceia.

Mesa de pedra usada como atril para ler a Torá, o livro sagrado judaico, representa o Templo
Mesa de pedra usada como atril para ler a Torá, o livro sagrado judaico, representa o Templo

18. Caminhando ao longo do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão (chamado Pedro) e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores.

19. E disse-lhes: Vinde após mim e vos farei pescadores de homens.

20. Na mesma hora abandonaram suas redes e o seguiram.

21. Passando adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam com seu pai Zebedeu consertando as redes. Chamou-os,

22. e eles abandonaram a barca e seu pai e o seguiram.

23. Jesus percorria toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, curando todas as doenças e enfermidades entre o povo.

24. Sua fama espalhou-se por toda a Síria: traziam-lhe os doentes e os enfermos, os possessos, os lunáticos, os paralíticos. E ele curava a todos. (São Mateus 4:23)

Magdala fica a oito quilômetros de Cafarnaum, onde Jesus pregou intensamente.

A arqueóloga chefe dos trabalhos, Dina Gorni-Avshalom, da Israel Antiquities Authority, considera que há “indícios circunstanciais” suficientes para se supor que Jesus pisou essa sinagoga.

A capela do resort para peregrinos está consagrada a Santa Maria Madalena, a pecadora arrependida que é símbolo da Redenção da humanidade imersa nas trevas em virtude do pecado original.

Ela aparece num grande mosaico no momento em que Nosso Senhor expulsa de seu corpo sete demônios, tendo como fundo a antiga cidade de Magdala.

Santa Maria Madalena unge os pés de Jesus.
Dieric Bouts, 1440, Sttatliche Museem Berlim.
Esta descoberta da ciência corrobora em nós a Fé. E nos convida a meditar nos dramas que se deram no tempo em que as ruínas agora descobertas não eram ruínas, mas a movimentada cidade de Magdala.

Por exemplo, considerar a vida de Maria Madalena, cujo nome deriva dessa cidade. Ela morava lá com Lázaro, de quem era irmã.

Lázaro, segundo as tradições do Oriente, tinha uma categoria social não política, de príncipe. Portanto, suas irmãs Marta e Maria eram pessoas de alta categoria.

Infelizmente, Maria Madalena tinha se tornado uma pecadora pública. Mas, uma vez arrependida, passou a praticar a contemplação e a penitência com suma seriedade e profundidade.

Sua irmã Marta viveu exclusivamente voltada para a contemplação, e por isso Nosso Senhor disse dela que escolheu a parte melhor.

Podemos refletir sobre essas pessoas, a vida que levavam e como foram se transformando em função de Nosso Senhor. Todo esse drama aconteceu entre essas ruínas da Galileia.

No fim da vida pública de Cristo, em Jerusalém, quando Santa Maria Madalena quebrou o vidro de perfume e começou a ungir os pés de Nosso Senhor, Judas criticou-a. Mas Jesus Nosso Senhor justificou a atitude dela.

Judas representou o contrário do arrependimento, e morreu no desespero, enforcando-se numa figueira. Santa Maria Madalena e Judas seguiram rumos diametralmente opostos.

Ela esteve ao pé da Cruz, enquanto Judas foi o apóstolo amaldiçoado. Santa Maria Madalena foi a primeira a presenciar a Ressurreição, enquanto ele se enforcou.

São antíteses tremendas entre um e outro. Pelo lado dela, o arrependimento, a pura contemplação e o desapego dos bens do mundo. Pelo lado dele, impenitência, desespero, apego aos bens do mundo, roubo, traição e, no fim, suicídio.

Santa Maria Madalena, com a Cruz da penitência e o vaso do bálsamo preciosíssimo. Sevilha, Espanha.
Santa Maria Madalena, com a Cruz da penitência e o vaso do bálsamo preciosíssimo. Sevilha, Espanha.
Judas também esteve em Magdala, ouviu as pregações divinas, assistiu aos milagres. Tudo isso aconteceu entre essas ruínas agora postas à luz do sol.

Houve um momento em que Judas esteve em estado de graça e Maria Madalena, em estado de pecado mortal. Ela saiu do pecado para subir até onde subiu.

E ele desceu da condição de apóstolo, para a qual havia sido convidado por Nosso Senhor, e precipitou-se para vender o seu divino Benfeitor.

Quanto pode uma alma que está no lodo subir, e quanto pode uma alma chamada ao que há de melhor cair!

As ruínas de Magdala nos ajudam a compor o cenário de tempo e lugar onde esse imenso drama em torno do Divino Redentor aconteceu.


Dr. Collins: o cientista não tem como excluir a Deus

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Dr. Francis Sellers Collins: a dor e a esperança  dos doentes tocou o coração do cientista
Dr. Francis Sellers Collins: a dor e a esperança
dos doentes tocou o coração do cientista

O Dr. Francis Sellers Collins nasceu em Staunton, estado de Virginia, EUA, em 14 de abril de 1950, e se tornou um dos cientistas mais respeitados do século.

Numa entrevista à CNN que ficou para a história, ele descreveu como abandonou o ateísmo e passou a acreditar em Deus.

Collins doutorou-se em Química e Física na prestigiosa Universidade de Yale, e em Medicina na Universidade de Carolina do Norte.

Foi diretor do Projeto Genoma Humano de 1993 até 2008, substituindo o Prêmio Nobel James D. Watson como diretor do National Center for Human Genome Research dos EUA. Ele é um dos responsáveis por um feito espetacular da ciência moderna: o mapeamento do DNA humano, em 2001, o código da vida.

Ele é tido como o cientista que mais rastreou genes com a finalidade de encontrar tratamento para diversas doenças.

Collins ficou conhecido porque passou a defender, como é razoável, que a investigação do mundo natural não impede a profissão da fé religiosa.

Criticado por colegas que na sua maioria negam a existência de Deus, Collins lançou em 2006 o livro The Language of God: A Scientist Presents Evidence for Belief (A linguagem de Deus: um cientista apresenta provas para crer).

Nas quase 300 páginas da obra, o biólogo conta como deixou de ser ateu para se tornar cristão e narra as dificuldades que enfrentou no meio acadêmico ao revelar sua fé.

A fabulosa complexidade do código genéticco fala de um Deus supremo  Criador da vida e de tudo quanto existe.
A fabulosa complexidade do código genéticco fala de um Deus supremo
Criador da vida e de tudo quanto existe.
A mudança espiritual começou com uma necessidade de saber e compreender. “Eu tinha faíscas, certa saudade de algo fora de mim mesmo, em certo sentido de um Deus que esteja por cima de mim e ao qual eu pudesse me aproximar”.

Porém, ele ficava preso nas atividades materiais e achava que o ateísmo era a posição “mais correta”.

Ele também estudou mecânica quântica e queria acreditar que o universo se explica com equações.

Collins virou um ponto de referência nas discussões existenciais e relativistas dos círculos intelectuais americanos dos anos 70.

“Eu assumi o propósito de tentar descobrir quais eram realmente os argumentos rigorosos existentes que para uma pessoa pensante descartariam qualquer possibilidade de Deus existir”.

Quando tinha 27 anos, praticando a medicina testemunhou a dor e a esperança de pacientes que lhe faziam pensar nessa Pessoa na qual ele se recusava acreditar.

“Lutei durante dois anos com esse debate dentro de mim mesmo, e fui chegando gradualmente à conclusão de que crer em Deus era a mais plausível das opções, mas que não podia ser provada”.

Após meses de luta interior, num dia de outono, caminhando por um bosque do noroeste dos EUA, “com meu intelecto um pouco mais claro que de costume, eu percebi que não podia seguir me resistindo e passei a crer”, contou.

Collins não ficou católico, mas protestante, porém a descrição de seu itinerário espiritual é da alma que procura sincera e gradualmente a verdade.

Muito diversa atitude dos que denigram aqueles que aderiram sem reservas Àquele que é “o Caminho, a Verdade e a Vida” na Igreja Católica.

Dr. Collins: “uma das grandes tragédias do nosso tempo  é a impressão criada de que a ciência e a religião  têm que estar em guerra uma com a outra”
Dr. Collins: “uma das grandes tragédias do nosso tempo
é a impressão criada de que a ciência e a religião
têm que estar em guerra uma com a outra”
Em seu livro A linguagem de Deus ele explica que“uma das grandes tragédias do nosso tempo é a impressão criada de que a ciência e a religião têm que estar em guerra uma com a outra”.

Pelo contrário, segundo ele, investigando a “majestosa e impressionante obra de Deus, a ciência pode servir realmente de meio para glorificá-lO”.

“Como cientista que tem fé, eu descubro na exploração da natureza uma via para compreender melhor a Deus. Pode-se encontrar a Deus no laboratório, além de numa catedral”.

Francis Collins ganhou numerosos prêmios e honras, incluindo a eleição para o Instituto de Medicina (Institute of Medicine) e a Academia de Ciências Norte-Americana (National Academy of Sciences).

Também foi galardoado com o Prêmio espanhol Príncipe de Astúrias de investigação científica e técnica em 2001.

Em 2009 foi feito membro da Academia Pontifícia das Ciências pelo Papa Bento XVI, e recebeu a Encomenda Presidencial da Liberdade das mãos do presidente dos EUA.


Tabuleta babilônica descreve a odisseia de Noé e o Dilúvio

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Narração parcial do dilúvio,  decodificada pelo assiriologista Irving Finkel.  British Museum.
Narração parcial do dilúvio,
decodificada pelo assiriologista Irving Finkel.
British Museum.

Há quatro mil anos um escriba caldeu – talvez na Babilônia, atual Iraque – gravou a narração do Dilúvio numa tabuleta de argila.

Também da Caldeia, mais provavelmente de Ur, partiu Abraão, que acabou sendo escolhido por Deus para Patriarca do povo eleito.

O ignoto autor caldeu escreveu a narração daquele fato histórico-religioso único com caracteres cuneiformes (em forma de cunha). Por certo, narra uma tradição fincada há séculos entre os caldeus, que eram pagãos.

Por isso mesmo, alguns elementos da tradição que ele recolheu estão manchados de paganismo ou elementos meramente poético-lendários.

O que ele nunca poderia saber é que sua tabuleta haveria de atravessar dezenas de séculos, até ser decifrada no III milênio numa cidade que não existia em sua época: Londres.

Há cerca de 30 anos, o assiriologista – especialista na Assíria, Mesopotâmia antiga – Dr. Irving Finkel, manuseando a tabuleta percebeu que se tratava de um dos mais importantes achados dos últimos tempos. Aliás, era uma entre as 130.000 trazidas da Mesopotâmia por arqueólogos ou expedicionários ingleses.

Em 2009, Dr. Finkel traduziu os milenares caracteres e percebeu com certeza tratar-se de uma narração parcial do Dilúvio, feita por um habitante da Assíria (atual Iraque).

A tabuleta fala que Deus alertou um grande homem e o instruiu para construir um grande navio onde devia reunir toda sua família e dois animais de cada espécie, porque o mundo seria purificado com um dilúvio.

O Dr. Irving Finkel é curador no Departamento de Oriente Médio do famoso British Museum de Londres.

Os resultados de seu trabalho sobre a tabuleta foram publicados em forma de livro: The Ark Before Noah: Decoding the Story of the Flood (A Arca antes de Noé – Decodificando a história do Dilúvio, Doubleday, New York & Hodder and Stoughton, London). O jornal britânico “The Telegraph” publicou interessante matéria a respeito.

A tabuleta se insere entre os registros históricos mais antigos que se conhecem – por volta de 4.500 anos, quando nasceram as civilizações mais antigas.

Nas mais variadas culturas de todos os continentes existem tradições alusivas a um dilúvio global com paralelismos espantosos entre si, as quais foram documentadas em mais de 250 contextos culturais diferentes.

Segundo a popular Wikipedia, “antropólogos dizem que há mais de 1.000.000 de narrativas do dilúvio em povos e culturas diferentes do mundo e todas elas, coincidentemente ou não, são do início destas civilizações”.

É como se os povos todos tivessem uma origem comum e, uma vez dispersos, levaram consigo as lembranças e tradições comuns que registraram mais tarde como fazendo parte do início da história de cada um.

O Dr. Irving Finkel com a tabuleta de 4.000 anos que conta a história da Arca.
O Dr. Irving Finkel com a tabuleta de 4.000 anos que conta a história da Arca.
Obviamente, no transcurso dos séculos, sobretudo as tradições orais foram distorcendo os aspectos históricos e acrescentando outros, fantásticos, politeístas ou com defeitos cronológicos. Porém, a essência da mensagem continua em cada versão.

No caso desta tabuleta, em lugar de Noé aparece um imaginário personagem de nome Atrahasis e figuram diversos deuses, um dos quais revela o plano de punir o mundo.

Em 60 linhas, a tabuleta descreve detalhadamente a construção da arca, a matéria-prima usada, seu formato, suas dimensões e o ingresso dos animais por pares.

Porém, refere-se a um tipo de “barco-cesto” redondo, conhecido como ‘coracle’, comum nos rios da Mesopotâmia. O‘coracle’é pequeno, feito de fibras de palmeira, madeira que serve para pescadores ou pequenos serviços, mas não para grandes transportes.

Deixando de lado essas falhas, o especialista disse em entrevista à Folha: “a história do Dilúvio é extremamente antiga e deriva de uma inundação real que aconteceu muito antes da invenção da escrita, talvez milênios antes”. A trama básica do Dilúvio mesopotâmico é quase idêntica à da história bíblica (Folha de S. Paulo, 29.06.2014).

O Dr. Finkel, baseado na tabuleta, considera que ela fala de um fato anterior ao Dilúvio descrito na Bíblia.

Certa mídia de viés anticatólico tentou explorar a afirmação de que a tabuleta que narra o Dilúvio data de 4.000 anos, sendo anterior aos mais antigos pergaminhos da Bíblia. E aqui entra o sofisma, segundo o qual a narração bíblica seria apenas um eco meramente fantástico de uma lenda ainda anterior.

O sofisma não resiste à crítica. A cronologia bíblica antiga situa a época de Noé e sua arca por volta do ano 2.500 a.C., ou seja, há 4.500 anos. A cronologia bíblica moderna calcula a era de Noé por volta do ano 3.520 a.C., ou seja há 5.500.

Qualquer que seja o critério escolhido, o Dilúvio descrito na Bíblia é anterior à tabuleta e à época em que esta aponta para o Dilúvio.

O Gênesis fala de uma época muito anterior e precede outros relatos, reforçando a ideia de que esse livro sagrado contém a narração original, verdadeira, transmitida pelas testemunhas à sua posteridade. (Cfr. Biblical chronologist.org)

O único povo que conservou a lembrança sem distorções foi o povo eleito. E isto só foi possível por um auxílio especial da Providência.

Arca de Noé. Mosaico da Capela Real, Monreale, Sicília.
Arca de Noé. Mosaico da Capela Real, Monreale, Sicília.
Por sua vez, os povos mais vizinhos dos hebreus, como os caldeus, guardaram as lembranças do Dilúvio as mais parecidas com a narrativa do Gênesis.

Esclarecido este ponto, vejamos o que diz o Dr. Finkel. Ele se refere a numerosas enchentes que podem ter acontecido nos grandes rios da Mesopotâmia. Mas esclarece que existem indícios geológicos e arqueológicos de um cataclismo especialíssimo, acontecido por volta do ano 5.000 a.C.

O jornal “Haaretz”, de Israel, noticiando o lançamento do livro do Dr. Finkel, menciona o assiriólogo George Smith, especialista em decifrar textos antigos do British Museum.

No século XIX, Smith foi o primeiro a identificar uma descrição do Dilúvio numa tabuleta do século VII a.C. em caracteres cuneiformes e proveniente de Nínive.

A tabuleta decifrada por Smith (The Chaldean Account of the Deluge), é uma parte da The Epic of Gilgamesh (Epopeia de Gilgamesh), uma primeiras obras da literatura mundial, escrita na Mesopotâmia no século XXVII a.C.

Segundo o renomeado exegeta Pe. Vigouroux, na tabuleta decifrada por Smith a parte relativa ao Dilúvio diz:

“Haisadra nesses termos falou a Izdubar : ‘A nau que tu construirás, 600 côvados será a medida de seu comprimento e [No Gênesis: “E tú a farás assim, 300 côvados será o comprimento da arca,] 60 côvados a de sua largura e de sua altura. [Gênesis: 50 côvados a sua largura, e 30 côvados sua altura] […] lança-te no abismo’.

“Eu compreendi e disse a Hea , meu senhor : ‘A nau que tu me ordenaste, Quando eu a terei feito, jovens e velhos caçoarão de mim”. (...)

“Eu fiz entrar na nau ; todos meu servidores machos e fêmeas, os animais dos campos, as bestas do campo, e os filhos do povo, todos, eu os fiz subir.

“Samas fez uma inundação e ele falou, dizendo no entardecer : “Eu farei chover do céu abundantemente, entre no meio da nau, e feche a tua porta”.

“A inundação chegou, da qual Ele falou, dizendo no entardecer : “Eu farei chover do céu abundantemente”. (...)

“No 7º dia, no curso desse dia, eu soltei uma pomba e ela partiu. A pomba foi e procurou e um lugar de repouso ela não encontrou e voltou.

“Eu soltei uma andorinha e ela partiu. A andorinha foi e procurou e um lugar de repouso ela não encontrou e ela voltou.

“Eu enviei um corvo e ele partiu. O corvo foi e a diminuição das águas ele viu e ele comeu, ele nadou e errou ao longe e não voltou”.

(Pe. Fulcran Grégoire Vigouroux, La Bible et les découvertes modernes, Paris : Berche et Tralin, 1877, 4 volumes)

A descoberta de Smith causou um terremoto no século XIX, e até o primeiro-ministro britânico da época, William Gladstone, foi ouvir a conferência de apresentação do texto descoberto.

Agora, o trabalho do Dr. Irving Finkel fornece mais outra prova arqueológica apontando a historicidade do Dilúvio e a autenticidade do relato da Bíblia.



A “escada milagrosa” de São José é verdadeiramente miraculosa?

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Há na cidade de Santa Fé, no Estado do Novo México, EUA, uma capela conhecida como Loretto Chapel.

Nela destaca-se uma bela e despretensiosa escada.

A piedade tradicional atribui a construção a São José.

Mas, quem a fez? Como a fez? Ninguém consegue descifrar o mistério da "escada milagrosa".

A piedosa tradição

Em 1898 a Capela passou por uma reforma. Um novo piso superior foi feito, porém faltava a escada para subir.

As Irmãs consultaram os carpinteiros da região e todos acharam difícil fazer uma escada numa Capela tão pequena.

As religiosas, então, rezaram uma novena a São José para pedir uma solução.

No último dia da novena, apareceu um homem com um jumento e uma caixa de ferramentas. Ele aceitou fazer a escada, porém exigiu que fosse com as portas fechadas.

Meses depois a escada estava construída como queriam as Irmãs. No momento de pagar o serviço, o homem desapareceu sem deixar vestígios.

As religiosas puseram anúncios no jornal local e procuraram por toda a região sem encontrar quaisquer noticias ou informações sobre o ignoto carpinteiro.

Nesse momento as Irmãs perceberam que o homem poderia ser São José, enviado por Jesus.

Há vários elementos que reforçam a aura de piedoso mistério que envolve a construção da escada:

A madeira utilizada não é da região, e ninguém sabe como foi parar lá.

Também não foi utilizado prego na escada, apenas pinos de madeira.

Além do mais, hoje soa misterioso que ela se mantenha em pé pois é do tipo caracol e não tem apoio central.

Na verdade apenas um apoio colateral metálico foi acrescentado a posteriori . Mas isso não resolve a essência do incógnita.

Diz-se que engenheiros e arquitetos não conseguiram desvendar a física por trás da obra.

Por fim, a escada tem 33 degraus, a idade de Jesus Cristo, o que reforça ainda mais a suposição de um fenômeno de origem sobrenatural.

A Capela recebe em média 200 casamentos por ano e centenas de turistas. Ela ficou conhecida como a Escada Milagrosa.

Grande número de artigos e programas de TV foram dedicados a ela e seus “mistérios”. O essencial do piedoso relato encontra-se no site oficial da Capela .

As objeções de um cético

Mas, também apareceram análises objetantes ou céticas. Uma das mais características foi do Comitê de Inquérito Cético (The Committee for Skeptical Inquiry). O “cético” responsável pela análise é Joe Nickell.

Ele é autor do livro sintomaticamente intitulado “À procura de um milagre” e outros escritos que põem em dúvida até realidades que, como o Santo Sudário de Turim, são de pasmar até para a ciência.

Ele cita vasta bibliografia para provar o que a cultura e o bom senso conhecem: a técnica de escadas sem eixo é tradicional e já era dominada pelos nossos antepassados.

Apenas que podem ser frágeis, enquanto que esta se mostra especialmente duradoura.

A ausência de pregos não há de espantar. Um velho marceneiro campista contava com admiração que quando ele próprio apreendeu o ofício, seus mestres faziam questão de construir complicados arranjos sem empregar pregos nem mesmo cola.

Compreendi melhor isso, anos depois, num hotel da Borgonha, França, instalado numa antiga dependência abacial construída na Idade Média.

Um admirável vigamento sustenta o telhado sem um só prego. Ainda na França voltei a ver num pequeno castelo mais um exemplo da sabedoria dos marceneiros de outrora: todo o vigamento em que se apóiam as ardósias é feito com um jogo admirável de traves encaixadas.

Aliás, essa técnica é a que explica a ousadia do gótico num tempo que no se conhecia o cimento armado.

Catedrais e outros prédios medievais foram levantados com encaixes de pedras que “travam”. Depois não caíram nem com os bombardeios das Guerras Mundiais.

O cético Joe Nickell entregou ao muito oficial e respeitado U.S. Forest Service’s Center for Wood Anatomy uma amostra da madeira da escada para identificação.

A resposta foi: Pinaceae, da variedade Picea. Ou simplesmente abeto, o pinheiro mais usado no Natal nos EUA.

Nickell trabalhava com a idéia comum que se tem de milagre: um fenômeno que viola as leis da física. E, tudo considerado, Nickell concluiu com ceticismo que na melhor das hipóteses, a escada não passa de um “milagre parcial”.

Mas concluindo isto, acabou dando reforçando a idéia de um milagre. Pois, o conceito católico de milagre é matizado.

O milagre segundo São Tomás de Aquino

“Milagre equivale a cheio de admiração, quer dizer, aquilo que tem uma causa oculta em absoluto e para todos. Esta causa é Deus.

“Portanto, chamam-se milagres aquelas coisas feitas por Deus fora da ordem de causas conhecidas por nós. (...) O milagre é uma obra difícil porque excede a natureza. Pela mesma razão se diz que é insólito porque acontece fora da ordem costumeira.” (Suma Teológica, I, q. 107, art 7).

Santo Tomás divide os milagres em três categorias. A primeira, e a mais impressionante, é a dos fenômenos que contradizem as regras da natureza. Por exemplo, se o sol voltar atrás ou parar. Estes são os milagres maiores.

A segunda categoria é a dos fatos admiráveis produzidos por alguém ou algo que não tem capacidade para realizá-los. Por exemplo, um santo ressuscitar um morto ou fazer andar um paralítico.

O santo, por exemplo, é um ser humano e não pode fazer isso, logo se conclui que interveio a propósito dele uma força superior capaz de fazer o prodígio. E esta força só pode ser sobrenatural, angélica ou divina. São os milagres de segunda grandeza.

Por fim, a terceira categoria, é a dos fatos que excedem a natureza pelo modo e pela ordem que são produzidos. Por exemplo, um encadeamento de fenômenos que é inexplicável para os homens. Em si cada elo da corrente é explicável, mas a sucessão é tão rara que na prática nunca acontece.

Enche de maravilha por tanto que aconteça, e tem propósito falar de milagre, pois interveio uma causa sobrenatural que fez funcionar a natureza com um modo e com uma ordem que maravilha aos homens. É a categoria ínfima dos milagres.

O cético Nickell parece ter sentido algo na linha desta terceira categoria que o levou a escrever que, na melhor das hipóteses, trata-se de um “milagre parcial”.

No caso da “escada milagrosa” de Santa Fé acresce um elemento que não pertence à ordem do milagre, mas que é um sinal sensível da ação da graça: a unção que acompanha o relato da origem da escada.

A unção sobrenatural é tal vez o fator que mais atrai os fiéis. E é dos sinais mais sensíveis da presença de Deus. Algo dessa unção pode se sentir na apresentação seguinte:

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Novidades assombrosas chegam do Carmelo de Coimbra.Texto inédito da Irmã Lúcia.

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O livro "Um caminho sob o olhar de Maria" editado pelo Carmelo de Coimbra.
O livro "Um caminho sob o olhar de Maria" editado pelo Carmelo de Coimbra.

Em raras ocasiões, temos publicado matérias não diretamente relacionadas com a temática específica de nosso blog.

É o caso agora do post “Novidades assombrosas chegam do Carmelo de Coimbra” sobre documento inédito da Irmã Lúcia.

O post foi publicado no blog “A Aparição de La Salette” e acreditamos possa ser de interesse para muitos leitores deste blog.

Um documento inédito da Irmã Lúcia que se insere no conjunto profético de Fátima foi publicado pelo Carmelo de Coimbra.

Esse documento revela coisas novas e pasmosas sobre o desfecho da crise do mundo que abandonou a Fé e a Civilização Cristã.

A origem desse documento é a seguinte. O Carmelo de Coimbra, onde viveu seus últimos anos e morreu (em 2005) a Irmã Lúcia, publicou um livro oficial com o título Um caminho sob o olhar de Maria.

Trata-se de uma biografia da vidente de Fátima, redigida por suas irmãs do Carmelo. Ela inclui documentos inéditos escritos pela própria religiosa.

Eis os dados bibliográficos do livro: Um caminho sob o olhar de Maria — Biografia da IRMÃ Maria LÚCIA de Jesus e do Coração Imaculado, Carmelo de Santa Teresa, Edições Carmelo, Coimbra, 2013, 496 pp. http://lucia.pt/lucia/livros_lucia.php

A Terceira Guerra Mundial

Hoje se fala muito que vivemos no conturbado período histórico lugubremente inaugurado pela I Guerra Mundial. A II Guerra foi um deplorável desdobramento da Primeira, segundo a afirmação geral dos historiadores mais reputados.

Francisco I e muitas outras conhecidas vozes vêm dizendo que o mundo está entrando na III Guerra Mundial. O Pontífice se referiu a ela na sua viagem de retorno de Seul, Coréia do Sul.

Ele apenas fez a ressalva de que era fragmentada, por não se ter ainda universalizado. Mas constatou que a Guerra está crescendo por “capítulos” e que se destaca por sua “crueldade”.

O comunismo renasce astuciosamente na Rússia.
Comemoração da vitória soviética na II Guerra Mundial.
Praça Vermelha de Moscou, 9 de maio de 2014.
Sem dúvida, as altas esferas religiosas e políticas que vêm falando dessa III Guerra Mundial pensam sobretudo no massacre de cristãos no Oriente Médio e na feroz guerra empreendida pela Rússia de Putin contra os ucranianos, especialmente os católicos.

A era histórica de Fátima

Quando essa sinistra sucessão de Guerras começava, Nossa Senhora apareceu em Fátima, no dia 13 de maio de 1917, e advertiu sobre as suas causas: a decadência dos costumes. E os meios para evitá-la: a reforma dos costumes, ou penitência, e a consagração da Rússia.

Dominada poucos depois pelos erros do comunismo, a Rússia haveria de ser o instrumento do castigo, espalhando tais erros pelo mundo, como também guerras e perseguições à Igreja e ao Santo Padre, caso o mundo não se convertesse e fizesse penitência.

Mas Nossa Senhora completou que, após tremendos castigos, no final dessa era de calamidades Seu Coração Imaculado triunfaria.

Tudo foi se realizando como Nossa Senhora anunciou em Fátima.

Mas os homens não levaram a sério as misericordiosas advertências de Nossa Senhora.

Uma parte do segredo revelado pela Mãe de Deus deveria ser publicada em 1960. Porém, o Papa reinante nesse ano, João XXIII, julgou-a por demais terrível e não a deu a conhecer.

No ano 2000, fora do prazo fixado por Nossa Senhora, João Paulo II mandou publicar essa parte do segredo, a qual fala de um Papa (“bispo vestido de branco”) atravessando uma cidade destruída, em meio a muitos cadáveres, e padecendo por fim o martírio junto com bispos sacerdotes e fiéis.

Por sua vez, o Papa Bento XVI, em visita a Fátima no dia 13 de maio de 2010, afirmou: “Enganar-se-ia quem pensasse que a missão profética de Fátima esteja concluída”.

E acrescentou: “O homem pôde desencadear um ciclo de morte e de terror, e não consegue interrompê-lo. A fé em vastas regiões da terra ameaça apagar-se como uma chama que não é mais alimentada”.

Carmelo de Coimbra publica inédito manuscrito

E assim chegamos à atual publicação do Carmelo de Coimbra. O livro contém um relato, escrito pela Irmã Lúcia, de como ela superou o terror que a impedia de escrever o Terceiro Segredo.

No relato, a Irmã Lúcia conta que, por volta das 16 horas do dia 3 de janeiro de 1944, rezando na capela do convento diante do Tabernáculo, pediu a Jesus que lhe fizesse conhecer a sua vontade. E então, escreve ela:
Na última aparição, em 13.10.1917, Nossa Senhora se manifestou
como a Virgem do Carmo, coroada Rainha do Céu e da Terra.
“Senti então, que uma mão amiga, carinhosa e maternal me toca no ombro, levanto o olhar e vejo a querida Mãe do Céu.

“Não temas, quis Deus provar a tua obediência, Fé e humildade, está em paz e escreve o que te mandam, não porém o que te é dado entender do seu significado” (op. cit. p. 266).

O efeito destas palavras sobrenaturais é assim descrito pela vidente:

“E senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N’Ele vi e ouvi,

— A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra.

— Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados.

“O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente sem número que não se pode contar, é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha.

“O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora!

“Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco de uma voz suave que dizia:

— No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica. Na eternidade, o Céu!

“Esta palavra Céu encheu a minha alma de paz e felicidade, de tal forma que quase sem me dar conta, fiquei repetindo por muito tempo:

— O Céu! o Céu!” (op. cit. p. 267).

A edição do Carmelo de Coimbra reproduz ainda, na p. 269, o fac-símile das páginas do manuscrito da Irmã Lúcia em que se encontra o presente texto.

Foi assim que a religiosa recebeu forças para escrever o Terceiro Segredo.

A Irmã Lúcia conclui o texto acima citado com a frase: “Apenas passou a maior força do sobrenatural, fui escrever [o terceiro Segredo] e fi-lo sem dificuldade, no dia 3 de janeiro de 1944, de joelhos apoiada sobre a cama que me serviu de mesa” (op. cit. p. 267).

A carta com esse segredo chegou ao seu destino, segundo confirma o recibo de recepção, mas não recebeu resposta.


Os dias de hoje

A publicação deste texto inédito da vidente de Fátima acontece num panorama mundial muito parecido com o descrito na visão.

As catástrofes humanas fazem que pessoas de tão alto nível eclesiástico e temporal julguem a Terceira Guerra Mundial já começada em regiões restritas, a partir das quais se espalha como um incêndio a outras partes da terra com que estão interligadas.

Mas o texto da Irmã Lúcia conclui com um anúncio consolador: o triunfo da religião católica em toda a Terra, imagem fidedigna do triunfo eterno de Deus no Céu:

— No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica. Na eternidade, o Céu!

A ciência à procura de indícios do Dilúvio

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Iluminura mongol, reprodução contemporânea de uma pintura alusiva da Arca de Noé
Iluminura mongol, reprodução contemporânea
de uma pintura alusiva da Arca de Noé
Na tradição unânime dos povos da Antiguidade, o Dilúvio se apresenta como um fato histórico incontestável. E o Livro do Gênesis fornece a melhor descrição.

Porém, devido à grande distância no tempo, certas perguntas afloram continuamente nos espíritos.

Uma delas – não a única – gira em volta da seguinte interrogação: como é que pode ter acontecido um fenômeno tão colossal e tão universal?

A Bíblia é suficiente para a Fé. Mas o que diz a ciência?

Há provas dele? Se há, onde estão?

Se não há, quem fala claramente e põe o dedo na chaga?

Assim como o texto bíblico e a Fé são claros, a ciência se enche de teorias e experiências de diversos tipos, sem ter chegado até agora a um consenso.

A ciência não pode menosprezar a opinião unânime dos povos antigos. E de fato não o faz. Há muito saiu à procura de uma explicação. Até o momento ela não achou nenhuma explicação que reúna um certo consenso científico.

Porém está trabalhando com vultosos gastos, o que não faria caso achasse que o Dilúvio é um mero mito.

O arqueólogo submarino Robert Ballard é um dos mais famosos na especialidade. Foi ele quem descobriu em 1985 o casco do Titanic, afundado a 3.798 metros de profundidade; o couraçado Bismarck em 1989, e os restos do porta-aviões USS Yorktown, afundado em 1998 na batalha de Midway.


Ballard e sua equipe defendem ter achado as provas de que o Dilúvio bíblico aconteceu efetivamente. Seus trabalhos são patrocinados pela “National Geographic Society”, que vem promovendo estudos geográficos desde 1888.

Em entrevista à ABC News, ele defendeu ter identificado restos de uma antiga civilização sepultada pelas águas no tempo de Noé, nas profundezas do Mar Negro, próximo da Turquia.

Ballard utilizou um submergível robótico equipado com câmaras com controle remoto mais avançadas do que as que permitiram a localização dos restos do Titanic.

Trabalhos do Dr. Robert Ballard são patrocinados pela National Geographic Society dos EUA.
Trabalhos do Dr. Robert Ballard são patrocinados
pela National Geographic Society dos EUA.
Ele parte do pressuposto de que há 12.000 anos boa parte do mundo estava coberta pelo gelo, mas que seu posterior derretimento despejou grandes quantidades de água nos oceanos, produzindo enchentes em todo o mundo.

Mas enchente não é o mesmo que Dilúvio. Este é um fenômeno muito maior, que Ballard chama de “mãe de todas as enchentes”.

No fim dos anos 90, os geólogos da Universidade Columbia, EUA, William Ryan e Walter Pitman, afirmaram a tese de que um grande dilúvio aconteceu no Oriente Médio como resultado do derretimento do gelo da última Idade Glacial por volta de 7.000 anos atrás. A datação é muito próxima da época do Dilúvio bíblico.

Naquela época, existia no lugar do Mar Negro um lago de água doce, e as férteis terras circunvizinhas eram ocupadas por produtivas fazendas.

Quando o nível dos oceanos subiu, o Mar Mediterrâneo arrebentou as defesas naturais que o separavam daquele lago com uma força 200 vezes superior à das cataratas do Niágara, alagando de modo pavoroso as regiões em volta do Mar Negro, que passou desde então a ser um mar de água salgada.

“Nós fomos lá procurando o dilúvio, explicou Ballard. Não apenas um certo movimento, ou um aumento do nível do mar, mas realmente um grande dilúvio que teria acontecido”.

A identificação de uma antiga linha costeira a 120 metros de profundidade provou aos olhos de Ballard que um evento catastrófico aconteceu no Mar Negro.

A datação pelo teste do carbono das conchas colhidas nessa linha costeira apontaria para uma data próxima do ano 5.000 a.C., quer dizer a data estimada do Dilúvio de que fala o Gênesis.

“Deve ter sido um dia terrível, continua Ballard. “Num momento não imaginável, isso arrebentou e inundou a região e um monte de fazendas, algo assim como 150.000 quilômetros quadrados de terra que ficaram embaixo da água”.

Ballard não procura a Arca de Noé, mas provas de que todo um mundo limitado desapareceu sob as águas há 7.000 anos.

Não adianta comparar com o tsunami de 2004 ou o furacão Katrina e supor que os homens mitificaram a catástrofe e inventaram o Dilúvio.

“Começamos achando estruturas feitas por homens, diz Ballard. Também muitos restos de cerâmicas e até o antigo casco de um barco, “perfeitamente preservado nas partes de madeira e o que parecem ser ossos humanos”.

A preservação se deve a que o Mar Negro não tem quase oxigênio e os processos de decomposição são muito lentos. Não longe dali já havia sido descoberto um barco afundado por volta do ano 500 a.C.

Infográfico da hipótese do Dilúvio no Mar Negro.
Infográfico da hipótese do Dilúvio no Mar Negro.
Fred Hiebert, arqueólogo da Universidade de Pennsylvania e membro da equipe de Ballard, disse a “The Guardian” que eles não procuram apenas objetos, mas toda uma civilização de há milhares de anos.

“Na verdade, nós não podemos dizer de modo algum que isso foi o Dilúvio bíblico. A única coisa que podemos dizer é que houve uma inundação maiúscula que atingiu o povo que aqui vivia”, acrescentou.

Uma série de expedições entre 1998 e 2005, promovidas por governos europeus como o da França e o da Romênia, prosseguidas depois por um projeto Pan-Europeu, analisaram sedimentos no local e confirmaram a conclusão de Pitman e Ryan que inspiraram Ballard.

A teoria e os trabalhos da equipe de Ballard são sugestivos, mas não são probatórios. Ele mesmo reconhece que será necessária muita investigação submarina no local para se fazer uma afirmação científica.

Tampouco é uma teoria professada por outros.

E, como se fosse pouco, não responde a uma das maiores perguntas: como se deve entender a característica “universal” do Dilúvio?

Segundo alguns, pode-se achar que o “universal” de que fala a Bíblia e a tradição geral tem o sentido que passou por cima de toda a parte da terra habitada pelos homens.

Como naquela época os homens eram pouco numerosos e viviam todos juntos numa mesma área, o “universal” deveria se entender no sentido de que foi coberta toda essa área, mas não necessariamente o mundo todo.

A Arca no Monte Ararat. Simone de Myle, 1570.
A Arca no Monte Ararat. Simone de Myle, 1570.
Porém, outros defendem que todo o planeta foi coberto pelas águas. Teriam coberto até montanhas como o Himalaia?

Em terceiro lugar está a posição dos que defendem que o Dilúvio foi “universal” não no sentido geográfico, mas antropológico. Quer dizer, destruiu a totalidade da raça humana. Obviamente, com a exceção de Noé e sua família.

O tema suscita paixão e por isso exige prudência e circunspecção.

Segundo a Enciclopédia Católica, “muito poucos Padres da Igreja tocaram na questão ex professo. Entre eles há alguns que restringem o Dilúvio a algumas partes da superfície terrestre sem incorrer em censuras por ofender a tradição”.

E a ciência? Está trabalhando. Aguardemos o que ela possa vir a nos dizer.

Para nós, acaba sendo mais importante o que Nosso Senhor nos disse a respeito de sua futura vinda:

“37. Assim como foi nos tempos de Noé, assim acontecerá na vinda do Filho do Homem.

“38. Nos dias que precederam o dilúvio, comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca.

“39. E os homens de nada sabiam, até o momento em que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim será também na volta do Filho do Homem.” (Mateus, 24, 37ss)

O tema do dilúvio não se esgota aqui e esperamos voltar ainda a tratar de outros aspectos.


NASA informa que o sol quase “torrou” a civilização da informação. Mas a Providência Divina impediu o desastre que as ciências e as técnicas nunca conseguiriam evitar

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Representação artística da força de uma erupção solar. A Terra (ponto azul embaixo) aparece muito mais perto do sol para ilustração.
Representação artística da dimensão e força de uma erupção solar.
A Terra (ponto azul embaixo) aparece muito mais perto do sol para ilustração.
Por que o relacionamento entre a ciência e a Igreja ficou enrarecido e até envenenado em relevantes proporções?

Houve fatores históricos bem conhecidos. Notadamente o movimento naturalista que preparou a Renascenca, desenvolveu-se no Iluminismo, e acabou dando no materialismo comunista.

Esse processo histórico caminha para a sua extinção. A religião – por vezes, misturada de primitivas superstições orientais como nas obras da Nova Era – vai pondo de lado o naturalismo agnóstico.

Porém, ainda perduram em nossos dias fatores de incompreensão e atrito entre as ciências naturais (a Ciência) e divinas (a teologia e/ou a Igreja Católica, pregadora da religião verdadeira).

Entre esses fatores figura um, de natureza mais bem psicológica, que recentes noticias provenientes da NASA e de fenômenos atmosféricos nos ajudam a focalizar.

No conceito da ordem natural – professada até por filósofos pagãos e pelo catolicismo, que a resume nos Mandamentos –, Deus, criador de todas as coisas, vela pelo andamento harmonioso da ordem do Universo.

Ele é o dono da vida, e chama os homens quando decide que é o momento; é Aquele que governa tudo quanto existe por meio de Sua Providência supremamente sapiencial.

Cabe ao homem reconhecer esse poder infinito exercido sobre o Universo por meio de suas leis e de seus anjos. Universo que as ciências descobrem cada vez mais insondavelmente grande no nível do macrocosmos e no do microcosmos.

Diante dessa imensidade em todos os sentidos, duas atitudes psicológicas são possíveis.

A primeira é a do reconhecimento do Criador e de seu governo providencial que nos protege e nos guia ao nosso destino final.

A consequência lógica é depositar toda a confiança na Providencia Divina naquilo que excede as nossas limitadas forças.

A Divina Providência exerce seu infinito poder de governo sobre o Universo
Cristo Rei, vitral da igreja de Ss Felipe e Tiago, Oxford
Fundo: região de formação de estrelas, Nuvem de Magallhães,
foto do Hubble Space Laboratory, NASA.
Uma outra atitude é a de desconhecer esse Criador e supremo regente e depositar todas as esperanças de salvação no poder da inteligência humana – as Ciências – e na capacidade organizativa dos homens – a Técnica, ou tecnologia.

Segundo esta posição, o homem com a ciência e a técnica acabaria resolvendo tudo: desde o clima até a própria morte.

Essa segunda posição professa uma antipatia visceral contra a primeira posição psicológica.

Porém, cada vez mais que a Ciência e a tecnologia aprimoram seu saber e suas capacidades técnicas, nos revelam o quanto o homem é pequeno diante das forças que Deus pôs na Criação, e que Ele domina com um simples pensamento.

No transcurso do ano de 2013, um debate científico veio sublinhar colateralmente a atitude mais concorde com as limitações humanas, portanto mais humilde e religiosa.

No mês de abril, cientistas dos mais renomados e altos responsáveis do governo americano se deslocaram até Boulder, no Colorado, a fim de participar do NOAA's Space Weather Workshop, reunião anual para discutir os perigos e as probabilidades das tempestades solares, informou a NASA.

Essas tempestades têm sua origem em fabulosas explosões na superfície solar. Elas são rotineiras, existem desde sempre, e atingem regularmente a Terra com diversos efeitos eletromagnéticos de intensidades mutáveis.

O atual ciclo solar está sendo mais fraco do que de costume, e isso até contribui para o resfriamento global.

Nesse ambiente tranquilo, em julho de 2012 o astro gigante expeliu uma formidável tempestade, que “se nos tivesse atingido estaríamos ainda recolhendo os pedacinhos” da civilização humana, segundo Daniel Baker da Universidade de Colorado.

Baker apresentou os dados coletados na ocasião, e foi citado pelo jornal de Paris “Le Monde”.

A explosão solar de 23 de julho de 2012 ejetou uma “nuvem de plasma” à incrível velocidade de 3.000 quilômetros por segundo, quatro vezes mais rápida do que uma erupção típica.

Essa nuvem atravessou a órbita percorrida pela Terra, porém longe dela. Se a explosão na superfície solar tivesse acontecido uma semana antes, a Terra teria sido impactada de cheio.

Se ela tivesse tocado nosso planeta, “teria enviado a civilização contemporânea de volta ao século XVIII”, explicou um comunicado da NASA.

Explosão na superfície do Sol detectada em março de 2012 pelo Large Angle and Spectrometric Coronagraph (LASCO) sobre o ESA/NASA Solar & Heliospheric Observatory (SOHO). Malgrado a imensidade do fenômeno, o efeito na Terra foi irrelevante. Mas os verdes fanáticos acham que é o homem que aquece o planeta!
Explosão na superfície do Sol detectada em março de 2012 pelo
Large Angle and Spectrometric Coronagraph (LASCO)
sobre o ESA/NASA Solar & Heliospheric Observatory (SOHO).

Malgrado a imensidade do fenômeno, o efeito na Terra foi irrelevante.
Mas os verdes fanáticos acham que é o homem que aquece o planeta!
A tempestade mais conhecida de tamanho semelhante foi o Carrington Event, em setembro de 1859. Nessa data uma série de nuvens de plasma atingiu o Hemisfério Norte, provocando auroras boreais em regiões tão meridionais como Taiti.

As tempestades geomagnéticas enlouqueceram as linhas telegráficas e provocaram incêndios em suas agências, anulando a eufemisticamente chamada “Internet da Era Vitoriana”.

O problema é que a tempestade recente teria uma violência semelhante sobre um mundo apoiado em redes de comunicação incomparavelmente mais densas, subtis e destrutíveis do que a dos fios metálicos do telégrafo.

A Academia Nacional das Ciências dos EUA calculou que o impacto econômico poderia ter sido superior aos US$2 trilhões ou 20 vezes maior do que os danos do Furacão Katrina.

O problema é que a sociedade moderna não está preparada para uma súbita desaparição das redes de comunicação global, elas próprias altamente sensitivas às irradiações solares.

Imagine o leitor acordar sem celular, sem linha de Internet, com supermercado, agências bancárias, aeroportos, metrô, ferrovias “sem sistema”. Quiçá sem eletricidade, o cartão de crédito inutilizável, talvez seu carro inutilizado pela “morte” dos microprocessadores do computador de bordo, e assim por diante. Os transtornos seriam incalculáveis. Poder-se-iam passar anos até se voltar à atual normalidade.

“Os efeitos dessa tempestade em nossas modernas tecnologias teriam sido tremendas”, comentou assustada Janet G. Luhmann, física espacial da Universidade de Califórnia-Berkeley.

O que teria podido fazer o homem para resistir a essa colossal tempestade solar?

Em verdade, nada. Nada dos nadas. Ainda que tivesse aplicado todos os seus recursos materiais, conhecimentos e tecnologias.

Mas, sem fazer esforço algum, pelo seu poder infinito sobre a Criação, a Providência Divina vigiou e previu tudo para o bem de suas criaturas.


Há 168 anos: como é que se deu a aparição de Nossa Senhora em La Salette?

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Mélanie e Maximin, os dois videntes, desceram para ver uma grande luz, dentro da qual havia uma Dama
Mélanie e Maximin, os dois videntes, desceram para ver uma grande luz, dentro da qual havia uma Dama

Na manhã do 19 de setembro de 1846 Maximin acompanhou Mélanie para cuidar do gado. Era um dia bonito, o céu estava sem nuvens e o sol brilhava intensamente.

Subiram o morro de La Salette (França) até uma altura de 1.800 metros, sem poderem imaginar o evento sobrenatural que haveriam de testemunhar.

Maximin queria brincar. Ela lhe propôs seu entretenimento preferido: fazer o que ela chamava de paraíso, isto é, uma casinha de pedras toda recoberta de ramalhetes feitos com flores silvestres, que desabrocham naturalmente nas alturas.

Chegando a uma curva do terreno protegida dos ventos, começaram a levantar o paraíso. No local há muita ardósia, pedra que forma placas e se prestava para o brinquedo.

A fonte de La Salette
Ali corre um regato chamado Sézia, formado pelo degelo das neves, e que empresta seu nome ao local da aparição.

Também surgia uma fonte de água de vez em quando. Os pastores costumavam levar o gado para beber água dessa fonte, mas desde a aparição, ela vem jorrando sem interrupção.

Pode-se beber dela e, por causa disso, muita gente tem recebido graças. Até mesmo milagres têm acontecido.

O paraíso tinha um térreo, que seria a habitação, e um sobrado fechado por uma pedra mais larga. Eles colheram maços de flores, fizeram coroas floridas e as distribuíram sobre o paraíso. Após muito trabalho nessa construção, o paraíso ficou pronto e todo florido.

Os dois admiraram a obra, mas sentiram sono. Afastaram-se um pouco, deitaram na relva e dormiram.

Uma luz mais brilhante que o sol

Maximin contou o que em seguida aconteceu:
“Nossas vacas beberam e se dispersaram. Fatigado, me deitei sobre a grama e dormi. Alguns instantes depois ouvi a voz de Mélanie que me chamava:
– Mémin [era um diminutivo de Maximin], Mémin vem logo, vamos ver onde estão as vacas.

“Eu me levantei num pulo, peguei meu bordão e fui atrás de Mélanie, que era minha guia. Atravessamos o Sézia e subimos rapidamente a encosta de um montículo. Do outro lado percebemos que nossos animais repousavam tranqüilamente.

"Voltamos para o banco de pedra, onde tínhamos deixado nossas merendeiras, quando de repente Mélanie parou O bastão caiu de suas mãos, e espantada, ela voltou-se para mim, dizendo:
– Está vendo lá em baixo essa grande luz?
– Sim, estou vendo. Mas vai, pega o teu bordão.

“Então, brandindo o meu cajado de modo ameaçador, eu disse:
– Se ela nos tocar, eu lhe darei um bom golpe!

“Essa luz, diante da qual a do sol parece pálida, parecia se entreabrir, e percebíamos no seu interior a forma de uma Dama ainda mais brilhante. Ela tinha a atitude de uma pessoa profundamente aflita. Estava sentada sobre uma das pedras do banquinho [N.R.: refere-se ao paraíso], com os cotovelos apoiados nos joelhos e o rosto coberto com as mãos”.

Era o dia 19 de setembro de 1846. As crianças não faziam bem idéia da magnitude do que estava ocorrendo.


Mélanie e Maximin se encontravam nesse momento num local mais alto, e foram descendo, de início intrigados e depois maravilhados. Maximin continua:

“Embora estivéssemos a uma distância de uns vinte metros, ouvimos uma voz doce, como se saísse de uma boca próxima de nossos ouvidos, que dizia:

– Avançai meus filhos, não tenhais medo. Estou aqui para vos anunciar uma grande notícia.

O temor respeitoso que nos tinha contido desvaneceu-se. Corremos até ela, como indo a uma boa e excelente mãe”.

Mélanie sempre foi mais meticulosa nas suas descrições. Deixou registrado com mais pormenores o que viu e ouviu. Ela conta:

“O vestido da Santíssima Virgem era branco prateado e todo brilhante. Não tinha nada de material, estava composto de luz e de glória variante e cintilante.

“Na terra não há expressões nem comparação para usar. (...)

“A Santíssima Virgem tinha um avental amarelo. Por que digo amarelo? Ela tinha um avental mais brilhante que muitos sóis juntos.

“Não era de um pano material, estava composto de glória, e esta glória era cintilante e de uma beleza encantadora.

“Tudo na Santa Virgem me atraía poderosamente e me inclinava a adorar e a amar meu Jesus em todos os estados de sua vida mortal.

“A coroa de rosas que ela tinha sobre a cabeça era tão bela, tão brilhante, que não dá para se fazer uma idéia. As rosas de diversas cores não eram da terra.

“Era uma reunião de flores que rodeava a cabeça da Santíssima Virgem com forma de coroa. Mas as rosas mudavam e se substituíam, porque do centro de cada rosa saía uma luz tão bela, que fascinava e tornava as rosas de uma beleza esplendorosa.

“Da coroa de rosas subiam raios de ouro e uma grande quantidade de outras florinhas misturadas com brilhantes. O todo formava um belíssimo diadema, que brilhava sozinho mais do que nosso sol na Terra.

Os sapatos (pois é preciso dizer sapatos) eram brancos, mas de um branco prateado, brilhante. Havia rosas em torno deles.

“Essas rosas eram de uma beleza fulgurante. E do centro de cada rosa saía uma chama de luz muito bonita e muito agradável de se ver. Sobre os sapatos havia uma fivela de ouro, não do ouro da Terra, mas de ouro do paraíso”.

Mélanie contou que Maximin tentou pegar uma destas rosas que estavam sob Nossa Senhora, mas nada conseguiu.

“A Santa Virgem tinha uma belíssima cruz pendurada no pescoço. Essa cruz parecia ser dourada, mas digo dourada para não dizer que era folheada a ouro (...).

“Sobre esta cruz brilhantíssima havia um crucificado. Era Nosso Senhor com os braços estendidos sobre a cruz. Quase nas duas extremidades da cruz, de um lado havia um martelo e do outro uma torquês.

“A cor da pele do crucificado era natural, mas brilhava com grande fulgor. E a luz que emanava de todo seu corpo parecia dardos brilhantíssimos que perpassavam meu coração de desejo de me fundir n’Ele.

“Por vezes Cristo parecia morto. Ele tinha a cabeça inclinada e o corpo estava afastado, como a ponto de cair, se não fosse retido pelos pregos que o seguravam na cruz.

“Outras vezes Cristo parecia vivo. Tinha a cabeça erguida, os olhos abertos, e parecia estar na cruz por vontade própria. E em algumas ocasiões parecia falar”.

Geralmente interpreta-se o martelo como símbolo daqueles que pela sua má vida, pelo menosprezo da Lei divina e até pelo ódio, pregam ainda mais Nosso Senhor Jesus Cristo na cruz.

Nesta concepção a torquês representa aqueles que, pelas suas boas ações, diminuem as dores de Nosso Senhor, e dentro de suas possibilidades tentam despregá-lo da cruz.

“A Santíssima Virgem – lembra ainda Mélanie – tinha duas correntes, uma um pouco mais larga que a outra. Da mais estreita estava pendurada a cruz à qual me referi.

“Essas correntes (é preciso dar-lhes o nome de correntes) eram raios de glória de grande brilho, que não é fixo mas faiscante”.



Os videntes desceram logo a pouca distância que os separava da Dama.

Ao mesmo tempo Nossa Senhora se pôs em pé e deu alguns passos em direção às crianças.

Ela pairava uns 10 centímetros acima da relva, e começou dizendo:
“Vinde meus filhos, não tenhais medo, estou aqui para vos anunciar uma grande notícia.

“Se meu povo não quiser se submeter, fico obrigada a deixar o braço de meu Filho golpear.

“Ele é tão pesado e tão grave, que não posso mais segurá-lo.

“Há muito que sofro por vossa causa. Se quero que meu Filho não vos abandone, estou obrigada a rezar a Ele sem cessar, por vossa causa.

Mas vós não fazeis caso”.


Mélanie descreveu assim o olhar de Nossa Senhora, como ela viu na aparição:

“Os olhos da Santíssima Virgem, nossa terna mãe, não podem ser descritos por língua humana.

“Seria preciso um serafim, seria preciso a linguagem do próprio Deus, desse Deus que criou a Virgem Imaculada, obra-prima de sua onipotência.

“Os olhos da augusta Maria pareciam mil vezes mais belos que os brilhantes, os diamantes, as pedras preciosas mais procuradas.

“Eles brilhavam como sóis. Eram doces, feitos da própria doçura, luminosos como um espelho. Em seus olhos via-se o Paraíso, eles atraíam a Ela.

“Ela parecia querer dar-se e atrair. Quanto mais eu a olhava, mais a queria ver. Quanto mais a via, mais a amava com todas minhas forças.

“Os olhos da bela Imaculada eram como a porta de Deus, de onde se via tudo que pode inebriar a alma. Quando meus olhos se encontravam com os da Mãe de Deus e minha, sentia dentro de mim uma feliz revolução de amor, uma promessa de amá-la e de me desfazer de amor.

“Quando nos olhávamos, nossos olhos conversavam à sua maneira. Eu a amava tanto, que teria querido osculá-la entre os olhos.

“Eles enterneciam minha alma e pareciam atraí-la e a fundir com a minha. Seus olhos inculcaram um suave tremor em todo o meu ser.

“Eu temia qualquer movimento que lhe pudesse ser desagradável, por menor que fosse.

“A simples visão dos olhos da mais pura das virgens teria bastado para tornar-se o céu de um bem-aventurado. Teria bastado para que uma alma se unisse plenamente com a vontade do Altíssimo, permanecendo assim em meio aos eventos da vida mortal.

“Teria bastado para que esta alma praticasse contínuos atos de louvor, de ação de graças, de reparação e de expiação.

“Esta simples visão concentra a alma em Deus e a torna como uma morta viva que olha todas as coisas da Terra, até as que lhe parecem mais sérias, como se fossem brinquedos de crianças. Ela não desejaria senão ouvir falar de Deus e do que toca na sua glória”.


Video: Uma visita a La Salette





Angkor Wat: o mistério da cidade perdida vasculhado com raios laser

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Templo central de Angkor Wat. O que fez os habitantes abandonarem intacta uma cidade opulenta?
Templo central de Angkor Wat. O que fez os habitantes abandonarem intacta uma cidade opulenta?

Nas profundezas da selva do Cambodge surge uma vasta cidade religiosa de vistosa concepção arquitetônica, recoberta de baixos-relevos e estátuas de tipo iniciático, em geral lascivas ou monstruosas, fazendo alusão a divindades infernais.

Trata-se de Angkor Wat, ou Cidade do Templo, construída pelo rei Suryavarman II no início do século XII. A cidade incluía o templo central e a capital do Estado, tendo-se tornado o centro político e religioso do império khmer, ou cambodgeano.

O centro dessa cidade de 200 hectares era rodeado por um muro e um lago perimetral de 3,6 km de comprimento por 200 metros de largura.

A cidade e a área circunvizinha agora foi vasculhada com um avançado sistema de raios laser operado por cientistas da Universidade de Sidney, Austrália.

O templo central consta de três recintos retangulares concêntricos de altura crescente, em cujo interior erguem-se cinco torres em forma de flor de loto.

A infraestrutura da cidade sob a selva analisada com raios laser
Infraestrutura da cidade sob a selva analisada com raios laser
A torre principal atinge uma altura de 42 metros acima do santuário, e 65 metros do nível do solo.

É considerado a maior estrutura religiosa construída pelos homens, como noticiou o jornal “La Nación” de Buenos Aires.

Estima-se que no centro habitavam por volta de 20 mil pessoas. Porém, contabilizando-se os bairros periféricos, a cidade pode ter chegado a ter um milhão de habitantes.

O templo e outros prédios religiosos a ele integrados estiveram consagrados a deidades pagãs que mudaram com o tempo. As esculturas remanescentes representam perversos deuses indianos.

A existência da cidade foi relatada pelo frade capuchinho português António da Madalena, que a redescobriu em 1586, já abandonada. Em 1589, ele relatou suas impressões ao historiador Diogo do Couto, antes de morrer num naufrágio ao largo de Natal (atual África do Sul).

Angkor Wat: capital de um império entregue à mata sem explicacão.
Angkor Wat: capital de um império entregue à mata sem explicação.
O missionário narrou, segundo o historiador, que Angkor Wat é “uma construção de tal modo extraordinária, que não é possível descrevê-la por escrito; é especialmente diferente de qualquer outro edifício do mundo. Possui torres, decoração, e todos os refinamentos que o gênio humano pode conceber” (Cfr. verbete Angkor Wat)

Séculos depois, numa viagem que durou de 1858 a 1861, o explorador francês Henri Mouhot voltou a visitar aquela cidade, que se diria amaldiçoada.

Mouhot escreveu um acesso relato impregnado de romantismo, que empolgou os leitores europeus e ateou neles o desejo de visitá-la e restaurá-la. Atualmente, por volta de dois milhões de turistas a visitam todos os anos.

Mas, antes do interesse europeu, Angkor Wat dormia, invadida pela selva, vazia de população, povoada de estranhas figuras, habitada por alguns monges de religiões mortas, e conhecida apenas por aldeões locais.

O singular é que a cidade não foi abandonada por causas conhecidas. E não é o único caso no mundo. O mesmo aconteceu, por exemplo, com as famosas cidades maias da América Central e com o Machu Pichu, a “cidade perdida dos Incas”, no Peru

A arqueologia conhece muitas cidades, algumas delas grandiosas, que desapareceram em virtude de tragédias naturais. Foi o que se deu com Alexandria, no Egito, e o porto de Cesareia, em Israel, devorados por deslizamentos de terra. Seus restos encontram-se hoje sob as águas do Mediterrâneo.

Uxmal, na península de Yucatán, no México, outra cidade grandiosa abandonada
Uxmal, na península de Yucatán, no México, outra cidade grandiosa abandonada
Podem-se se citar também outros casos famosos, como o de Pompeia, destruída pelo vulcão Vesúvio, perto de Nápoles.

Outras grandes cidades desapareceram em consequência de guerras, invasões e violências, ou de imperícias de origem humana, só restando as ruínas.

Porém, o caso de Angkor Wat se insere numa outra categoria. E esta é muito misteriosa: a das grandes cidades abandonadas sem que se conheçam as causas.

Cidades que foram encontradas inabitadas, com templos, palácios, ruas, etc. essencialmente conservados, testemunhando que toda uma população que estava lá sumiu, deixando tudo intacto para trás. Por que todos fugiram não se sabe. Ninguém nem nada as destruiu, e prédios valiosíssimos se tornaram moradia de animais e insetos.

Que espécies de fenômenos podem ter provocado desconjuntamentos desses? É muito misterioso para a ciência, mas aconteceram.

O interesse por Angkor atraiu gerações de arqueólogos que fizeram grandes achados, embora ainda fiquem muitas coisas por esclarecer.

Em 2013, uma equipe internacional de arqueólogos deu a conhecer uma série de novas descobertas na enigmática Angkor, oculta com seus diabólicos ídolos nas profundezas da mata cambodgeana.

Dirigida pelo Dr. Damian Evans, da Universidade de Sidney, Austrália, a equipe visou fazer um mapa sem precedentes de uma área de 370 quilômetros quadrados em volta de Angkor. O trabalho tentava responder à incógnita: o que houve lá e o que poderia ter acontecido.

A tarefa não foi nada fácil, por causa da densidade da mata e da presença de minas, instaladas no tempo da guerra de invasão comunista do Cambodge na segunda metade do século XX.


Os cientistas empregaram uma sofisticada tecnologia de teledetectação, que está elevando a arqueologia a um novo patamar, especialmente em locais difíceis como os trópicos.

Esquema da tecnologia utilizada
Esquema da tecnologia utilizada
Montados sobre um helicóptero, os equipamentos disparavam um milhão de raios laser a cada quatro segundos. Esses raios atravessavam a cobertura vegetal sem danificá-la, e registravam as mais diminutas variações na superfície do solo.

Segundo a BBC, os resultados foram surpreendentes.

Entre o emaranhado de raízes e cipós, foi possível visualizar nas telas paisagens urbanas jamais vistas por olhos humanos. Apareceram templos, estradas e requintados aquedutos que se espalhavam na área estudada.

“Subitamente, apareceu diante nós, de modo claro, uma cidade antiga”, explicou o professor Evans à BBC.

E uma cidade que, em seu apogeu, foi uma metrópole de mil quilômetros quadrados.

Angkor Wat: uma cidade requintada, cultuadora de deuses sensuais e demoníacos ficou abandonada aos animais da selva.
Angkor Wat: uma cidade requintada, cultuadora de deuses sensuais e demoníacos
ficou abandonada aos animais da selva.
O estudo com raios laser revelou uma estrutura fantasmagórica de templos desconhecidos, uma elaborada e completamente inesperada rede de avenidas cerimoniais, barragens e lagos artificiais.

Em suma, uma cidade completa e perdida.

A engenharia hidráulica, empregada em grande escala, armazenava grandes volumes de água durante os monções, e os distribuía por meio de uma complexa e enorme rede de canais e açudes.

Essa infraestrutura permitiu um colossal enriquecimento que, por sua vez, financiou a construção do maior conglomerado de templos do mundo.

Só no templo de Preah Khan, construído em 1191, foram aplicadas 60 toneladas de ouro. Seu valor hoje seria por volta de US$ 3 bilhões.

Enormemente rica, a cidade parece ter entrado em certo momento num grande caos, favorecido talvez pela imoralidade e pela perversidade dos deuses e de seus cultos.

A infraestrutura hidráulica pode ter-se deteriorado no relaxamento geral. Angkor, então, teria entrado numa espiral de decadência, da qual nunca saiu. Tornou-se a cidade do caos, tendo sido abandonada no século XV ainda inteira.

Os reis foram para Phnom Penh, perto da costa, atual capital do Cambodge, mas que era então uma cidade de nível muito inferior.

As casas comuns de Angkor eram de madeira e apodreceram. Mas os templos de pedra, que exigiram uma sabedoria arquitetônica extraordinária, artes e técnicas muito desenvolvidas, ficaram povoados pelos seres da selva.

Até hoje não se entende direito o que provocou uma mudança tão brusca e uma deserção populacional como que súbita.

A Roma pagã ruiu, mas a Igreja tirou a cidade das ruínas e a elevou a uma glória e a um esplendor ainda maior.
A Roma pagã ruiu, mas a Igreja tirou a cidade das ruínas
e a elevou a uma glória e a um esplendor ainda maior.
Grandes cidades passaram por enormes decadências. Foi o caso da Roma imperial que, além de ser o centro do mundo civilizado, durante séculos albergou uma população de vários milhões de habitantes.

As sucessivas invasões bárbaras, com depredações e incêndios que fizeram Santo Agostinho pensar no fim do mundo, além da mudança da capital do império para o norte da Itália e Constantinopla, estimularam sua imensa decadência material.

Calcula-se que a população de Roma durante a Idade Média atingia a exígua cifra de 60 mil habitantes.

Porém, Roma, sob o cetro abençoado dos Papas, foi reerguida ao patamar de uma das máximas capitais culturais do mundo. Sem falar do supremo governo dos Papas sobre mais de um bilhão de católicos da Terra.

A Roma católica venceu todas as decadências e brilha como um farol que ilumina a humanidade.

Quiçá no contraste com Roma esteja a resposta ao mistério das cidades abandonadas. Estas foram construídas com fabulosos recursos humanos, mas por homens entregues aos vícios e às crenças perversas do paganismo.

Esses homens envaidecidos acabaram sucumbindo um dia sob o peso dos vícios e da idolatria. Olharam então para o fruto de suas mãos pecaminosas e sentiram o horror que se diz que certas pessoas culposas sentem por seu crime ou pelo local onde o praticaram.

E fogem sem rumo, sem sequer pensar no que abandonaram, em direção ao nada, como Caim após o assassinato de Abel.


Patena eucarística com Cristo em Majestade, uma das mais antigas já achadas

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A patena nas mãos de um restaurador.
A patena eucarística com Cristo em Majestade nas mãos de um restaurador.

Na localidade espanhola de Cástulo, província de Jaén, uma equipe de arqueólogos engajados no Projeto de Investigação Forvm MMX desenterraram e os, depois, especialistas em restauração recuperaram uma peça única do século IV que representa a Nosso Senhor Jesus Cristo em uma patena de fino vidro.

Trata-se de uma das mais antigas imagens do Cristianismo representando o Divino Redentor.

Cástulo é um dos mais ricos sítios arqueológicos da Espanha. Foi uma cidade romana hoje reduzida a ruínas, mas que apresenta uma surpreendente preservação. Nela foram feitas descobertas notáveis, como pisos de mosaicos complexos que podem ser admirados no local.

Um dos edifícios descobertos parecia ter servido de igreja católica e testemunha quão cedo o catolicismo penetrou na Península Ibérica.

No local, durante três anos, os arqueólogos foram retirando pacientemente pequenos fragmentos de vidro das ruínas de uma basílica.

Mas foi só no mês de julho que localizaram fragmentos que “por seu tamanho e pelos desenhos que continham” revelaram “um documento arqueológico excepcional”, segundo explicou à agência AFP o chefe do projeto, Marcelo Castro.

Limpados com extremo cuidado e depois colados, os fragmentos mostraram constituir uma patena, o prato precioso que era colocado sob o queixo do fiel para evitar que algum fragmento do Santíssimo Corpo de Nosso Senhor Eucarístico pudesse cair no chão.

A jazida arqueológica de Cástulo, local do achado
A jazida arqueológica de Cástulo, local do achado.
As patenas de séculos mais recentes costumavam ser de ouro ou folheadas a ouro. Outras tinham delicadas gravações com simbolismos eucarísticos.

A riqueza desta humilde peça da cerimônia da Comunhão, na Missa ou fora dela, manifestava a fé de que Jesus está verdadeiramente presente, transubstanciado na hóstia consagrada.

No caso de Cástulo, a patena é de delicado vidro verde, tem 22 cm de diâmetro por 4 cm de profundidade, 2 milímetros de espessura e pesa apenas 175 gramas. Ela pôde ser reconstituída em 81%.

Nela, distingue-se pintada a imagem de três personagens com auréolas. No centro, aparece em majestade um Cristo imberbe, de cabelo curto e encaracolado, segurando uma grande cruz em uma mão e um Livro Sagrado aberto na outra. Ao seu lado, dois apóstolos, que poderiam ser Pedro e Paulo.

Os primeiros cristãos tentaram sempre representar Nosso Senhor Jesus Cristo com os traços mais nobres e elevados que conseguiam imaginar.

E, na patena de Cástulo, Jesus é representado como os mais altos personagens do poderoso Império Romano.

Cástulo: exemplo de piso romano de mosaico.
Cástulo: exemplo de piso romano de mosaico.
A alta aristocracia das famílias patrícias romanas se barbeava regularmente – fato estranho nas classes inferiores –, usava cabelos curtos, tinha por natureza cabeleiras encaracoladas e se vestia com togas senatoriais, distintivas de sua muito alta posição social, como usa o Cristo da patena.

Representações análogas se encontram nas catacumbas de Roma.

Segundo Castro, o modelo artístico usado denomina-se “alexandrino” e é próprio de uma era remota do Cristianismo. Precisamente da época em que estava saindo da clandestinidade, após séculos de perseguições e um número incontável de martírios.

“Este modelo seria abandonado mais adiante na tradição cristã e se daria preferência a outras formas de representar a Cristo. Mas ele está presente nos primeiros momentos do Cristianismo”, explicou o chefe dos trabalhos.

As patenas feitas de vidro de maior qualidade, como a de Cástulo, provinham ao que tudo indica de Ostia, perto do Roma, onde ficavam os melhores ateliês de trabalhos em vidro. De bom valor, o vidro não tinha se generalizado como em séculos recentes.

Há no mundo poucas peças similares, como um cálice exibido no Museu do Louvre e um vidro dourado no Toledo Museum of Art de Ohio, nos EUA.

As gravuras chamam a atenção pelo seu maravilhoso estado de conservação após 1.600 anos em que a patena fragmentada ficou enterrada, observou o jornal “El Mundo” de Madri.

Quando os cientistas começaram a se fazer uma ideia sólida do inigualável tesouro histórico que tinham em mãos, eles tiveram medo, segundo disseram.

Patena eucarística recuperada em Cástulo, Espanha, com Cristo em Majestade e Apóstolos.
Patena eucarística recuperada em Cástulo, Espanha, com Cristo em Majestade e Apóstolos.
Os arqueólogos estavam achando que o prédio estava “a meio caminho entre as catacumbas, as casas clandestinas de culto e as primeiras arquiteturas cristãs de Roma”.

Pois o Cristianismo foi uma religião clandestina, vítima das terríveis perseguições romanas dos séculos II e III.

Entretanto, em meio a tantas dificuldades, os cristãos de Cátulo nada poupavam para proteger a Santíssima Eucaristia de qualquer imprevisto.

Por causa das perseguições, a representação do Filho de Deus era feita com alegorias hoje bem conhecidas: por exemplo, o peixe, cujo acróstico em grego significa “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”.

Somente no século IV – após o glorioso edito de Milão do ano 313, do imperador Constantino, convertido miraculosamente ao Cristianismo – a religião católica foi autorizada e seu culto tornado oficial do Império.

A patena recuperada coincide com esse momento histórico. E então Jesus Cristo é representado em majestade, vencedor das perseguições, triunfante.

Os Santos Apóstolos Pedro e Paulo – ou mais provavelmente eles – são representados juntos com Jesus no mesmo estilo. Eles carregam um pergaminho – “o rotulus legis”, símbolo do Evangelho e da missão de pregar – e também usam togas, não têm barba e outras características que se afirmaram em séculos posteriores.

A cena tem como fundo o orbe celeste emoldurado entre palmeiras, que na iconografia católica representam a imortalidade e o Céu.

Também está representado o Alfa e o Ômega, o principio e o fim, símbolo da imortalidade, da realeza e da divindade majestosa de Cristo Rei. “Eu sou o Alfa e o Ômega – diz o Senhor Deus – Aquele que é e que era e há de vir, o Todo-poderoso” (Apocalipse 1, 8).

Reconstituição da imagem. Cristo em majestade no centro com a Cruz e os Evangelhos. São Pedro e São Paulo aos lados recebendo a missão de pregar.
Reconstituição da imagem. Cristo em majestade no centro com a Cruz e os Evangelhos.
São Pedro e São Paulo aos lados recebendo a missão de pregar.
Tertuliano, Padre da Igreja, falou de cálices e patenas decorados com a figura do Bom Pastor no século III. E no ‘Liber Pontificalis’, obra que compila as biografias dos primeiros Papas, se faz referência a patenas de vidro durante o papado de Ceferino, nos séculos II e III.

No século IV, uma disposição do Papa Urbano I ordenou que cálices e patenas só fossem de metais nobres como ouro e prata, além de pedras preciosas como ornamento.

É assim que na patena de vidro de Cástulo, observa o jornal “ABC”, de Madri, podemos adorar uma das mais antigas representações iconográficas de Nosso Senhor Jesus Cristo de que se tem notícia.

Emociona considerar a fé daqueles primeiros fieis católicos, que iam saindo das catacumbas e consagravam o melhor de seu pecúlio para honrar dignamente o cerimonial que rodeia a Eucaristia.

Quanta diferença com certas coisas que se veem e se ouvem hoje em dia!

Video: Patena eucarística com Cristo em Majestade



26 catedráticos espanhóis: o “ateísmo científico” não tem base na ciência

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Vinte e seis professores catedráticos de diversas áreas da Ciência, que lecionam ou trabalham em 14 universidades espanholas, publicaram um livro para rebater a suposta incompatibilidade entre a Religião e a Ciência, espalhada por alguns “cientistas materialistas”, informou a agência Infocatólica.

O livro veio à luz uma semana após o cientista Stephen Hawking defender que não acredita em Deus, nem na sua existência, e nem mesmo numa necessidade matemática de um Deus criador do universo, como afirmava outrora.

A declaração de Hawking teve certa repercussão, pois ele ganhou notoriedade sustentando uma espécie de necessidade da existência de Deus derivada das equações do Universo.

A hipótese de Hawking era digna de consideração. E foi muito bem recebida nos ambientes mais científicos, menos defensores da fé e do catolicismo. Agora, porém, Hawking decepcionou a todos eles.

Entre os autores do novo livro que põem as coisas em seu lugar, encontra-se o Prof. David Jou, catedrático de Física da Matéria Condensada na Universidade de Barcelona.

Aliás, ele é tradutor para o espanhol da obra de Hawking, tendo prefaciado todas as obras publicadas até hoje pelo cientista que agora adotou o ateísmo.

O livro “60 preguntas sobre ciencia y fe respondidas por 26 profesores de universidad” (“60 perguntas sobre ciência e fé respondidas por 26 professores universitários”) foi editado pela Editorial Stella Maris.

Os especialistas espanhóis sustentam que o conhecimento científico atual fornece dados que “analisados sem interpretações materialistas e ateias”, não são “de maneira alguma incompatíveis com a doutrina cristã”.

Para estes cientistas, “foram construídas com a ciência ideologias que vão muito além do que o dado empírico permite”.

“No transcurso da segunda metade do século XX e até o dia de hoje, temos podido comprovar em diversos campos – sobretudo nos relacionados com a cosmologia, e particularmente com as peculiaridades das leis da natureza – que o aumento da compreensão da estrutura do mundo, e não seu desconhecimento, fornece fundamento a linhas de pensamento que fazem uma ponte que vai da ciência até a teologia”, escrevem.

Segundo os autores, “pode-se afirmar que o cenário positivista que proclama a morte da religião como fruto da ciência não se cumpriu, e nem tem aparências de vir a se cumprir. Isto não é por uma casualidade, nem porque os cientistas ainda não perceberam como é que devem pensar”, mas porque “é errado supor que os pontos de partida do pensamento religioso radicam no desconhecimento da ciência”.

Em mais de 400 páginas, o livro refuta as principais dúvidas que o ateísmo montou contra a religião a partir de uma pretensa evidência científica.

Neurociências, biologia, cosmologia, estatísticas ou física quântica, entre outras, são matérias que especialistas analisam ponto por ponto para defender uma posição legítima.

Outros autores do livro são:
- Manuel Alfonseca, professor catedrático de Linguagens e Sistemas Informáticos da Universidade Autónoma de Madri;
- Ignacio Sols, catedrático emérito de Álgebra da Universidade Complutense;
- Francisco J. Soler Gil, que ensina Lógica e Filosofia da Ciência nas universidades de Bremen e Sevilha;
- Aquilino Polaino, catedrático de Psicopatologia na Universidade CEU-San Pablo;
- Julio Gonzalo, catedrático de Física de Materiais da Universidade Autónoma de Madrid;
- Nicolás Jouve de la Barrera, catedrático de Genética na Universidade de Alcalá; e
- Ignacio García-Jurado, catedrático de Estatística e Investigação Operativa da Universidade de La Coruña.


Boas notícias do espaço: descoberto “muro invisível” que protege a Terra contra radiação letal

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Ilustração didática da atividade dos anéis de Van Allen
Ilustração didática da atividade dos anéis de Van Allen


Notícias tranquilizadoras sobre a natureza e o nosso meio ambiente provêm com relativa frequência da ciência objetiva.

Mas elas não obtêm espaço na mídia, que prefere os anúncios estarrecedores ou deprimentes, e rara vezes verdadeiros, do ambientalismo radical.

É o caso da descoberta surpreendente, e até agora inexplicada, feita por uma dupla de satélites da NASA (National Aeronautics and Space Administration – Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço) e reportada em 27.11.14 pela revista científica britânica “Nature”.

Os satélites detectaram um campo de força invisível e impenetrável, a cerca de 11 mil km da superfície da Terra, que protege nosso planeta de doses letais de radiação. O anúncio foi noticiado por Salvador Nogueira blogueiro da Folha de S.Paulo.

As sondas Van Allen foram lançadas em agosto de 2012 com o objetivo estudar os ‘cinturões de Van Allen’, dois anéis de radiação resultantes da interação do campo magnético terrestre com as partículas emanadas constantemente do Sol.

Os dois cinturões, aliás, foram a primeira descoberta da era espacial, feita em 1958 pelo cientista americano James Van Allen, da Universidade de Iowa.

As sondas de Van Allen da NASA, instrumentos da descoberta do "escudo" protetor da Terra
As sondas de Van Allen da NASA, instrumentos da descoberta do "escudo" protetor da Terra
Agora houve uma nova surpresa. E foi obra dos cientistas do MIT e da Universidade de Colorado, em Boulder, liderados por Dan Baker, ex-aluno do próprio Van Allen e diretor do Laboratório de Física Atmosférica e Espacial da Universidade de Colorado, em Boulder.

Eles perceberam que todos os elétrons com níveis altíssimos de energia, que chegavam a velocidades próximas à da luz, eram barrados um pouco acima do primeiro dos cinturões. Nenhum deles conseguia passar a barreira dos 11 mil km.

Essas barreiras funcionam como um escudo protetor altamente benéfico, pois essa radiação seria nociva se chegasse à superfície da Terra.

Caso atingissem regularmente a superfície do planeta, tais partículas inviabilizariam o desenvolvimento da vida, além de “fritar” os circuitos eletrônicos de satélites, explicou “O Globo”.

A surpresa aumentou pelo fato desse bloqueio abrupto contrariar a expectativa dos pesquisadores. Eles imaginavam que esses elétrons paravam na atmosfera terrestre e a ideia de uma barreira a 11 mil km nem sequer era suspeitada.

“É quase como se esses elétrons estivessem trombando com uma parede de vidro no espaço”, disse Baker. “É um fenômeno extremamente intrigante.”

“É um fenômeno muito raro, extraordinário. Ele indica que, se colocarmos um satélite ou uma estação espacial em órbita do lado de dentro dessa barreira impenetrável, podemos esperar que eles tenham vida útil muito maior”, declarou John Foster, diretor do Observatório Haystack do MIT, citado pelo "O Estado de S.Paulo".

A ilustração didática mostra a proporção de uma tempestade solar frequente e a Terra (pontinho azul)
A ilustração didática mostra a proporção de
uma tempestade solar frequente e a Terra (pontinho azul)
Montagem de sucessivas fotos de tempestades solares  que chegam pouco depois até a Terra. O corpo solar é representado pelo círculo branco.
Montagem de sucessivas fotos de tempestades solares
que chegam pouco depois até a Terra.
O corpo solar é representado pelo círculo branco.
Os cientistas ainda não têm uma explicação clara sobre a origem da barreira. O campo magnético da Terra parece não ter nada a ver com isso.

O campo magnético terrestre é 30 vezes mais fraco na chamada Anomalia do Atlântico Sul — um “buraco” no campo magnético perto da costa oriental da América do Sul.

Nessa região, os cinturões de Van Allen chegam um pouco mais perto da superfície.

E se isso fosse causado pelo magnetismo terrestre, seria natural que os elétrons penetrassem mais na região. Mas não.

Baker e seus colegas elaboraram a hipótese de um gás ionizado chamado plasmasfera, que emitiria ondas eletromagnéticas responsáveis por rebater os danosos elétrons altamente energéticos.

Durante os momentos de grande atividade solar, os dois cinturões se desdobram em três, reforçando a defesa da Terra.

Os tripulantes das missões Apollo, que atravessaram esses cinturões entre 1968 e 1972, reportaram, até com os olhos fechados, flashes luminosos durante a travessia.

Gráfico da NASA apresentando os escudos magnéticos de Van Allen em volta da Terra  e as duas 2 sondas da NASA, também conhecidas como Radiation Belt Storm Probes
Gráfico da NASA apresentando os escudos magnéticos de Van Allen em volta da Terra
e as duas 2 sondas da NASA, também conhecidas como Radiation Belt Storm Probes
Segundo os cientistas, as ondas magnéticas de baixa frequência produzidas pela plasmasfera, tal como o “chiado” em uma transmissão de rádio, seriam as responsáveis por desviar os elétrons de alta energia, “erguendo” o escudo.

Ainda é preciso ver como essa plasmasfera se comporta quando atingida por tempestades geomagnéticas mais intensas.

“Se o Sol eventualmente bombardear a magnetosfera terrestre com uma ejeção de massa coronal, suspeito que ela será capaz de romper o escudo por um período de tempo”, especula Baker.

Em qualquer hipótese, a descoberta confirma mais uma vez a ordem profunda que existe na natureza. Ela também põe em evidencia os sapienciais mecanismos que reconstituem essa ordem quando atingida por fatores mais adversos.

E tudo isso sem que o homem tenha ideia desses mecanismos benéficos, suas ameaças e suas capacidades de auto-restauração.

O mesmo Deus que criou o Universo, o mantém na existência com seu poder e bondade infinita
O mesmo Deus que criou o Universo, o mantém na existência com seu poder e bondade infinita
Em face de esses fenômenos, como são limitadas as forças do homem e limitados os efeitos de sua atividade!

E nossos ardidos ambientalistas continuam achando que o homem pode desertificar ou torrar o planeta com aerossóis, fábricas ou cidades!

A mão protetora de Deus nos protege ainda quando nós, pobres humanos, mal temos ideia de quanto ela está agindo!

E a proteção divina da ordem natural é muito mais poderosa que todo o que nós podemos fazer ou imaginar. Assim o reconheceu mais uma vez a própria ciência com sua melhor tecnologia!


O Espírito Santo canta o Natal pela voz da Igreja Católica

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O Natal é cantado por todos os povos com seus estilos próprios, em Vladivostock, no Ceilão, no Pamir, ou em qualquer recanto do mundo. Porque a alma universal da Igreja Católica está em todas as latitudes.

Porém, a Igreja, Ela mesma, comemora o Natal com seu canto próprio: o cantochão, cantado a uma só voz, sem ritmo, sem acompanhamento, sem ornatos, aproveitando o som das palavras para sublinhar seu significado profundo.

Mas, transmitindo uma alegria serena que sobe diretamente ao Céu, um recolhimento que exclui todas as coisas da Terra, sem agitação nem folia, dizendo com toda naturalidade o que tem a dizer.

O cantochão é a voz da Igreja cantando o dom do Espírito Santo, que Deus a ela comunicou por meio de Nossa Senhora.

Na extrema simplicidade de cada uma das palavras cantadas está contida uma catedral de significados e imponderáveis.

O canto da “Ave Maria” é um sublime exemplo.

São Gabriel apresentou-se diante de uma Virgem, e disse que Ela conceberia do Divino Espírito Santo e seria a Mãe de Deus.

O Evangelho narra com toda simplicidade: “Ave Maria, cheia de graça...”

Com essa singeleza, o arcanjo transmite a mensagem aguardada durante milênios pelos Patriarcas e pelos Profetas.

A Santíssima Virgem ficou perplexa e o anjo lhe esclareceu.

Veja vídeo
Vídeo: Como a Igreja Católica
canta o Natal

Ela então deu a resposta mais dócil do mundo: “Eis aqui a Escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra” ‒ “Ecce Ancilae Domini, fiat mihi secundum verbum tuum”.

Serena, tranqüila, admiravelmente disse tudo. Tudo simples e inocente, mas com elevadíssimo significado.

Cada palavra reflete a ordem do universo como uma catedral sonora.

Ó serenidade, ó tranqüilidade, Ó dignidade e caráter profundamente religioso como o cantochão!

É a voz da Igreja cantando o dom que Deus concedeu a Nossa Senhora, ao sopro do Espírito Santo!

Assim a Igreja comemora o Natal, Ela, a alma dos tesouros de todos os Natais diferentes da Terra!

Video: Como a Igreja Católica canta o Natal




“Sou eu, Jesus... Venho te visitar”. Um conto de Natal

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Pedindo esmola. Alexandre-Gabriel Decamps (1803-1860), col. part.
Pedindo esmola.
Alexandre-Gabriel Decamps (1803-1860), col. part.


Paul está sentado nas pedras frias da escadaria da Igreja de São Tiago, numa pequena cidade da Baviera (Alemanha). Como sempre, encontra-se ali pedindo esmolas.

Antes das Missas, abre a porta da igreja para os fiéis e lhes sorri amavelmente, deixando ver uma boca já praticamente sem dentes.

Ele tem 50 anos e faz parte daqueles mendigos sem teto que lutam para sobreviver. Seu corpo está consumido não somente pelo frio e pela fome, mas também pelo excesso de álcool.

Parece muito mais velho do que é na realidade. Se ao menos tivesse forças para lutar contra este vício, pensa ele continuamente... E faz o firme propósito de parar de beber.

Mas quando a noite chega e com ela a lembrança de sua família, perdida num trágico acidente, ele não resiste e recorre ao consolo da garrafa. O álcool amortece então o vazio em sua alma, pelo menos por um curto espaço de tempo.

A garrafa de vinho é sua fiel companheira e a cirrose do fígado e outras doenças vão paulatinamente consumindo seu corpo. A cor de sua face levanta suspeitas nada boas.

Paul tornou-se parte integrante da escadaria da igreja na ótica dos habitantes do bairro, mais ou menos como se fosse uma estátua.

E desta forma eles o tratam. A maior parte mal lhe presta atenção. E os que ainda se dão conta dele se perguntam até quando resistirá.

O pároco e a ajudante de pastoral ainda se preocupam com ele. Mas, sobretudo, a Irmã Petra, uma missionária jovem que vem todos os dias visitá-lo.

Ele se alegra com a visita da freira, que sempre lhe traz algo para comer. Porém até mesmo esta religiosa não consegue tirar Paul da rua.

Nem sequer na casa paroquial ele entra, seja para comer, seja para se lavar.

* * *

Todas as noites, quando escurece e ninguém mais o vê, Paul esgueira-se na igreja vazia e de luzes apagadas. Senta-se então no primeiro banco, bem diante do Tabernáculo.

E aí fica em silencio, quase sem se mover, por cerca de uma hora. Depois se levanta e sai arrastando os pés pelo corredor do centro, passa pela porta principal e desaparece na escuridão da noite.

Para onde? Ninguém o sabe. No dia seguinte, porém, lá está ele sentado novamente na escadaria, diante do portal da igreja.

E assim passavam os dias. Certa vez a Irmã Petra lhe perguntou:

— “Paul, vejo que você entra na igreja todas as noites. O que você faz aí tarde da noite? Você reza por acaso?”

— “Não rezo”, respondeu Paul.

“Como é que poderia rezar? Já não rezo desde o tempo em que era menino e ia às aulas de religião; esqueci todas as orações. Não me lembro mais de nenhuma.

“O que faço na igreja? É muito simples. Vou até o Tabernáculo, onde Jesus está sozinho em seu pequeno sacrário, e Lhe digo: ‘Jesus, sou eu, o Paul. Vim Te visitar’. E fico um pouquinho, a fim de que pelo menos alguém Lhe faça companhia”.

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Natal nas canções
perfeitas: fé e ternura
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Na manhã do dia de Natal, o lugar que Paul ocupou durante anos a fio está vazio.

Preocupada, a Irmã Petra começa logo a procurá-lo. E acaba por encontrá-lo no hospital que fica perto da igreja.

Nas primeiras horas da madrugada alguns passantes o haviam encontrado sem sentidos sob uma ponte e chamado a ambulância. Paul está agora no leito de doentes.

Ao vê-lo a missionária tem um choque. Paul está ligado a vários tubos, sua respiração é fraca. Sua face tem a cor amarelada típica dos moribundos.

— “A senhora é parente dele?”

A voz do médico arranca a Irmã Petra de seus pensamentos.

— “Não, mas vou cuidar dele”, responde ela espontaneamente.

— “Infelizmente não há muito que fazer, ele está morrendo”. O médico meneia apenas a cabeça e sai.

A Irmã Petra senta-se perto de Paul, toma sua mão e reza longamente. Depois, tristonha, retorna à casa paroquial.

No dia seguinte volta novamente ao Hospital, já preparada para receber a má notícia da morte de Paul...

— “Não, o que é isso?”

Ela não crê no que seus olhos vêm. Paul está sentado, ereto em sua cama, com a barba feita. Com olhos bem abertos e vivos, ele vê com alegria a freira que se aproxima. Uma expressão de inefável alegria cintila de sua face radiante.

Petra mal acredita no que está vendo e pensa:

— “É este realmente o homem que ainda ontem lutava contra a morte?”

— “Paul, é incrível o que se passou. Você está praticamente ressuscitado. Você está irreconhecível. O que aconteceu com você?”.

— “É, foi ontem à noite, pouco depois que você foi embora. Eu não estava nada bem. Porém, de repente, vi alguém de pé junto à minha cama. Belo, indescritivelmente esplendoroso... Você não pode nem imaginar! Ele sorriu para mim e me disse: ´Paul, sou eu, Jesus. Venho te visitar´”.

* * *

A partir desse dia Paul não tomou mais sequer uma gota de álcool.

A Irmã Petra lhe conseguiu um quartinho na casa paroquial e um emprego de jardineiro.

A sua vida transformou-se inteiramente desde aquele Natal.

Paul encontrou novos amigos na paróquia. E, sempre que pode, ajuda a Irmã Petra em seus afazeres. Uma coisa, porém, permaneceu a mesma:

Quando anoitece, Paul esgueira-se na Igreja, assenta-se diante do Tabernáculo e diz:

— “Jesus, sou eu, o Paul. Vim Te visitar”.

(Autor: Jürgen Wetzel. Traduzido por Renato Murta de Vasconcelos. Conto publicado in Wöchentliche Depesche christlicher Nachrichten, RU 50/2010, apud “Catolicismo”)

Santo Natal e Feliz Ano Novo!

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